Share the post "Menopausa: como viver esta fase da vida da mulher de forma feliz?"
Designamos de menopausa o momento da última menstruação, após um ano de ausência do período menstrual. Corresponde à falência da atividade endócrina dos ovários e pode ser fisiológica/natural ou iatrogénica/artificial.
Compreender a menopausa
A menopausa corresponde à última menstruação, ou seja, equivale à falência ovárica definitiva e o seu diagnóstico é feito após um ano de amenorreia. Habitualmente ocorre entre os 45 e 55 anos e designa-se precoce quando acontece antes dos 40 anos e tardia quando surge após os 55 anos.
Conforme já foi referido, a menopausa pode ser fisiológica/natural ou iatrogénica/artificial:
a) Menopausa fisiológica ou natural: aquela que resulta do processo biológico natural da mulher;
b) Menopausa iatrogénica ou artificial: como resultado de uma ooforectomia cirúrgica bilateral (remoção cirúrgica de ambos os ovários), ação terapêutica medicamentosa ou ação terapêutica por radiações. Tendo em conta que resulta de um processo inesperado tende a apresentar um quadro clínico mais exuberante, necessitando de cuidados médicos mais interventivos.
Menopausa vs. Climatério
O climatério corresponde ao período da vida biológica da mulher que marca a transição entre o período reprodutivo (com regular funcionamento do ciclo genital) e o não reprodutivo, ao longo do qual ocorre um declínio progressivo da função ovárica. É como que uma escada descendente da função dos ovários que marca a transição da fase reprodutiva para a não reprodutiva da vida da mulher.
O climatério pode ser dividido em 3 fases distintas:
1. pré-menopausa – inclui toda a idade fértil até a menopausa;
2. perimenopausa – engloba a pré-menopausa até um ano após a menopausa;
3. pós-menopausa – período que se inicia com a última menstruação.
Nesta fase de carência hormonal provocada pela falência ovárica há vários sinais e sintomas que podem surgir, nomeadamente:
a) irregularidades menstruais (a menstruação pode não surgir todos os meses; pode durar mais ou menos dias; a quantidade da hemorragia pode ser maior ou menor);
b) ausência de menstruação;
c) calores, afrontamentos e suores noturnos;
d) alterações de humor, nomeadamente sentimentos de irritabilidade e angústia;
e) alterações do sono (queixas de dificuldade em iniciar e manter o sono; acordar frequentemente durante a noite; despertar cedo; sensação de que o sono não é reparador);
f) perturbações genitais (por exemplo, secura vaginal);
g) perturbações urinárias (por exemplo, cistite, urgência miccional e incontinência urinária);
h) alterações cutâneas (pele mais fina; perda da viscoelasticidade; aceleração no envelhecimento da pele, com aumento das rugas).
Impacto psicológico na mulher
A menopausa é um processo complexo que tende a causar alterações significativas na vida da mulher. Finda o período reprodutor e surge uma grande variedade de sintomas sentidos, com impacto ao nível das relações sexuais e da feminilidade.
Habitualmente, neste período da vida a mulher enfrenta outros desafios que intensificam as emoções vividas e podem trazer sentimentos de insatisfação e sofrimento psicológico, tais como o início do processo de envelhecimento, o surgimento de doenças, a saída dos filhos de casa e a consequente reestruturação da vida de casal.
Os sintomas da menopausa que mais parecem afetar a autoimagem e a qualidade de vida da mulher são: os sintomas que alteram o funcionamento sexual, os afrontamentos, o aumento de peso, as alterações na pele e sintomatologia depressiva.
Com o aumentar da esperança média de vida as mulheres sentem necessidade de manter a qualidade de vida após a menopausa. Assim sendo, importa zelar pela saúde da mulher de forma completa, não negligenciado o seu bem-estar emocional e a sua adaptação a esta nova fase da vida.
Qual o melhor tratamento?
A terapêutica hormonal é a forma de tratamento mais eficaz dos sintomas associados à menopausa, atuando a vários níveis, nomeadamente: melhoria das perturbações urinárias e psicológicas; prevenção da osteoporose e do cancro do cólon; diminuição da mortalidade global feminina; melhoria da qualidade de vida.
Quanto mais cedo for iniciada a terapêutica hormonal maior será a sua eficácia e segurança, no entanto, a decisão de início desta terapêutica deve partir de uma decisão informada da mulher, apoiada no aconselhamento médico e em exames realizados (história clínica com exame físico; mamografia; ecografia pélvica; perfil analítico).
A prescrição de tratamentos hormonais de longa duração depende sempre da análise risco/benefício em comparação com medicações não hormonais e com estratégias não medicamentosas.
Acima de tudo, a mulher deve conversar com o médico que a acompanha sobre os sintomas, das mudanças de estilo de vida e das soluções terapêuticas disponíveis para ajudar a atenuar ou eliminar os sintomas, e em conjunto encontrar as melhores soluções.
Existem também alguns cuidados preventivos que ajudam a minimizar os riscos dessa carência hormonal e a melhorar a qualidade de vida das mulheres, nomeadamente:
1. adotar uma dieta alimentar adequada;
2. não ingerir bebidas alcoólicas em excesso;
3. abolir os hábitos tabágicos (as mulheres fumadoras tendem a sofrer mais com os sintomas da menopausa);
4. praticar exercício físico de forma regular;
5. recorrer a suplementos de cálcio e vitamina D pode ajudar a proteger em relação à osteoporose, devendo esta toma ser sempre aconselhada pelo médico que acompanha a mulher.