Se há discussão que parece não ter fim é a dos preços dos medicamentos, muitos extremamente necessários e indispensáveis para a sobrevivência e bem-estar de algumas pessoas. Os pacientes com doenças raras são, provavelmente, os mais afetados pelos valores pedidos pela indústria farmacêutica, deixando-os com poucas ou nenhumas alternativas. E como nem só de paracetamol, gotas para o nariz e cremes para o eczema se faz uma farmácia, chegou a altura de ficar a conhecer os medicamentos mais caros do mundo e perceber os valores por trás das grandes empresas desta indústria.
Os medicamentos são um dos principais constituintes de um sistema de saúde, na medida em que muitas doenças se tratam com a utilização de fármacos. De facto, mesmo quando existe a necessidade de intervenções cirúrgicas é bastante frequente recorrer-se a medicamentos na fase de recuperação. Isto significa que os fármacos, cada vez mais seguros e eficazes, são de tal forma importantes que a procura está sempre garantida – o que, claro, afeta o preço de venda.
Quais são os medicamentos mais caros do mundo
Para a maior parte das pessoas, as idas à farmácia para comprar um antigripal ou um medicamento para a dor de cabeção são as únicas alturas em que pensam sobre o preço que estão a pagar pelos fármacos. Contudo, não há como fugir ao valor pedido, já que os medicamentos têm vindo a tornar-se cada vez mais importantes com o passar do tempo por, em diversos casos, garantirem o aumento da sobrevivência – mesmo no que se refere à idade (é mais difícil viver dos 80 aos 85 anos do que dos 30 aos 35 anos).
Uma coisa é certa: a indústria farmacêutica, que inclui a criação e venda de medicamentos, é muito grande e permite que as empresas que dela fazem parte tenham lucros de biliões todos os anos. Só em 2018 espera-se que as receitas provenientes da venda de medicamentos a nível mundial ultrapassem 1 trilião de dólares.
Problema? Alguns fármacos, especialmente os destinados às doenças mais raras, chegam a ultrapassar valores de centenas e milhares – o que não está ao alcance de muita gente. Assim, para grande parte das pessoas, as únicas hipóteses são as empresas de seguros, que muitas vezes não cobrem sequer a maior parte dos custos, ou organizações não governamentais e programas de saúde que prestam auxílio neste sentido.
7 medicamentos mais caros do mundo
1. Glybera
O primeiro medicamento do ocidente a utilizar terapia genética, Glybera, é o fármaco mais caro do mundo, com um custo de 1,1 milhões de euros por paciente. Produzida pela UniQure, uma empresa holandesa, esta droga tem como objetivo tratar a deficiência familiar da lipoproteína lípase, uma doença rara e genética que faz com que o sangue fique entupido com gordura.
Cada paciente precisa de cerca de 42 injeções, o que equivale a 21 frascos do medicamento. O elevado preço do tratamento reside no facto de cada frasco custar 53 mil euros.
2. Soliris
Utilizado para tratar Hemoglobinúria Paroxística Noturna, uma condição genética e rara que resulta na alteração na membrana das hemácias, este medicamento pode custar até 605 mil euros por ano. A doença, que afeta menos de 10 mil pessoas no mundo, provoca anemia, infeções e coágulos.
3. Acthar
Embora geralmente seja prescrito com o intuito de tratar espasmos e convulsões em crianças até aos 2 anos, Acthar pode também ser utilizado para contrariar algumas condições na idade adulta. Infelizmente, este medicamento custa mais de 170 mil euros por ano aos pacientes.
4. Naglazyme
Naglazyme é utilizado para tratar a Síndrome de Maroteaux-Lamy, uma condição que tem efeito nos tecidos, graças a uma deficiência celular. Os sintomas mais comuns vão desde baixa estatura até problemas respiratórios, passando por doenças cardíacas, rigidez muscular, deformações faciais e problemas ósseos. O medicamento custa 315 mil euros.
5. Folotyn
Desenvolvido para tratar a Leucemia de Células T, um cancro raro, o Folotyn funciona como um tratamento de último recurso. Com uma duração de 6 semanas, este tratamento custa mais de 276 mil euros e é utilizado apenas em circunstâncias extremas.
6. Myozyme
Myozyme é utilizado no tratamento da Doença de Pompe, uma condição rara e, por vezes, fatal, que ataca o coração e os músculos – no caso do paciente ser uma criança, a taxa de mortalidade aumenta. Este fármaco é constituído por uma enzima que, segundo alguns estudos, aumenta a taxa de sobrevivência e permite que os pacientes sejam menos dependentes do ventilador para respirar. Contudo, o seu custo é tudo menos agradável: podem ser necessários entre 86 mil e 260 mil euros anualmente.
7. Elaprase
Elaprase foi criado para tratar a Síndrome de Hunter, uma doença tão rara que, por exemplo, nos Estados Unidos da América são conhecidos apenas 500 casos. Esta condição afeta o normal funcionamento do cérebro e inibe o desenvolvimento físico. Infelizmente, o fármaco tem um custo anual de mais de 430 mil euros.
Veja também: