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Máscaras cirúrgicas e as reutilizáveis de tecido podem não oferecer a melhor proteção contra a variante Ómicron, que já é dominante em Portugal. De acordo com quem entende do assunto, à medida que o vírus torna-se mais contagioso, é preciso reforçar a proteção.
Entenda os riscos e saiba quais máscaras são mais adequadas ao atual momento da epidemia de covid-19 no mundo.
Máscaras cirúrgicas e de tecido não são as mais adequadas contra Ómicron
Diante das muitas incertezas às quais o novo coronavírus, e as suas variantes, nos habituaram, os cientistas têm uma afirmação a fazer sem margem para dúvidas: a Ómicron é mais transmissível e pede medidas adicionais no que diz respeito à proteção individual.
Com a explosão de casos que se vê um pouco por todo o mundo, surge uma questão importante: as máscaras mais utilizadas no dia a dia de todos, a cirúrgica e as reutilizáveis de tecido, serão suficientes para travar o ritmo de contágios? Para alguns especialistas que já falaram publicamente sobre o tema a resposta é não.
O pesquisador Vitor Mori, da Universidade de Vermont, é um dos especialistas que defendem mais eficácia na proteção individual. Citado pelo jornal brasileiro O Globo, Mori explicou que, apesar de ser observado um mesmo padrão na forma como é transmitido, o vírus SARS-CoV-2 tem variáveis que não foram dimensionadas na totalidade.
Ainda não se sabe até que ponto pessoas infectadas transportam mais vírus, nem se a localização desta carga viral torna mais fácil o caminho das vias respiratórias superiores para o exterior. Também é uma incógnita se a quantidade de carga viral necessária para provocar a infecção é menor ou maior, consoante a variante.
Dito isto, o especialista aconselha que:
Sendo a variante Ómicron mais transmissível, é natural que esperemos que as medidas de proteção acompanhem o risco acrescido de contágio. Assim, passa a fazer sentido utilizar uma máscara de proteção individual melhor.
Qual máscara é mais eficaz contra a Ómicron?
De acordo com Vitor Mori, a máscara mais segura no combate à variante Ómicron é o tipo FFP2 – de preferência, o modelo com a faixa a passar ao redor da cabeça, mas também a que prende atrás das orelhas é uma boa opção. Em segundo lugar, a escolha deve recair sobre o tipo N95 ou KN95, modelos equivalentes ao FFP2 – porém, no último caso, muitas vezes estão à venda sem os mesmos certificados.
Importa referir que estas máscaras, apesar de mais caras, podem ser reutilizadas com segurança algumas vezes, desde que não estejam húmidas.
Estas máscaras são facilmente encontradas à venda em farmácias e lojas de material de construção.
Se nenhuma destas opções estiver acessível, o pesquisador que acompanha a evolução da pandemia aconselha a utilização da máscara cirúrgica em conjunto com uma de tecido, esta última a ser usada por cima. A cirúrgica vai filtrar e a de tecido vai servir para ajustá-la melhor.
Como última opção, Mori recomenda a utilização de uma máscara cirúrgica bem ajustada ou, no caso das máscaras de tecido, uma sobreposição de, no mínimo, duas camadas.
Ainda assim, é preciso deixar claro que a utilização da sobreposição das máscaras cirúrgicas e de tecido representa alto risco de contágio, sobretudo em espaços fechados onde não é possível manter o distanciamento social adequado.
As melhores formas de proteger-se contra a Ómicron
FFP2. As máscaras FFP2 são confecionadas através de camadas menos porosas e retêm 95% das partículas virais suspensas no ar – além de oferecerem um melhor ajuste. Na Áustria este modelo já é obrigatório nas ruas, para travar os contágios pela variante Ómicron.
N95 e KN95. O modelo N95 é o norteamericano correspondente ao FFP2, enquanto o KN95 é o idêntico, mas asiático. Este último teve a certificação de vários modelos barrada no mundo, por não corresponder ao padrão exigido de filtragem de partículas (95%).
Máscara cirúrgica + máscara de tecido reutilizável. Esta é uma combinação já estudada. De acordo com o Centro de Controlo de Doenças dos EUA, utilizar os dois modelos em conjunto permite ajustar melhor e, assim, reduzir em até 95% a exposição a partículas do vírus. Quando usadas em separado, esta eficácia fica situada em 40% ou 50%.