O tema foi debatido na “e-Waste Summit | Tecnologia Sustentável na Era Digital”, iniciativa promovida pela LG Portugal e a ERP Portugal, que alerta para a importância da redução do lixo eletrónico, produzido em toneladas avultadas que têm de ser paradas.
A importância de reciclar o lixo eletrónico?
Como se identifica este tipo de lixo?
Quando se pensa em reciclagem, apenas os resíduos produzidos no dia-a-dia vêm à mente de cada um. Parte do problema reside precisamente nessa falta de alerta, uma vez que a sociedade não conhece os contornos, nem tão pouco os números, que o lixo eletrónico gera – não só em Portugal, mas no mundo.
Este lixo designa os componentes associados a dispositivos elétricos e eletrónicos – não só de dispositivos móveis (como smartphones ou tablets), mas também de eletrodomésticos, por exemplo (frigoríficos, máquinas de lavar roupa, entre outros).
Os componentes que mais poluem são o plástico, o metal e o vidro e a percentagem que está a ser reciclada é muito pouca face àquela que precisa de ser implementada a curto prazo. Os números são alarmantes e foi por isso que a LG se juntou à ERP Portugal (Entidade Gestora de Resíduos) para refletir sobre a Tecnologia Sustentável na Era Digital.
Os números
De acordo com as Nações Unidas, em 2016 foram produzidas 44,5 milhões de toneladas de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE) em todo o mundo. Estima-se que, em 2021, este valor alcance os 52 milhões de toneladas.
Na Europa, a percentagem de resíduos recolhidos é de 35% de 12,3 milhões de toneladas produzidas e, em Portugal, recolheram-se 63 mil toneladas de REEE em 2017. De acordo com o Estudo “Observatório Global de Lixo Eletrónico 2017”, que analisou 180 países, o volume de lixo eletrónico aumentou 8% de 2014 para 2016 em todo o mundo.
Os números são impressionantes e alertam para a necessidade de existir uma maior consciencialização da sociedade. Estes dados são justificados pela quantidade de equipamentos elétricos e eletrónicos que chegam ao mercado nos últimos anos.
Cerca de 60% do lixo eletrónico (dispositivos elétricos e eletrónicos sem utilização, obsoletos ou usados) que produzimos acaba em aterros. Do volume total produzido em todo o mundo, sabe-se que apenas 15 a 20% é reciclado, valor que se procura alterar o quanto antes.
Falemos de dispositivos móveis ou de pequenos e grande eletrodomésticos, a verdade é que estes chegam às pessoas a uma velocidade impressionante. Não basta, por isso, substituir um equipamento por outro sem que exista a preocupação de o reciclar para que, os seus componentes, possam ser devidamente tratados. Assim que o são, sobretudo o plástico, metal e vidro, estes podem ser transformados em nova matéria prima.
Em Portugal
Em 2017, 43% das 63 mil toneladas recolhidas de REEE pertenciam a grandes eletrodomésticos, como, por exemplo, máquinas de lavar, fornos e fogões. Seguidamente, encontram-se os equipamentos de frio, televisões e monitores, pequenos domésticos e lâmpadas – sendo os principais responsáveis os distritos do Porto e Lisboa.
Ao invés destes números reduzirem, tudo indica que estes continuarão a crescer ao longo dos anos, já que a produção deste género de equipamentos não parece abrandar tão cedo. Ter a noção de que o lixo eletrónico contribui tanto para a poluição ambiental quanto outros tipos é o primeiro passo a dar para que a consciencialização aconteça.
Os passos que se seguem
Iniciativas como a “e-Waste Summit | Tecnologia Sustentável na Era Digital” são importantes para que a sociedade portuguesa dê atenção ao consumo que faz de equipamentos elétricos e eletrónicos e, principalmente, à forma como os substitui por outros.
Tanto a LG como a ERP Portugal vão dar seguimento a este tipo de iniciativas, contando com o envolvimento de cada vez mais pessoas. A “Geração Depositrão”, por exemplo, foi criada para o efeito e envolve, em média, mais de 900 entidades, 420 mil alunos e cerca de 40 mil professores (sobretudo de escolas do 1.º ciclo do Ensino Básico).
A reciclagem é urgente
Por mais iniciativas que sejam criadas, é importante que as pessoas também se envolvam nesta causa. A ideia é que cada um saiba como lidar com o próprio lixo eletrónico da mesma forma que o faz com os resíduos produzidos no dia-a-dia e que, assim, acabam devidamente reciclados.
Não basta substituir equipamentos antigos por outros mais recentes. É preciso depositá-los nos sítios indicados, como é o caso dos ecopontos que já existem para o efeito. Vender este género de equipamentos é igualmente possível, assim como comprá-los e saber como proceder ao seu reaproveitamento.
O importante é que, de facto, cada um ganhe consciência daquilo que utiliza e consome.
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