Os melhores carros de rally de sempre são difíceis de reunir. Os adeptos do desporto das quatro rodas são milhões e a competição automóvel existe há imensos anos.
Aliás, a competição, não necessariamente como a conhecemos atualmente, tem acompanhado os automóveis quase desde o seu nascimento.
Reunimos aqui alguns modelos que são considerados, sem dúvida, dos melhores carros de rally de sempre. Aqueles que fizeram vibrar pilotos, equipas, marcas e entusiastas da competição em quatro rodas, um pouco por todo o mundo.
Cada um dos leitores juntaria mais um ou dois ou três carros de rally a esta lista e tornar-se-ia um compêndio rico em carros que se destacaram por diversas razões.
Aqui ficam, então, alguns dos mais emblemáticos das últimas décadas.
9 melhores carros de rally de sempre, para fãs do desporto automóvel
Alpine A110
Este é um dos melhores carros de rally de sempre e dos mais antigos desta lista, tendo vingado nos anos de 1960 e 1970. Muitos dos leitores ainda não eram nascidos, ou não têm memória deste Alpine, que ainda hoje é recordado como um dos melhores carros de rally de sempre.
O Alpine A110 foi o vencedor na primeira edição do Campeonato Mundial de Ralis, em 1973, ano em que também venceu o rali de Portugal. Também conhecido como Berlinette, o Alpine A110 sagrou-se campeão de ralis em França por diversas vezes, com a primeira vitória ainda em 1968.
O Alpine A110 tinha carroçaria em fibra de vidro, iniciou carreira com motor 1.6 e passou para 1.8 no início de 1970. Na época seguinte, regressou aos 1,6 litros, na altura já com sobrealimentação.
Audi Quattro
O primeiro carro de tração integral no mundo dos ralis veio mudar este desporto automóvel para sempre. O Audi Quattro tinha um tipo de transmissão dispendioso e com fiabilidade ainda por testar e não era bem aceite no meio da competição.
Para além disso, o sistema quattro nem sequer fora pensado para condições tão exigentes, pois foi herdado do Volkswagen Iltis, para incursões fora de estrada.
Apesar de ser aplicado num carro que nasceu com tração dianteira, o sistema quattro tornou o Audi uma lapa, catapultada por um cinco cilindros turboalimentado, tecnologia que também estava a dar os primeiros passos no início dos anos 80. O Audi Quattro de 1981 tinha motor 2.1, com potência de 300 a 320 cavalos.
O imaginário em torno deste carro ficou colado às versões mais potentes do Grupo B, com o Quattro S1 conhecido como “A Besta”, pelo perigo associado e pela dificuldade na condução dum carro cuja potência chegava aos 600 cavalos.
Lancia Delta
Para muitos, o Lancia Delta é “O carro de rally” e o melhor representante da marca, infelizmente já extinta. O Delta obteve enorme sucesso na competição e fez bater muitos corações entusiastas de rally e do mundo automóvel.
O Delta era construído pela Martini Lancia para competir no Grupo A, tendo substituído o Delta S4, do Grupo B.
O Lancia Delta foi o carro recordista em campeonatos mundiais de ralis, com 46 vitórias, 6 delas seguidas, de 1987 a 1992. O peso reduzido e a tração integral foram essenciais para o Delta se impor perante a concorrência, apesar de muitas outras falhas que tiveram que ser colmatadas, ao longo do tempo.
O motor 2.0 desenvolvia 240 cavalos em 1987, quando surgiu o Delta HF 4WD, tendo evoluído até aos 390 cavalos do Integrale Evoluzione, também conhecido como Deltona, já em 1992.
Esta foi a última renovação de peso no Delta, com a reconhecida carroçaria alargada, jantes e travões de maiores dimensões e suspensão melhorada. O Lancoa Delta foi, sem dúvida, um dos melhores carros de rally de sempre.
Lancia Stratos HF
Recuando alguns anos, mas ainda no seio da marca italiana, o Lancia Stratos HF foi outra das máquinas relembradas até hoje. O Stratos venceu os campeonatos do mundo de ralis nos anos 1974, 1975 e 1976.
O carro desenhado por Bertone era pequeno e leve e de altura muito reduzida. Diz-se que o carro passou por baixo da barreira, à entrada da fábrica da Lancia, quando Bertone apareceu para mostrar o carro que a marca, na altura, ainda não conhecia.
O objetivo era apresentar um carro que substituísse o Lancia Fulvia, base utilizada para montar a carroçaria. O protótipo do Stratos foi apresentado em 1971, no salão de Turim. O projeto era desenvolvido por Bertone e Marcelo Gandini, o responsável pelo design do Lamborghini Miura e que estava a trabalhar no Countach.
O Lancia Stratos HF tinha três propostas mecânicas: o motor do Fulvia, o motor do Lancia Beta e o motor do Ferrari Dino, propulsor ideal para o Stratos. Só após o fim do Dino é que Enzo Ferrari permitiu a utilização do V6 2.4 de 190 cavalos por parte da Lancia.
Começaria, então, a produção das 500 unidades necessárias para Grupo 4. Com peso entre os 900 e os 950 kg, o Stratos tinha uma potência de 275 cavalos, na primeira versão de 12 válvulas, e 320 cavalos na versão de 24 válvulas. No Grupo 5, houve dois Stratos com 500 cavalos de potência.
Mitsubishi Lancer Evolution
O Mitsubishi Lancer Evolution é também considerado outro dos maiores carros de rally de sempre, levando o sucesso aos modelos de série, que sempre gozaram da imagem de robustez e fiabilidade. Para os seguidores do desporto automóvel, o nome Evolution é sinónimo de tecnologia e eficácia.
A marca dos três diamantes levou a melhor com o Lancer Evo desde 1996 a 1999, sagrando-se campeã mundial de construtores. O motor de 2 litros e o eficaz sistema de tração integral permitiram à Mitsubishi construir um percurso consistente nas provas de rally, desde as primeiras gerações do Evo – em 1993 – até 1999.
Morris Mini Cooper
O Mini seria um dos carros mais improváveis para vencer ralis mas, segundo algumas informações, o carro idealizado por Alec Issigonis alcançou mais de 150 vitórias em competições. Aquela em que o pequeno carro ofuscou os demais foi o rally de Monte Carlo.
O carro preparado por John Cooper tinha motor 1.275cc, do qual conseguia extrair uma potência de 180 cavalos. Apesar das adversidades, o peso reduzido e a agilidade do Mini fizeram toda a diferença nos pisos gelados de Monte Carlo, competição que venceu em 1964, 1965 e 1966.
Apesar deste ser o feito mais destacado na carreira desportivo do Morris Mini, este carro venceu também, anos antes, o rali de Baden Baden e o rali das Tulipas, aí com uma equipa feminina.
Peugeot 205 T16
Integrado nos “monstros” do Grupo B, o Peugeot 205 T16 tinha tração integral e debitava cerca de 350 cavalos (até 1985) e 450 cavalos (e mais) no período seguinte.
Estes valores de potência associados ao baixo peso e elevada agilidade permitiam elevado nível de competitividade do 205 e valeram à Peugeot o título de campeão do mundo em 1985 e 1986.
Além dos rallys mundiais, o Peugeot participou também em provas como Paris-Dakar e Pikes Peak.
Subaru Impreza
Apesar de participar em provas mundiais desde 1980, foi a partir de 1989 que a Subaru se tornou conhecida nos campeonatos mundiais, com o Impreza a tornar-se outro dos melhores carros de rally de sempre.
A equipa STi juntou-se à Prodrive no desenvolvimento dos carros de competição, parceria que deu frutos diversas vezes, com destaque para a conquista do título mundial de construtores durante três anos consecutivos: 1995, 1996 e 1997.
A Subaru, rival direta dos Evolution, foi uma das marcas com mais tempo no WRC a manter-se competitiva, até deixar a modalidade em 2008.
Toyota Celica
Em 1988, o Celica GT Four, de tração integral, foi apresentado ao mundo rally, na Córsega. A Toyota viria a destacar-se com um percurso de vitórias, quer na primeira geração do Celica (ST165), quer com a segunda (ST185), com o conhecido Celica Turbo 4WD, ou seja, o Celica GT Four.
O Celica foi o primeiro carro a terminar o reinado das marcas europeias no mundo dos ralis, com a Toyota a conquistar o título de campeã mundial de construtores, em 1993 e 1994. O motor 2.0 do ST185 produzia 300 cavalos.
Entre as várias vitórias, inclusive no rali de Portugal em 1991 e 1994, o GT Four foi vencedor do rally Safari, em 1995.