Ekonomista
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07 Mai, 2018 - 12:57

Os melhores livros de não-ficção: 10 viagens obrigatórias pela leitura

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Na lista dos melhores livros de não-ficção poderá encontrar variadíssimas sugestões de leitura e uma coisa é certa: qualquer que seja a sua escolha de leitura, vai descobrir muito sobre o mundo.

Os melhores livros de não-ficção: 10 viagens obrigatórias pela leitura

Esta lista de livros de não-ficção é para quem se interessa pelos temas fraturantes da atualidade ou tem curiosidade sobre os marcos do passado. Aí vai, com a nossa ajuda, vai ter acesso a títulos incríveis e de leitura obrigatória para quem quer saber mais sobre o mundo. Do mais antigo ao mais recente, com uma certeza pode contar: qualquer que seja a sua escolha, vai ser uma leitura transformadora.

Top 10 dos melhores livros de não-ficção

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1. Os Dez Dias que Abalaram o Mundo, de John Reed (1919)

John Reed era um jornalista, ativista político e poeta de nacionalidade americana, que acompanhou de perto e documentou a Revolução Bolchevique em 1917, desde Petrogrado (atual São Petersburgo). Dessa circunstância, surgiu este grande livro de não-ficção, um dos mais importantes de sempre.

Em março desse ano, a Rússia imperial czarista já havia sido deposta, e à frente do país estava o governo provisório do socialista revolucionário Alexander Kerenski, que havia prometido paz, terra e pão. Tendo se aliado aos burgueses (tacitamente ligados à monarquia czarista), Kerenski servia-se do exército para reprimir a ocupação das terras dos latifundários por camponeses esfaimados, o que resultou num crescente mal-estar social, e que culminou na revolução bolchevique. Em novembro, Lenin encoraja as massas a expulsarem Kerenski do poder, e que o poder seja dado aos soviets (ou conselhos populares); eventualmente, é isso que acontece.

Ora, o relato de Reed é muito rico e um importante documento histórico. Ao ser escrito à medida que os acontecimentos se iam sucedendo – acrescentando ainda artigos de jornais, transcrições de discursos e entrevistas -, o autor pintou uma narrativa muito envolvente de um dos mais marcantes acontecimentos do século passado.

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2.Um Quarto Só Para Si, de Virginia Wolf (1929)

“Um Quarto Só Para Si” é um ensaio, baseado em duas conferências sobre o tema “Mulheres e Ficção” e é um clássico do feminismo.

Aqui, Virgina Wolf faz uma reflexão sobre o papel da mulher na literatura. Ela alude a várias escritoras, como Jane Austen, as irmãs Charllotte e Emily Brontë, e expõe as dificuldades acrescidas que uma mulher vivenciava para que pudesse escrever “seriamente”.

Antes dessas autoras, a presença feminina na literatura era próxima da nulidade, reflexo duma sociedade profundamente patriarcal. Pois, se a mulher gozasse de independência económica, liberdade intelectual, da mesma educação que um homem e não fosse desdenhada por querer escrever, então o seu potencial poderia ser reconhecido e trabalhado.

É um livro curto e muito interessante, que nos lembra o caminho que se trilhou em direção à igualdade de género e o que ainda está por trilhar.

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3. Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, de Dale Carnegie (1936)

Dale Carnegie nasceu em 1888, num vilarejo do Missouri, numa família de agricultores. Muito trabalhador, com queda para a comunicação e experiência como comercial, ficou famoso pelos seus “treinos” na arte de falar em público.

E por que é que é importante saber comunicar em público, ou comunicar simplesmente? Porque muito do nosso sucesso depende das nossas soft skills, o conhecimento técnico não é tudo. É preciso saber conseguir fazer amigos, ouvir o outro, saber inspirar e liderar. E aqui são dadas dicas preciosas para desenvolvermos estas capacidades relacionais.

Este livro de não-ficção é uma leitura obrigatória para quem pretender melhorar a impressão que os outros têm de si, ou se quiser ser mais convincente e liderar sem criar tensões desnecessárias.

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4. A Sociedade Aberta e os Seus Inimigos, de Karl Popper (1945)

Esta obra de natureza filosófico-política foi concebida durante a Segunda Guerra Mundial e foi, para Popper, o seu esforço de guerra contra os totalitarismos nazi e comunista.

Neste livro, o filósofo desenvolve uma visão crítica do historicismo, atacando as visões de Platão, Hegel e Marx, que não seriam compatíveis com os seus ideiais de uma sociedade aberta, de uma responsabilização individual e de uma democracia liberal.

Volta e meia este ensaio é repescado, normalmente seguindo uma linha de pensamento de que a sociedade aberta e as democracias estão a ser sabotadas, ora por terroristas, ora pelo Presidente Trump, ora pelo regime russo. Por isso, quando puder, deve mesmo fazer esta leitura.

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5. A Dupla Hélice, de James D. Watson (1968)

Em colaboração com Francis Crick, o biólogo James Watson descodificou a estrutura em dupla hélice da molécula do ADN, a molécula da vida e do património genético.

Neste livro de não-ficção e de cunho autobiográfico, olhamos o desenrolar dos acontecimentos desde a perspetiva de Watson; sentimos as impressões que ele tem dos seus colegas como nossas, e assistimos ao fervilhar de ideias entre eles como se fôssemos um deles!
Se divulgação científica é do seu agrado então esta é uma sugestão que deve considerar.

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6. Orientalismo, de Edward W. Said (1978)

Edward Said nasceu no Mandato Britânico da Palestina em 1935, no seio de uma família de árabes cristãos, foi educado à inglesa no Cairo, e tinha passaporte americano porque o pai havia servido o exército dos EUA na Primeira Guerra. Não tinha uma identidade única – tinha várias!-, o que provavelmente teve impacto nas suas relações interpessoais e na escolha de carreira: um académico dedicado à Literatura Comparada. Ele tornou-se famoso quando publicou “Orientalismo”- uma obra sobre imperialismo cultural-, que foi recebido com muita controvérsia pela academia.

Nesta obra, Said tenta indicar o âmbito de pensamento e de acção abrangida pela palavra orientalismo, desde a sua origem – séc. II AC, por gregos e persas- até à altura em que escreveu o livro, tendo em conta, sobretudo, a erudição britânica e a francesa. Ao utilizar vários exemplos literários de contextos temporais diferentes, o autor procura defender a sua tese (discutível) que o oriental- o outro, o fraco, o irracional, o depravado, o inferior- não tinha controlo sobre a sua identidade; era o ocidental- o nós, o racional, o virtuoso, o forte, o superior- quem o definia, numa atitude paternalista e condescendente.

Apesar das críticas e o enviesamento das fontes, este é um dos livros de não-ficção mais marcantes do século passado, e que não deve deixar de ler.

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7. Breve História do Tempo, de Stephen Hawkings (1988)

Este livro de não-ficção é um marco da divulgação científica e um verdadeiro sucesso de vendas, especialmente levando em conta o género.

Escrito em linguagem acessível e em tom divertido, o físico teórico Stephen Hawkings aborda vários conceitos da cosmologia física. Se gostaria de perceber os debates e descobertas à volta do tempo e do espaço, o efeito Doppler e o Big Bang, este livro é obrigatório.

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8. No Logo – o Poder das Marcas, de Naomi Klein (1999)

Neste ensaio, Naomi Klein analisa a influência das marcas na sociedade atual. A sua tese é que, assim que as pessoas conhecem verdadeiramente as práticas empresariais (leia-se abusivas), a sua oposição em relação às marcas aumenta.

As grandes empresas, além do produto, vendem ideais e estilos de vida. Por isso, desde que a sua marca figure no produto, a sua produção pode ser em qualquer local, ao custo mais baixo possível. E se, para garantir isso, for preciso fechar os olhos a práticas menos éticas, então assim seja. Além de que colonizam o espaço público com a sua publicidade constante e omnipresente.

Não é de espantar que vários movimentos de reacção à globalização tenham surgido, desde manifestações contra condições de trabalho precárias até às preocupações ecológicas causadas pelo consumo desmedido a que as marcas incitam.

O livro de Klein caiu quase como uma bomba e, por causa dele, a autora foi alvo de críticas de muitas frentes. Pelos exemplos que dá e pela comoção que gerou, a leitura deste livro de não-ficção é, ainda hoje, obrigatória.

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9. O Ano do Pensamento Mágico, de Joan Didion (2005)

Quando a filha estava em coma, Joan Didion perdeu o marido John inesperadamente. Era o jantar anterior à véspera do ano novo. Sentaram-se os dois à mesa para jantar, mas só ela é que se voltou a levantar. Da dor e do luto nasceu este ensaio, que descreve à lupa os seus sentimentos do ano que se seguiu.

A morte é irreversível. Racionalmente, toda a gente sabe isso… Mas, quando confrontada com a ausência do marido, Didion percebe que, inconscientemente, agia como se fosse sua missão trazê-lo de volta. Durante muito tempo foi incapaz de se desfazer das roupas de John, não fosse ele precisar… E é este o tal pensamento mágico: a observação de comportamentos e rituais na esperança de evitar o inevitável.

Este é, sem dúvida, um dos livros de não-ficção mais poderoso da nossa lista.

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10. A Sexta Extinção, de Elizabeth Kolbert (2015)

Pensa-se que, desde que há vida na Terra, houve cinco períodos de extinção em massa de espécies. A última terá sido no final do Cretáceo, a que dizimou os dinossauros. Elizabeth Kolbert defende que a nossa era geológica- o Antropoceno- está a entrar numa espiral de decadência e que é a acção do Homem que está a conduzir a um novo período de extinções em massa.

A primeira evidência do nosso potencial destrutivo parece vir da caça até ao desaparecimento dos mastodontes há mais de 10 000 anos atrás. Mas desde a revolução industrial que a atividade antropogénica tem causado graves desequilíbrios no planeta: alteração dos níveis de CO2 na atmosfera, aumento da temperatura média, destruição de habitats e de espécies animais e vegetais.

Pela premência do tema e pela qualidade dos argumentos históricos e científicos, este é um livro de não-ficção que tem de ter na sua estante.

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