Ekonomista
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01 Out, 2020 - 12:00

Os 15 países com as maiores reservas de ouro do mundo

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A julgar pelos cofres dos vários países, o metal amarelo ainda reluz. Conheça as 15 maiores reservas de ouro do mundo (Portugal está entre elas).

barras de ouro

Continua a ser um símbolo de poder e alguns países trocam este metal precioso por diferentes ativos que servem para solidificar o domínio global dessas mesmas nações. Mas afinal de contas, onde podem ser encontradas as maiores reservas de ouro do mundo?

Por ser um ativo de refúgio, o ouro tem ganho destaque nos mercados internacionais, especialmente em alturas de crise política e económica. A tendência dos bancos centrais tem sido, por isso, a de aumentar a exposição ao ouro e é expectável que assim continue nos próximos tempos.

Estas são as maiores reservas de ouro do mundo

maiores reservas de ouro do mundo

Os dados do World Gold Council são referentes a setembro de 2020 e, mais uma vez, colocam Portugal no top 15 dos países com as maiores reservas de ouro do mundo. O nosso país ocupa precisamente o 15.º lugar do ranking, que continua a ser liderado pelos Estados Unidos da América (EUA).

O Tesouro norte-americano detém acima de 8 mil toneladas de ouro, mais do dobro da Alemanha (2.º lugar), com 3,36 mil toneladas, e três vezes mais do que Itália (4.º lugar) ou a França (5.º lugar), com cerca de 2,4 mil toneladas cada.

Seguem-se a Rússia e a China que detêm, respetivamente, a quinta e sexta maiores reservas de ouro do mundo. No que diz respeito à extração do metal, é a China quem lidera o mercado mundial, de acordo com o World Gold Council.

Ainda neste top, no terceiro lugar do pódio, encontramos não um país mas uma instituição: o próprio Fundo Monetário Internacional, que concentra uma grande parte das reservas mundiais de ouro, 2,8 mil toneladas do metal, mais precisamente.

Top 15 das maiores reservas de ouro do mundo

1. EUA – 8.133,5 toneladas

2. Alemanha – 3.362,4 toneladas

3. FMI – 2.814 toneladas

4. Itália – 2.451,8 toneladas

5. França – 2.436,1 toneladas

6. Rússia – 2.299,4 toneladas

7. China – 1.948,3 toneladas

8. Suíça – 1.040 toneladas

9. Japão – 765,2 toneladas

10. Índia – 664,2 toneladas

11. Holanda – 612,5 toneladas

12. Turquia – 602,7 toneladas

13. ECB – 504,8 toneladas

14. Taiwan – 422,7 toneladas

15. Portugal – 382,5 toneladas

Desta lista constam, ainda, dois outros países de língua oficial portuguesa: o Brasil, que ocupa o 43.º lugar (67,4 toneladas), e Moçambique no 89.º (3,9 toneladas). Feitas as contas, estas nações totalizam 71,3 toneladas de ouro.

Quais as vantagens das reservas de ouro?

Durante séculos, o ouro serviu como garantia de valor e permitiu transações em períodos de grande instabilidade. Com o aparecimento da economia de mercado e dos Estados centralizados, o seu valor passou a ser mais simbólico e deixou de ser utilizado nas transações quotidianas.

Atualmente, a instabilidade do setor financeiro levou muitos investidores a manter o ouro. Com as dúvidas sobre a qualidade dos títulos de dívida pública e o pessimismo sobre as perspetivas de crescimento das empresas, este metal precioso continua a gerar interesse.

Analisando o mercado internacional, numa economia em que o aumento da taxa de inflação é uma realidade, as reservas de ouro servem para proteger a saúde financeira dos países e, dessa forma, evitar a perda do poder de compra.

Mas há mais vantagens. Este ativo é visto como uma forma de segurança, independentemente do tipo de tensões económicas ou políticas de cada país. Em alturas de crise, as reservas de ouro podem ajudar as nações a pagar ou assegurar juros de dívida mais baixos e a importar produtos.

Assim sendo, na teoria, quanto maior for a reserva de ouro de um país, maiores são as garantias para enfrentar eventuais cenários de crise.

A acumulação de reservas internacionais de ouro tem um papel fundamental em todas as economias:

  • Diminui a oscilação de preços;
  • Estabiliza as taxas de câmbio;
  • Ajuda a diminuir a especulação.

Existem dois motivos que podem levar um país a acumular reservas internacionais de ouro: para incentivar a acumulação e conter a valorização da moeda do país, estimulando dessa forma o crescimento das exportações; e garantir uma maior proteção sobre fluxos de capitais súbitos. Por isso, no cenário geopolítico, o ouro é visto como protetor tanto para a subida dos preços como para a perda do poder de compra.

A longo prazo, o ouro é considerado um ótimo protetor contra a inflação, pois quando os preços tendem a subir, o ouro também valoriza. A curto prazo, o ouro também pode proteger nos momentos mais instáveis das praças financeiras, ajudando a minorar as consequências geradas pela instabilidade dos mercados.

As origens da “relíquia bárbara”

Em 1924, o economista John Maynard Keynes apelidou o ouro de “relíquia de tempos bárbaros”. Contudo, não se sabe ao certo quando começou a exploração do ouro. De acordo com os registos históricos, os primeiros indícios remontam à pré-história. Ainda assim, foi apenas entre o século XIX e o início da Primeira Guerra Mundial que o ouro começou a ser usado como sistema monetário.

Na altura, o sistema era denominado de “padrão-ouro” e foi criado para definir o valor de uma determinada quantidade de moedas a partir do valor real do ouro.

O objetivo? Gerar uma maior harmonia na economia internacional e respetivas transações, permitindo que cada nação mantivesse uma balança comercial equilibrada através de uma base monetária consistente e com igualdade cambial.

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