“Meio do céu”, “rocas no ar” ou “colunas no ar” são algumas das designações que se podem encontrar para explicar etimologicamente Metéora.
Com a ajuda dessas expressões, conseguimos perceber, além da origem da palavra, que se trata de algo espectacularmente inusitado. Pedras no ar? É muito isso, mesmo!
Metéora é um conjunto de penhascos de pedra de areia e conglomerado formado sob um mar que há 60 milhões de anos terá existido naquela zona no interior da Grécia.
A explicação do fenómeno não é fácil, mas muitos peritos apontam para que a que a movimentação tectónica tenha feito com que o fundo do mar submergisse. Estas elevações terão posteriormente sido desgastadas devido à acção do tempo e clima severo, formando assim as tais colunas imponentes.
Para além da beleza natural das rochas, o inusitado de Metéora é que no topo das mesmas foram edificados mosteiros. Conta-se que a razão para tal sítio inóspito ser a casa de tantos monges prende-se com a fuga à perseguição do exército Otomano. Os registos dos primeiros monges refugiados em Metéora, primeiro em cavernas, remonta ao século XI.
Toda a história que envolve Metéora, seja natural ou humanitária, fez com que a zona tenha sido classificada, em 1988, Património Mundial pela UNESCO.
Metéora: Quando e O que visitar, onde dormir e como chegar
Tratando-se de uma zona geográfica cuja altitude chega até 613 metros acima do nível do mar (quando visitados os mosteiros), a melhor altura para visitar acaba por ser o verão.
Contudo, e para evitar a confusão do grande público, poderá ser interessante uma visita no final da primavera ou início de outono, até porque os preços dos vôos acabam por ficar menos inflacionados.
Os 6 mosteiros que pode visitar em Metéora
Actualmente funcionam apenas 13 dos 24 mosteiros ma apenas 6 deles podem ser visitados. O maior pico em que se localiza um mosteiro tem 549 metros; o menor, 305 metros e são Megalos Meteoros e Roussanou, respectivamente.
A entrada nos mosteiros custa 3 euros por pessoa, por mosteiro. Para quem quer visitar todos no mesmo dia, aviamos desde já que não é possível, pois há sempre um que não está aberto ao mesmo tempo. Também não é possível entrar de manga curta nem de calções.
Abaixo apresentamos a lista dos mosteiros que pode visitar e a que dias estão fechados.
- Megalos Meteoros: O maior e mais antigo, tendo sido fundado em 1336. É também conhecido, em português, como Grande Meteoro ou Mosteiro da Transfiguração. À entrada pode visitar-se a gruta onde residiu o eremita Anastasio, cujo corpo se encontra sepultado na igreja. Aberto até às 15h00 diariamente excepto quando encerra todo o dia, à terça-feira.
- Varlaam: O segundo maior mosteiro. Está localizado do lado aposto ao Megalos Meteoros e foi fundado a meados do século XIV por Hosios Varlaam. Fechado às quintas e sextas-feiras.
- Agios Stephanos: Também conhecido por Santo Estêvão ou Saint Stephens, este é o único mosteiro feminino de Metéora. Fechado às segundas-feiras.
- Haguia Triada: Em inglês, Trinity e em português Santíssima Trindade, este é um do mais remotos e isolados; o que significa que tem um número reduzido de turistas. Fechado às quintas-feiras.
- São Nicolau de Anapausas: St. Nicholas of Anapausas em inglês, é o primeiro do percurso, muito próximo da vila de Kastraki. Fechado às sextas-feiras.
- Roussanou: O mosteiro edificado em altitude mais baixa, mas que ainda assim permite uma excelente vista e boas fotografias. Tornou-se convento em 1988. Fechado às quartas-feiras.
O itinerário por Metéora pode ser feito voluntariamente (aconselhamos que estude bem o percurso) ou então através de um serviço turístico – há muita oferta, desde percursos mais longos até aos mais curtos.
Quem fizer por conta própria e quiser visitar todos os mosteiros – sendo que há sempre um em que não se consegue entrar – terá caminhado cerca de 20 quilómetros.
Kastraki e Kalabáka, onde pode pernoitar e recarregar energias
As urbanizações mais próximas de Metéora, e que acabam por subsistir graças ao turismo, são Kastraki e Kalabáka (ou Kalampaka). As duas estão a pontos equidistantes do conjunto de rochedos, pelo que acaba por ser indiferente, em termos de proximidade: ora fica mais próximo de uns, ora de outros.
Contudo, a cidade de Kalabála tem uma maior dimensão e, por isso, mais oferta e animação. Culturalmente também é bastante rica, contando com o Museu de História Natural de Metéora e o Museu do Cogumelo. As ofertas de estadia são variadas, e uma pesquisa rápida pelo Google sugere alojamentos como o Hotel Kaikis ou o Hotel Galaxy.
Já Kastraki, localizada ligeiramente a norte de Kalaba é uma pitoresca e pataca vila, cujas casas são feitas maioritariamente de pedra.
Por decreto do Comité Nacional de Arqueologia, as mesmas não podem ultrapassar uma determinada altura, de forma a preservar a identidade da vila e por respeito ao contexto geográfico em que está inserida. Boas opções para descansar são o Gogos Meteora Hotel ou Pyrgos Adrachti.
Como chegar a partir de Atenas
Para chegar a Meteora, partido de Atenas, pode usar autocarro, carro ou comboio. Através do último meio de transporte, a viagem custa cerca de 13€, tendo Kalabáka como destino.
Já de carro, de Atenas a Metéora são cerca de umas cinco horas de caminho. Por fim, de autocarro, a viagem faz-se chegando, em Atenas, à estação Kato Patissia, para apanhar um autocarro com destino a Trikala, que é a cidade mais próxima da vila de Kalampaka.