Paula Carvalho
Paula Carvalho
19 Dez, 2015 - 06:30

Os 6 melhores filmes de 2015

Paula Carvalho

O ano está prestes a acabar e a altura não podia ser melhor para identificar as obras cinematográficas que mais se destacaram. Descubra aqui os 6 melhores filmes de 2015.

Os 6 melhores filmes de 2015

Estamos em dezembro e esta é a altura perfeita para selecionar os melhores filmes de 2015, apresentando-lhe sugestões para ver nas férias, seja no cinema ou quando estiver a relaxar por casa. Tendo já tido acesso à maior parte das obras cinematográficas que a sétima arte desenvolveu este ano, torna-se bem mais fácil criar uma listagem exata, certeira e final, tal como nós gostamos!

Mais uma vez, e como já vem sendo habitual, decidimos facilitar a sua escolha. Assim, agrupámos as nossas por género, o que levou a uma lista bastante eclética e animada. Entre drama, comédia, ficção científica, terror e até animação, esperamos que encontre a sua opção na nossa seleção dos 6 melhores filmes de 2015. Divirta-se!

Os melhores filmes de 2015 

1. O melhor – “Birdman”, Alejandro González Iñárritu

“Birdman” é um verdadeiro espetáculo visual de mestria cinematográfica, belíssimo e hilariante, no qual acompanhamos o desenvolvimento da ação naquilo que parece ser um único take, desde o início até praticamente ao final do filme: inacreditável e de tirar o fôlego. Num equilíbrio imprevisível, ainda que assumidamente fatalista e comandado por um destino que parece inevitável, nesta obra prima do incomparável Iñárritu, vemos ainda Michael Keaton dar a “performance da sua carreira”. 

Casting melhor não poderia ter havido: quem poderia interpretar com tal brilhantismo um ator que sofre com a perda da fama e prestígio após ter abandonado, por escolha própria, um franchising de sucesso? Um ator que fez exatamente o mesmo, obviamente – no caso de Keaton, com a saga “Batman”. Se a isso juntarmos estrelas como Edward Norton, Emma Stone, Naomi Watts ou Zach Galifianakis, com interpretaçõe absolutamente intocáveis… encontramos o melhor filme de 2015.

2. Drama – “Still Alice”, Richard Glatzer e Wash Westmoreland

Este é um belo e pungente drama, para ver com uma caixa de lenços de papel ao lado. Julianne Moore venceu um muito merecido Oscar pela melhor performance da sua carreira, como Alice, uma professora a quem foi diagnosticado Alzheimer precoce logo após o seu 50º aniversário. Apesar de haver interações climáticas entre a trágica heroína e as pessoas do seu espetro familiar, a quem dão vida, por exemplo, Alec Baldwin, Kate Bosworth e Kristen Stewart, a mais perturbadora e intensa é dela consigo mesma.

É que Alice, ainda no início controlado da doença, fez um vídeo dirigido a si própria, não só como uma forma camuflada de auxiliar a família a lidar com a perda e com a dor, mas também como uma mensagem de amor para o seu futuro “eu”. Este “diálogo” entre as duas facetas da malfadada professora, antes e depois da doença de instalar, é verdadeiramente intenso, delicado e muitíssimo triste. Uma pérola de interpretação.

3. Ação – “Mad Max: Estrada da Fúria”, George Miller

Voltamos ao mundo apocalíptico de Mad Max e o regresso não podia ser mais intenso ou tresloucado! Com ação ininterrupta do princípio ao fim, uma banda sonora da qual não se consegue dissociar um ruído ensurdecedor e um elenco composto pelas mais excêntricas personagens, este filme acaba, no entanto, por revelar também um toque emocional. Este provém da relação entre Mad Max, o musculado Tom Hardy, e Imperator Furiosa, uma soldado implacável protagonizada por soberba Charlize Theron, que, contra todas as expectativas, acaba por assumir o papel de “macho alfa” ao longo do filme.

A história desenvolve-se a partir da fuga das cinco mulheres de Immortan Joe, o líder de uma cidadela deserta, que as mantinha presas à força numa torre, até que uma delas lhe desse um herdeiro saudável. Max vê-se envolvido nessa fuga, à qual o tirano tentará por fim pessoalmente, numa perseguição estonteante. E é só isto. Mas a forma como “isto” nos é apresentado… que verdadeiro delírio visual, que soco no estômago, que forma incrível de quebrar as mais instituídas convenções do que é esperado e do politicamente correto!

4. Comédia / Animação – “Divertida Mente”, Pete Docter e Ronaldo Del Carmen

Este lindíssimo filme da Pixar tem lugar no interior da cabeça de uma menina de 11 anos, Riley, com as suas emoções, Alegria, Tristeza, Nojinho, Medo e Raiva, todas a lutarem pelo protagonismo. Divertido, inteligente e muito emocional, este filme tanto desperta gargalhadas como profundos soluços e lágrimas no canto do olho.

A grande lição que se pretende passar é a de que as emoções que tendemos a encarar como negativas são reações vitais e extremamente humanas a quaisquer circunstâncias menos boas. Por exemplo, alegria e tristeza não são inimigas, mas aliadas, e poucos filmes o expressam de forma tão imaginativa, elegante e perspicaz como este. Não tendo propriamente o final que a Alegria pretendia, a viagem de “Divertida Mente” mostra-nos que a infância não pode durar para sempre, mas que isso não é necessariamente mau…

5. Ficção científica – “Ex-Machina: Instinto artificial”, Alex Garland

Este drama deixou todos os que o viram um pouco perturbados e a pensar nas implicações sugeridas pelo impecável enredo. De facto, apesar de ter corrido o risco de vir a ser apenas “mais um” filme de ficção científica, uma espécie de Frankenstein para a geração da Internet, “Ex-Machina” conseguiu elevar-se bastante acima deste patamar, colocando importantes questões, profundas e verdadeiramente desconcertantes, sobre a relação entre humanos e máquinas. E, obviamente, tornando-se um dos melhores filmes de 2015.

Em traços gerais, trata-se da história de um jovem programador que é convidado por um génio que vive em reclusão para o ajudar a testar as capacidades de Ava, uma robot humanoide dotada de inteligência artificial. Com o desenrolar da ação, forma-se uma relação um pouco forte, perturbadora e questionável entre os dois últimos, transformando o filme num conto negro sobre a moralidade e ética da AI. Imperdível.

6. Terror – “Corrente do mal”, David Robert Mitchell

Este filme indie veio quebrar uma certa rotina e falta de imaginação em que os filmes deste género se encontravam. Apesar de tratar mais uma vez da aparentemente inquebrável relação entre sexo adolescente e terríveis mortes ou inescapáveis maldições, a abordagem do guião é de tal forma inteligente, tensa e sangrenta, que o resultado final se apresenta como fresco e verdadeiramente assustador. O sonho de qualquer fã do terror, portanto.

O sexo é utilizado quase como fio condutor, funcionando como maldição, arma, subterfúgio e pura forma de satisfação, sendo que o filme parece dar simultaneamente razões para se abster e para se entregar ao desejo, conforme o momento em causa. Basicamente, a história assenta numa espécie de doença sexualmente transmissível, que assume a forma de um demónio, um predador que nós nunca conseguimos ver, mas que podemos acompanhar, à medida que se move, lentamente, em perseguição das suas vítimas. Resta dizer que “Corrente do mal” foi um sucesso em Cannes.



Existirão muitos outros filmes dignos de referência mas, para nós, estes são os melhores filmes de 2015. Esperamos que concorde e que se predisponha a ver ou a rever cada um deles, escolhendo o género de acordo com o estado de espírito em que se encontra. Boas fitas e muitas pipocas!


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