Hoje em dia será complicado imaginar que um automóvel novo vem sem qualquer airbag. No entanto, a realidade é que, durante muitos anos, os veículos circulavam sem este sistema. Uma vez que é considerado um dado adquirido na aquisição de um carro, muitos não sabem como é o seu funcionamento nem se é necessário fazer alguma manutenção dos airbags.
O ato de se considerar o airbag uma componente já garantida e desvalorizada em todos os veículos tornou-se ainda mais comum a partir do momento em que os airbags deixaram de estar colocados unicamente na frente do condutor. Hoje em dia, há airbags para os restantes passageiros, para os joelhos, para as laterais e até já há os airbags exteriores (embora não sejam muito comuns por serem caros e de difícil implementação)
Porém, o funcionamento da bolsa de ar (tradução do inglês “airbag”) não se resume a uma proteção que se ativa quando há um acidente. É necessário todo um sistema complexo para saber quando e como ativar o airbag. Além disso, desvalorizar este mecanismo é insensato, uma vez que é dos sistemas de segurança mais importantes, podendo diminuir até 30 % o risco de morte em um acidente frontal.
Manutenção dos airbags: tem de a fazer?
Em termos de manutenção dos airbags não há muito que o condutor possa fazer. Os airbags não têm a necessidade de um cuidado extra. No entanto, há algumas noções importantes a ter em conta:
Os airbags têm prazo de validade
O mais importante a ter-se em conta é o prazo de validade. Os airbags têm, tal como outras componentes, um ciclo de vida. Apesar de depender de marca para marca, pode-se dizer que, ao fim de 15 anos, o funcionamento e eficácia do airbag começa a ser colocado em causa e, portanto, deve dirigir-se a uma oficina ou, preferencialmente, à marca para os substituir.
O prazo de validade do airbag está normalmente localizado no manual do veículo.
Quando compra um veículo usado troque ou verifique os airbags
Quando se compra um veículo usado e perante o desconhecimento do historial do automóvel, o melhor é pedir a um mecânico ou, novamente preferencialmente, à marca para fazer uma pequena revisão dos airbags.
Apesar de não poderem fazer a manutenção dos airbags propriamente dita, conseguem verificar se os mesmos já foram utilizados e indevidamente reparados ou se estão ainda dentro do prazo. Afinal, mais vale prevenir do que remediar.
Depois de ser usado é hora de dizer adeus
O airbag tem uma vida útil de 10 ou 15 anos. No entanto, após ser acionado, este não volta, simplesmente, ao lugar dele pronto a funcionar. Ou seja, a primeira utilização de um sistema de airbags é também a sua última. Portanto, nestes casos tem de se de trocar todo o sistema.
A luz não acende por acaso
Os computadores de bordo hoje em dia são tão avançados que conseguem perceber se há algum problema no sistema de airbags. Se este acionar, não hesite e vá ver, junto de um especialista, se é necessário trocá-los.
Como funciona o sistema de airbags?
O sistema de airbags tem o seu quê de complexidade e, se olharmos para ele não apenas como mais um componente de segurança, acaba por surpreender pela positiva.
Para que o sistema de airbags poso funcionar é necessário, em primeiro lugar, que sejam colocados em locais estratégicos acelerómetros. Como o nome indica, estes têm como objetivo medir a aceleração e a desaceleração, assim como sensores de impacto.
Além disso, há um computador central que recebe os sinais elétricos e faz uma espécie de triagem. O objetivo é evitar que os airbags sejam acionados quando alguém abre uma porta, ou se ultrapassa uma lomba, ou até em pequenos toques, também conhecidos como “beijinhos” com os para choques.
Sinal do computador
Só se o sinal que chega ao computador se enquadrar nos parâmetros de acidente, decididos por quem construiu o veículo, é que o computador envia a ordem para despoletar o processo de enchimento dos airbags.
Primeiro é enviado um sinal elétrico que aquece o filamento. Este, por outro lado, aciona o dispositivo pirotécnico. O dispositivo lança, posteriormente uma ação em cadeia acendendo uma carga de reforço, que acende as pastilhas de combustível.
Cria-se, então, uma quantidade de gás generosa, a qual ainda passa por um filtro, que tem por objetivo coar qualquer resíduo de metal ou fagulha originada pela explosão da carga pirotécnica.
O mais incrível é que apesar de complexo, todo este processo, até que o airbag fique inflado, demora entre 35 a 50 milissegundos, permitindo ser acionado antes que o condutor seja projetado ou contra o volante ou para fora do veículo.
Posso reparar o airbag?
Para terminar, optou-se por responder a uma pergunta relativamente comum e inclusive pertinente, mas cuja reposta poderá ser ambígua, dependendo da interpretação de cada um.
Afinal, se só “remendar” a bolsa pode ser que não pague tanto, não é?
Apesar de legalmente não poder reparar o airbag e de dever substituir todo o sistema após o seu uso ou quando ultrapassa o prazo de validade, a realidade é que há mecânicos que oferecem o serviço de reparação. Em teoria é possível “remendar” a bolsa de ar. Porém a sua eficácia será sempre afetada.