A melatonina é uma hormona produzida pelo nosso corpo, mas também um suplemento alimentar que pode ser vendido sob a forma de comprimidos ou de gotas.
Contudo, isso não significa que todas as pessoas devam consumir esta substância. A toma não controlada da melatonina pode ser prejudicial e, por isso, convém ficar a perceber bem de que se trata este suplemento alimentar e a quem se destina.
O que é a melatonina?
Importa começar por dizer que a melatonina é uma hormona que é naturalmente produzida pelo nosso cérebro, mais concretamente pela glândula pineal. Esta hormona regula o nosso ritmo circadiano, ou seja, o nosso “relógio biológico”, o qual nos indica se é hora de acordar ou de dormir.
Além disso, a melatonina é capaz de interferir no humor, na temperatura corporal, na reprodução e no sistema imunitário, possuindo ainda propriedades antioxidantes.
Assim, não é de surpreender que a melatonina seja produzida em maior quantidade pelo nosso organismo à noite, pois esta é um meio de informar o nosso corpo de que está na altura de ir descansar.
Os suplementos de melatonina
Tendo em conta que o nosso corpo produz, normalmente, melatonina, a toma de suplementos desta hormona só se justifica em casos muito particulares e que não se prendem com problemas de sono como as insónias, por exemplo.
A suplementação apenas se justifica se houver complicações no ritmo circadiano, tais como descrevemos abaixo.
- Sentir dificuldades no ciclo de sono-vigília (por exemplo como acontece na síndrome do atraso das fases do sono (SAFS), em que o ciclo de sono-vigília sofre um atraso de 3 a 6 horas).
- Sofrer de determinados tipos de doenças neurodegenerativas ou psiquiátricas.
- Estar em jet lag.
Nas situações anteriormente enumeradas, o uso de suplementos de melatonina pode, realmente, ser equacionado, sendo que é importante complementar a sua toma com a exposição à luz solar, de forma a que o organismo volte a regular os seus níveis de produção melatonina.
Isto, porque os ambientes escuros favorecem a produção de melatonina, enquanto os ambientes luminosos reduzem a produção desta hormona. E, quando falamos em ambientes luminosos, falamos não só de ambientes com luz natural, como também de ambientes com luz artificial (luz azul), que é emitida por diversos aparelhos eletrónicos.
Daí, não ser aconselhável ver televisão ou estar no computador nas horas antes de ir dormir, mas sim optar por uma iluminação mais fraca e com cores mais quentes.
Precauções a ter
No geral, recomenda-se que a toma destes suplementos (tal como de outros) seja precedida de uma consulta com um especialista, capaz de avaliar e diagnosticar corretamente o problema e indicar o modo de tratamento mais indicado (dosagem necessária e hora de toma mais apropriada).
Contudo, este estudo clínico nem sempre é simples de realizar, uma vez que não é fácil determinar quais os níveis normais de melatonina, dado que os valores de referência desta hormona vão variando ao longo do dia e ao longo da vida, nomeadamente com o processo de envelhecimento.
No entanto, há que ter em conta que nunca se deve tomar mais de 0,21 mg/dia de melatonina, assim como se deve evitar a administração deste suplemento a crianças, lactantes e gestantes, a menos que tal seja aconselhado por um médico.
Portanto, antes de adquirir qualquer suplemento de melatonina, conver com o seu médico de família, de modo a perceber se, realmente, precisa de fazer esta suplementação, pois ela não representa uma solução universal para todos os problemas de sono.