No ano passado, foram várias as tendências e mudanças identificadas no setor imobiliário e muitas delas indicam-nos como será o comportamento do mercado imobiliário em 2022.
Na verdade, com o aparecimento da pandemia e os consecutivos confinamentos, muitos pensaram que os preços da habitação iam cair a pique ou que os níveis de procura iam abradar. No entanto, nada disso aconteceu e em 2021 os preços das casas mantiveram-se a subir.
Tal como explicam os dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que indicam que no terceiro trimestre do ano, o Índice de Preços da Habitação (IPHab) subiu 9,9%, mais 3,3 pontos percentuais do que no trimestre anterior.
2022 será um ano de recuperação para o mercado imobiliário e as perspetivas de várias consultoras em Portugal sobre o futuro do investimento imobiliário são otimistas.
Mercado imobiliário em 2022: 4 tendências e perspetivas
Depois de ter registado um aumento na ordem dos 10% no preço do metro quadrado em 2021, o mercado imobiliário em 2022 promete continuar a subir. Um aumento explicado pela subida da procura e pela inflação.
De facto, se também anda à procura de casa, já se deparou com o facto de não existir tanta oferta como há uns anos atrás. Ora, tal deve-se à situação económica e pandémica que o país atravessa e à crise dos materiais e da mão-de-obra que se faz notar atualmente.
Todos estes fatores fizeram com que os preços subissem e consequentemente se notasse um crescimento das vendas imobiliárias em Portugal. Mas quais são, então, as perspetivas para 2022?
Aumento dos custos de construção
Se começou a reconstruir uma casa ou a iniciar as obras do zero, provavelmente sentiu uma dificuldade em encontrar mão-de-obra a preços ditos “normais ou razoáveis” antes da pandemia.
Segundo o INE, em outubro, o preço dos materiais aumentou quase 9% e a mão-de-obra encareceu cerca de 5%.
A verdade é que o aparecimento da Covid-19 e os confinamentos consecutivos fizeram com que houvesse alguma escassez de mão-de-obra, provocando um aumento nos custos associados.
Para além disto, é possível observar também uma carência nos materiais de construção. Foram inúmeras as fábricas que se viram obrigadas a pararem ou abrandarem significativamente os seus processos de produção do dia para a noite.
Ora, todos estes fatores contribuíram para que em 2022, se note ainda mais um aumento nos custos de construção das casas – quer seja para reconstruir ou construir de raiz.
Novos créditos à habitação com um prazo máximo de 30 anos
Em 2021, o Banco de Portugal já tinha limitado os financiamentos face ao valor do imóvel, bem como a taxa de esforço de cada família. Mas em 2022, é a vez do prazo.
Para que consiga ter uma noção, em 2020, a maturidade média dos créditos à habitação em Portugal correspondia a 33,2 anos. O que significa que há várias pessoas a contrair empréstimos por 40 anos, principalmente os mais jovens.
Assim, nos créditos à habitação o Banco de Portugal recomendou que “a maturidade média do conjunto de novos contratos deve convergir, de forma gradual, para 30 anos até final de 2022”.
Segundo o Banco de Portugal, entende-se por convergência gradual “uma redução anual, tendencialmente linear, do diferencial observado entre a maturidade média dos novos empréstimos de 30 anos”, de forma a que seja evitada uma “redução abrupta da maturidade” dos créditos à habitação.
Potencial subida das taxas de juro
Como sabemos, as taxas de juro estão mais baixas do que nunca. E, por isso mesmo, é expectável que estas venham a aumentar. Prova disso é que em novembro do ano passado, os juros para compra de casa voltaram a aumentar.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de juro implícita nos contratos de crédito para aquisição de habitação subiu 0,821%, mais 0,2 pontos base face a outubro.
Já a inflação, que apresenta uma tendência de aceleração, parece estar para durar, podendo mesmo gerar algumas mudanças de políticas monetárias e correções nas taxas de juros (com impacto na concessão de crédito à habitação e nas prestações).
Apesar de o Banco Central Europeu ter anunciado que para já não haveria alterações na política monetária, é essencial que estejamos preparados para que sejam feitos ajustes em 2022.
Aumento dos preços das casas
Uma das tendências do mercado imobiliário em 2022 é precisamente o aumento dos preços das casas. Depois de constatarmos uma subida nos custos de construção, aumento da procura e diminuição da oferta no setor imobiliário, é possível afirmarmos que os preços das casas vão continuar a subir.
No primeiro trimestre de 2021, os preços das casas aumentaram 9,9% face ao homólogo e têm vindo a manter uma trajetória ascendente devido aos aumentos dos custos com matérias-primas e à elevada procura.
Para além disto, o desequilíbrio que existe na balança do mercado (entre a procura e a oferta), leva a que se continue a assistir a um aumento dos preços das casas.
Contudo, apesar de ser possível ter uma perspetiva do que aí vem, a verdade é que o mercado imobiliário não é de todo linear. Por isso, se comprar casa faz parte das suas resoluções para o novo ano, saiba que o importante é manter-se informado.