Teresa Campos
Teresa Campos
07 Dez, 2021 - 07:26

Conheça as maiores epidemias e pandemias da história

Teresa Campos

As bactérias, vírus e outros microorganismos podem causar mais danos do que as guerras. Conheça as maiores epidemias e pandemias da história.

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De uma forma mais simples, pode dizer-se que uma pandemia é uma epidemia à escala mundial. Atualmente, muito se tem falado sobre este fenómeno, devido à propagação planetária do vírus que causa a COVID-19. Porém, esta não é, naturalmente, a primeira pandemia da história da humanidade. As maiores epidemias e pandemias da história fizeram milhões de mortos, até se ter encontrado, em muitos casos, uma cura – ou até termos conseguido, em algumas situações, erradicar completamente a doença.

Fique, então, a par das maiores epidemias e pandemias da história

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Saiba quais foram as maiores epidemias e pandemias da história

PESTE NEGRA

A peste bubónica ficou também conhecida como peste negra e foi a pior epidemia que atingiu a Europa, sobretudo em meados do século XIV. Atingiu sobretudo a Europa e a Ásia, fazendo cerca de 50 milhões de mortos.

Na origem desta epidemia esteve uma bactéria, a Yersinia pestis, comum em roedores como os ratos. Ela foi transmitida ao homem através de uma pulga que passava dos animais contaminados para os humanos. A má higiene, saneamento e salubridade das ruas e das cidades da época facilitaram a propagação desta doença.

Os seus principais sintomas eram a inflamação dos gânglios linfáticos, tremores, dores localizadas, apatia, vertigem e febre alta. O tratamento recorria aos antibióticos disponíveis na altura. Sem eles, 60% dos pacientes acabava por morrer.

CÓLERA

Foi nas primeiras décadas do século XIX que esta epidemia se tornou global. Nessa altura, o vibrio cholerae sofreu mutações, provocando novos ciclos epidémicos. O contágio acontecia através da água ou de alimentos contaminados.

Esta bactéria multiplicava-se no intestino, eliminando uma toxina que provocava diarreias fortíssimas. O seu tratamento era feito à base de antibióticos e a vacina só oferecia 50% de imunização.

TUBERCULOSE

Embora já haja registos desta doença com milhares de anos, foi nas últimas décadas do século XIX que foi identificado o bacilo de Koch, causador da tuberculose. Nas últimas décadas, esta doença ressurgiu em algumas regiões, muitas vezes associada a situações de pobreza e carência alimentar.

Entre 1850 e 1950, a tuberculose fez mil milhões de mortos, nomeadamente entre doentes com sida. Trata-se de uma patologia altamente contagiosa, que se transmite de pessoa para pessoa através das vias respiratórias. Esta infeção afeta, principalmente, a região pulmonar. O seu tratamento é feito à base de antibióticos, com um tempo médio de cura de 6 meses

VARÍOLA

Esta doença afetou toda a humanidade por mais de 3000 anos e a ela não escaparam figuras relevantes da história como o faraó egípcio Ramsés II, a rainha Maria II de Inglaterra ou o rei Luís XV de França. A vacina foi descoberta em 1796, o que não impediu que esta patologia tenha provocado cerca de 300 milhões de mortos.

O Orthopoxvírus variolae era transmitido de pessoa para pessoa, através das vias respiratórias. Os seus principais sintomas eram: febre e erupções na garganta, na boca e no rosto. Essas pústulas podiam mesmo deixar cicatrizes no corpo. A doença foi erradicada em 1980, fruto de uma campanha de vacinação em massa.

GRIPE ESPANHOLA

O vírus Influenza foi responsável por algumas das gripes mais graves da história. Uma delas ficou conhecida como a gripe espanhola, embora tenha feito cerca de 20 milhões de mortos em todo o mundo, nas primeiras décadas do século XX. O contágio é feito pelo ar, através de gotículas de saliva e espirros.

Os sintomas principais eram dores fortes de cabeça e no corpo, calafrios e inchaço dos pulmões. A mutação do vírus não garante imunidade e obriga a constantes medidas de prevenção e de tratamento, em caso de infeção.

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TIFO

Esta doença teve origem nas bactérias Rickettsia e a propagação foi facilitada por condições de pouca higiene e salubridade, mais comum em países pobres e afetados pela guerra e, também, em espaços como campos de refugiados ou de concentração. O tifo afetou, sobretudo, a Europa Oriental e a Rússia nas primeiras décadas do século XX, causando aproximadamente 3 milhões de mortos.

Dependendo da estirpe da doença, ela pode ser transmitida através da entrada de fezes contaminadas da pulga na corrente sanguínea ou diretamente através da pulga do rato. Os sintomas associados eram: dores de cabeça e nas articulações, febre alta, delírios e erupções cutâneas hemorrágicas. O tratamento era feito à base de antibióticos.

FEBRE AMARELA

O Flavivírus foi responsável por grandes epidemias em continentes como a África ou a América, provocando só na Etiópia cerca de 30.000 mortos, entre 1960 e 1962. A transmissão acontece através da picada de um mosquito transmissor que, anteriormente, tenha picado uma pessoa infetada com o vírus.

Os sintomas mais comuns são: febre alta, mal-estar, cansaço, calafrios, náuseas, vómitos e diarreia. A maioria dos pacientes recupera em três ou quatro dias, enquanto casos mais graves podem levar à morte. Para prevenção, há uma vacina, que pode ser tomada a partir dos 12 meses de idade e renovada a cada 10 anos.

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SARAMPO

Até meados do século XX, esta foi uma das principais causas da mortalidade infantil. Felizmente, com a descoberta da vacina, a doença foi erradicada em vários países. Porém, até esse momento, o sarampo provocou uma média de 6 milhões de mortos por ano.

Na sua origem, está o vírus Morbillivirus, de fácil transmissão, através das secreções mucosas (como a saliva, por exemplo) de indivíduos contaminados. Os seus sintomas essenciais eram: pequenas erupções avermelhadas na pele, febre alta, dor de cabeça, mal-estar e inflamação das vias respiratórias.

MALÁRIA

Na origem desta doença está o protozoário Plasmodium. É uma das patologias tropicais mais graves, com uma média de 3 milhões de mortes por ano.

A transmissão acontece pelo sangue, quando a vítima é picada pelo mosquito Anopheles, contaminado com o protozoário da malária. Esta doença destrói as células do fígado, os glóbulos vermelhos e, em alguns casos, até mesmo as artérias que levam o sangue ao cérebro. O tratamento passa pela administração de medicação que combate os sintomas.

SIDA

Esta doença foi identificada em 1981, nos Estados Unidos da América. Desde aí fez 22 milhões de mortos. O vírus HIV é transmitido através do sangue, do esperma, da secreção vaginal e/ou do leite materno. Ele destrói o sistema imunitário, fragilizando o organismo e deixando-o mais suscetível a outros vírus, bactérias, parasitas e células cancerígenas.

Desde o seu surgimento que se investiga uma cura. Até ao momento, são administrados aos pacientes medicamentos que inibem a multiplicação do vírus, embora não o eliminem do organismo.

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