Share the post "Madeira: pés ao caminho no trilho Pico do Areeiro a Pico Ruivo"
A Ilha da Madeira é um destino maravilhoso com uma natureza deslumbrante. Daí que o trilho que vai do Pico do Areeiro a Pico Ruivo seja uma experiência absolutamente a não perder na “Pérola do Atlântico”.
O arquipélago madeirense é formado pelas ilhas da Madeira e de Porto Santo, pelas ilhas Desertas e pelas ilhas Selvagens. Do total das oito ilhas, apenas as da Madeira e do Porto Santo é que são habitadas.
A ilha carateriza-se pelo seu clima ameno, com temperaturas médias muito suaves, que rondam os 25° C no verão e os 17° C no inverno. A água do mar é também temperada, o que a torna num destino de férias apetecível em qualquer altura do ano.
No entanto, rapidamente se passa do nível do mar para uma altitude considerável e aí que pode encontrar alguns trilhos que o vão maravilhar.
Pico do Areeiro a Pico Ruivo: natureza deslumbrante
No concelho de Santana, está o incrível Pico Ruivo, que encanta tudo e todos, do alto dos seus 1862 metros de altitude.
É o ponto mais alto do arquipélago da Madeira e recebe a medalha de bronze na competição da montanha mais alta de Portugal, sendo apenas superado pela Serra da Estrela e pela Ponta do Pico, nos Açores, ficando o Pico Ruivo num honroso terceiro lugar.
A diversidade da fauna e flora representa um dos destaques deste pico. E são muitos os animais que por ali se podem encontrar, como o pintarroxo-comum, a perdiz-comum, o tentilhão-da-madeira ou o melro-preto, entre muitos outros.
Ligeiramente inferior ao Pico Ruivo, o Pico do Areeiro representa outro ponto alto da Ilha Madeira.
Possui uns respeitáveis 1818 metros de altitude, sendo o terceiro pico mais alto do arquipélago (o Pico das Torres com 1851 metros intromete-se entre ambos os picos).
Este é um ponto interessante que dá acesso a uma paisagem espetacular, podendo avistar-se o Curral das Freiras, a Ponta de São Lourenço e, se as condições meteorológicas o permitirem, a ilha do Porto Santo.
O inverno permite outra beleza, pois o pico coberto de neve proporciona uma experiência memorável.
Trilho do Pico do Arieiro ao Pico Ruivo
A paisagem é incrível, digna de uma produção de Hollywood que bem podia fazer um bom filme, tendo como cenário a paisagem proporcionada por este trilho.
O trilho do Pico do Arieiro ao Pico Ruivo é algo distinto de tudo o que pode ser feito em Portugal Continental. Estamos a falar de um trilho entre dois dos pontos mais altos da ilha da Madeira.
Se não houver nebulosidade e as condições climatéricas forem favoráveis, então estão reunidas as circunstâncias ideais para passar momentos inesquecíveis, em plena comunhão com a Natureza.
Conselhos
Muito suor, cansaço, dores e cãibras farão parte da viagem, para a maioria dos viajantes.
É preciso ter em conta que este é um percurso exigente, por isso convém estar preparado para isso e estar equipado (de acordo com as condições climatéricas do momento em que é feito o trilho) com tudo o que necessita para ter o melhor conforto possível e tornar o percurso menos árduo.
Por exemplo, deve levar roupa apropriada, casaco impermeável (se for caso disso), botas confortáveis, frontal (lanterna para os túneis), calçado adequado, bastão de caminhada, protetor solar, água e comida.
O percurso
A ligação do Pico do Areeiro ao Pico Ruivo por este trilho fantástico, que possui uma extensão 7 quilómetros de comprimento, não é uma tarefa fácil.
É um percurso exigente, com uma duração de cerca de 3 horas e meia. Um trilho desgastante para os joelhos e pés, que é cansativo e em que os músculos normalmente sofrem.
A paisagem contribui para valorizar o menos importante e para secundarizar o esforço. É preciso alguma estratégia para dosear o esforço ao longo do desafio, com constantes subidas e descidas, e onde os declives são, por vezes, acentuados.
As encostas vertiginosas podem ser assustadoras, mas a segurança no trilho é garantida pelos corrimões de aço, que estão presentes nos troços que suscitam mais receios e onde há sensação de maior perigosidade.
Pontos marcantes
Ao longo do percurso, são vários os pontos que farão valer a pena todo o esforço realizado para fazer este trilho.
O miradouro do Ninho da Manta permite o acesso a uma paisagem indescritível, onde todos os elogios feitos parecerão escassos para dar dimensão à experiência que é ver, por exemplo, o manto de nuvens a ser perfurado pelos picos.
Os vários túneis escavados em plena rocha vulcânica revelam-se também espaços incríveis, onde o recurso ao frontal (ou lanterna) se revela crucial para iluminar o caminho.
O Pico das Torres é um desafio importante, pela subida íngreme e pela escadaria escavada na rocha e ponteada por alguns lances de escadas metálicas, que tornam menos árdua a tarefa – não deixando de representar um dos maiores obstáculos deste magnífico trilho, pois implica um esforço físico considerável. A maior exigência será a subida final até à Casa de Abrigo.
A experiência do trilho não é só o percurso em toda a sua extensão. É muito mais abrangente, pois inclui a paisagem, a beleza e os túneis, assim como os desafios físicos, a cooperação com todos os que vão, os laços criados mesmo com quem surge no caminho.