Share the post "Michael Schumacher: o mais influente de sempre da Fórmula 1?"
Há sete anos a lutar pela vida, o piloto Michael Schumacher foi eleito como sendo a pessoa mais influente de sempre na Fórmula 1. O evento integrado na comemoração dos 70 anos da Fórmula 1, disciplina rainha do desporto automóvel, decorreu durante 10 dias no site oficial da categoria.
O inquérito, que colocou na fase final os nomes de Michael Schumacher e de Bernie Ecclestone, conhecido por ser o “dono da Fórmula 1”, começou com um total de 32 nomes distribuídos entre pilotos, diretores de equipa, engenheiros, técnicos e personagens disruptoras.
No final, foi Michael Schumacher, piloto mais laureado de sempre na Fórmula 1, sete vezes campeão mundial, o escolhido como o mais influente de sempre.
Michael Schumacher: mais um título para juntar ao currículo
Como se 7 títulos de campeão mundial, 91 vitórias e 68 pole positions não fossem suficientes, o piloto alemão juntou mais um título ao seu prestigiado currículo.
Segundo o site Fórmula 1, na fase de eliminações, Schumacher levou vantagem sobre os nomes mais diretos sempre por diferenças muito curtas, tendo-se destacado apenas na votação final frente a Ecclestone. Este apresentava-se com o seu currículo de mecânico, piloto, diretor de equipa, e de proprietário dos direitos desportivos da Fórmula 1 durante mais de 40 anos.
Votação final: 61% contra 39%
Na fase final da votação em que participaram massivamente os fãs da modalidade Schumacher obteve 61% dos votos enquanto Ecclestone conseguiu 39%.
Nas fases finais Schumacher esteve “frente a frente” com Nicki Lauda e Ayrton Senna e ainda com Enzo Ferrari, patrão da Scuderia italiana, com a qual obteve, em 10 anos, cinco títulos de campeão mundial. Os outros dois conseguiu-os com a Bennetton.
Michael Schumacher: um bicampeão que entrou aos 26 anos na Ferrari
Depois de se sagrar bicampeão do mundo de Fórmula 1 pela Bennetton, Michael Schumacher ingressou na Ferrari, provavelmente a equipa com maior renome desta disciplina do desporto automóvel.
Com ele levava os obreiros da sua façanha Ross Brown e Rory Byrne. A posição que teve perante a Ferrari foi de grande confiança e caráter. A Scuderia, segundo o site Fórmula 1, rendeu-se “aos desejos do piloto que eles viam como salvador – e a história mostrou que estavam certos”.
A influência do piloto alemão fez-se sentir no modo como conseguiu colocar à sua volta a equipa da italiana. Com facilidade estabeleceu relações de amizade, quer no plano profissional, quer no plano pessoal. O facto de saber o nome de todos os colaboradores, saber pormenores dos aspetos familiares de cada um, e mesmo a data dos seus aniversários, foram elementos que ao longo dos anos fortaleceram a amizade entre todos.
Disciplina em tudo o que fazia
Por outro lado a equipa correspondia em tudo a Michael Schumacher. Quer estivesse no carro, em pista, quer fora do paddock. A disciplina que incutia no trabalho refletia-se em todos. Uma forma inteligente de estar no desporto que se sentiu na Scuderia durante o tempo em que correu com o emblema do Cavallino Rampante.
Tal como Ayrton, Schumacher em pista era um “Senhor”. Poucos podem almejar a arte de pilotos como estes dois “monstros” do desporto automóvel. Atualmente quem mais se aproxima desse epíteto é Lewis Hamilton.
Numa época diferente onde as redes sociais tomam conta de tudo quanto é comunicação, Hamilton nutre perante os fãs um nível de popularidade muito elevado. Para isso contribuiu, também, a sua forma de estar no desporto e o facto de ter conquistado seis títulos de campeão do mundo. Está a um passo de igualar Schumacher e, mesmo de o superar.
outros grandes “influencers” da Fórmula 1 que também mereciam uma distinção
Ayrton Senna (Ayrton Senna da Silva)
(1960-1994)
É incontornável colocar o nome de Ayrton Senna na lista dos mais influentes da Fórmula 1. Bateu-se decisivamente pela segurança na disciplina rainha do automobilismo.
Este foi o seu grande legado. “A perda de Ayrton Senna já salvou muitas vidas, não apenas na F1, mas no automobilismo”. A frase é da autoria do ex-médico-chefe da F1 Sid Watkins e resume a vontade do piloto brasileiro em dotar a F1 de uma maior responsabilidade e de ter um plano de segurança integrado.
Bernie Ecclestone (Bernard Charles Ecclestone)
(1930 – 90 anos)
Toda a vida esteve ligado ao desporto automóvel. Primeiro como mecânico, piloto e depois como empresário e dirigente desportivo. Foi presidente e CEO da Formula One Management e da Formula One Administration.
É acionista da Alpha Prema, um dos empreendimentos que gere a Fórmula 1. É um pioneiro no que toca à venda dos direitos televisivos nos anos 70 e ainda no que diz respeito ao controlo e gerenciamento da Fórmula 1. Enquanto proprietário da Brabham Racing Organization fundou a Formula One Constructor’s Association.
Jackie Stewart (John Young Stewart)
(1939 – 81 anos)
Escocês é tricampeão do mundo de Fórmula 1 e, paralelamente, considerado como um dos maiores pilotos da história do automobilismo.
Com um brilhante palmarés além da Fórmula Um, participou nas 24 Horas de Le Mans, em 1965, nas 500 Milhas de Indianápolis (1966 e 1967) e na Can-Am (1971 e 1972), pautou a participação no desporto automóvel também na defesa de maior segurança na Fórmula 1.
Essa postura teve início em 1966 após ter sofrido um grave acidente em Spa-Francorchamps, onde foi salvo pelos pilotos Graham Hill e Robert Bondurant. A ele se devem, entre outras iniciativas, o capacete que cobre toda a cabeça do piloto e o fato de competição anti chamas. Abandonou a Fórmula 1 em 1973 após acidente onde o seu parceiro da Tyrell, François Cevert, perdeu a vida.
Juan Manuel Fangio
(1911 – 1995)
Piloto argentino dominou a Fórmula 1 durante 10 anos. É pentacampeão (por quatro equipas diferentes, Alfa-Romeo, Maserati, Ferrari e Mercedes-Benz) da disciplina máxima do automobilismo, recorde que durante 47 anos esteve na sua posse até que Michael Schumacher o bateu, em 2003.
Fangio é considerado um dos maiores pilotos da Fórmula 1 de todos os tempos. O piloto é do tempo em que os automóveis de competição eram preparados por mecânicos e não por engenheiros, como atualmente.
Tudo era feito manualmente. Nos anos 50, a segurança era colocada num plano secundário. Capacete luvas e óculos eram os elementos de segurança que os pilotos usavam.
Lewis Hamilton
(1985 – 35 anos)
Britânico é seis vezes campeão do mundo da Fórmula 1 (2008, 2014, 2015, 2017, 2018 e 2019). Atualmente a correr pela Mercedes Hamilton tem como ídolo o antigo piloto de Fórmula 1 Ayrton Senna.
Atualmente o nome de Lewis Hamilton é icónico entre os influenciadores do automobilismo. Desde os 8 anos, onde começou nos karts Hamilton fez uma ascensão meteórica desfrutando de grande reputação quer dentro e fora das pistas. O seu talento enquanto piloto é reconhecido por especialistas do mundo automóvel, bem como pelos fãs que granjeou em todo o mundo.
Legião de seguidores que não perdem “pitada” da sua performance enquanto utilizadores das redes sociais como Facebook, Twitter ou Instagram.
Max Mosley
(1940 – 80 anos)
Com formação na área da advocacia e piloto amador, Max Mosley foi co-fundador da March Engineering, empresa de construção de automóveis de corrida que manteve uma equipa na Fórmula 1 nas décadas de 70, 80 e início da década de 90.
Enquanto influenciador Mosley na década de 70 abraçou a função de conselheiro jurídico oficial da Formula One Constructors Association, sendo autor da primeira versão do Concorde Agreement, documento que uniu FOCA e FISA no que dizia respeito às disputas entre estas duas entidades.
Presidente da Fédération Internationale du Sport Automobilie (FISA) em 1991 tornou-se presidente da FIA em 1993. A ele se deve a aprovação do programa European New Car Assessment Programme (NCAP ou Endcap) cujo objetivo é a melhoria da segurança dos veículos europeus.
Nicki Lauda (Nikolaus Lauda)
(1949 – 2019)
O piloto aústriaco de Fórmula 1 Niki Lauda era proprietário da companhia aérea Niki e diretor da equipa Mercedes GP de Fórmula 1, ligada à Mercedes-Benz. Do seu rico palmarés destacam-se três campeonatos do Mundo de Fórmula 1 (1975, 1977 e 1984). Um grave acidente em Nürburgring (onde o carro se incendiou, e o piloto ficou preso por vários minutos) acabaria por ditar em 1979 o seu afastamento.
Durante algum tempo foi comentador e repórter de Fórmula 1 para um canal de televisão austríaco. Em 1982 uma proposta milionária da McLaren fez com que voltasse às pistas. A sua carreira na Fórmula 1 passou ainda pela Ferrari (consultor técnico); Jaguar (diretor técnico) e Mercedes (presidente não executivo). Participou nas negociações que permitiram a contratação de Lewis Hamilton pela equipa alemã.
Ross Brawn
(1954 – 66 anos)
Atualmente exerce funções na Liberty Media, que controla os direitos comerciais da Fórmula 1. Trabalhou em várias equipas da Fórmula 1, tendo inclusive fundado a sua própria equipa a Brawn GP com a qual obteve o título de pilotos com Jenson Button e o de construtores com Button e Rubens Barrichello.
Está intimamente ligado aos cinco títulos mundial de Michaem Schumacher pela Ferrari, por ser o responsável das estratégias da corrida da Scuderia na época. Os outros dois títulos que o piloto alemão obteve na Benetton (1884 e 1995) contaram também com a visão de Ross Brawn.
Esta caminhada vitoriosa levou a que o seu nome integre decisivamente a história da Ferrari a que se junta também o de Schumacher e Jean Todt.
Sid Watkins (Eric Sidney Watkins)
(1928 – 2012)
Neurocirurgião inglês, desempenhou funções nas Forças Armadas do Reino Unido. Bernie Ecclestone convida-o em 1978 para assumir o cargo de médico-chefe da Fórmula 1, função que desempenhou até 2005.
Depois de reformado, continua ligado à disciplina rainha do automobilismo como consultor do Conselho de Segurança da FIA, até 2001. Além de desempenhar a sua função como médico Sid Watkins está indelevelmente ligado à Fórmula 1 por sempre se mostrar acérrimo defensor da segurança dos pilotos, dos carros e das pistas.
Salvou a vida a muitos pilotos e teve de enfrentar com coragem a morte de pilotos como Ronnie Peterson, Gilles Villeneuve, Ricardo Paletti, Roland Ratzenberger e principalmente do grande amigo Ayrton Senna.
Stirling Moss (Stirling Crawford Moss)
(1929 – 2020)
Piloto britânico é conhecido por ser quatro vezes vice-campeão do mundo. É considerado o maior piloto da história da Fórmula 1 a nunca ter conquistado um título de campeão.
Um acidente em 1962, em Goodwood, quando conduzia um Lotus deixou-o inconsciente por cerca de um mês e paralisado por seis. Após recuperar ainda voltou às lides automobilísticas mas não se adaptou acabando por retirar-se. Passou a dedicar-se aos automóveis clássicos/históricos.
Aposentou-se aos 81 anos (2011). Pelos serviços prestados ao automobilismo foi ordenado “Sir” (2020). Faleceu a 12 de abril de 2020.