Share the post "Desmascaramos 15 mitos sobre automóveis. Quer conhecê-los?"
Atualmente, existem carros para todos os gostos e tamanhos, e “debaixo da pele” de cada um acontece uma “magia” tão complexa que é frequente acreditarmos em alguns mitos sobre automóveis que na maior parte dos casos não passam disso mesmo, mitos.
A mecânica automóvel é bastante complicada, e para um ser humano comum, entender quais os componentes que fazem um carro funcionar é uma tarefa difícil.
Alguns mitos sobre automóveis, em tempos foram efetivamente verdade, mas passado o tempo e com o desenvolver das tecnologias, esses mitos foram desmistificados e hoje não passam apenas de crenças populares que existem graças à desinformação sobre este tema complexo que é a mecânica automóvel.
Conheçamos então alguns dos mitos sobre automóveis mais comuns e vamos entender o porquê de não serem verdade.
15 mitos sobre automóveis
Transmissões manuais poupam mais combustível do que as automáticas
Isto era verdade até há alguns anos atrás, mas hoje em dia, após milhões e milhões de euros investidos pelos fabricantes no desenvolvimento das suas caixas de velocidade com sistemas de dupla embraiagem, um computador é capaz de ser muito mais eficiente do que um ser humano na hora de mudar de velocidade.
Um carro com caixa automática não só é mais confortável para conduzir, como sabe sempre qual a mudança ideal para um determinado momento em função do seu tipo de condução, sendo por isso mais eficiente, ajudando-o a poupar combustível.
O carro tem mais potência se colocarmos combustível de aviação
Existem vários tipos de combustível no mundo: desde a gasolina de 92 octanas, gasolina de 95 e gasolina de 98 octanas, o diesel, biodiesel… E todas elas têm em comum o facto de poderem ser utilizadas em carros.
Nesta pequena lista não mencionamos nunca o combustível para aviação, e o motivo é muito simples: o combustível para aviação não pode ser utilizado nos carros. Mas podemos aprofundar isto um pouco mais.
Os componentes utilizados para a produção de querosene (que faz mover os ultraleves) ou o jet fuel (combustível para aviação comercial) são diferentes dos componentes utilizados para o combustível dos automóveis, portanto o seu carro não irá a lado nenhum, aliás, muito dificilmente conseguirá por o carro a trabalhar.
O jet fuel, apesar de ser bastante inflamável, precisa de muita temperatura e de ser separado em partículas muito pequenas para poder carburar, e com o querosene, apesar de talvez conseguir por o seu carro a trabalhar, as altas temperaturas atingidas pela combustão farão certamente com que se estrague o motor do carro.
O melhor mesmo é colocar gasolina 95 ou 98 no motor do seu carro e averiguar outros métodos para melhorar a performance do seu carro.
Se disparar contra um carro este explode
Esta é uma visão comum nos filmes de Hollywood: durante uma perseguição, a polícia disparar um tiro sobre o carro do bandido e este explodir.
Este mito com base na ficção científica foi já desmistificado pelo famoso programa “Caçadores de Mitos”, onde vários tiros foram disparados diretamente para o tanque de combustível de um automóvel e este não explodiu.
A explicação é lógica: uma bala disparada apenas transporta energia cinética, não transporta nenhum material combustível, por isso, não havendo ignição, é impossível haver uma explosão.
Ar condicionado consome menos do que as janelas abertas
Este é talvez um dos mitos sobre automóveis mais discutíveis. A baixas velocidades, a resistência causada pelo ar que entra no veículo tem menos impacto no consumo de combustível do que a potência retirada e esforço causado ao motor do carro pelo sistema de ar condicionado (a perda de potência ronda os 5 cavalos).
No entanto, dependendo do coeficiente aerodinâmico do carro e da velocidade a que circula, eventualmente atingirá um ponto em que o arrasto causado o fará gastar mais combustível do que circular com o ar condicionado ligado. Assumindo que respeita sempre os limites de velocidade, circular com as janelas abertas gastará menos combustível do que circular com o ar condicionado ligado.
Usar o telemóvel num posto de combustível pode causar um incêndio
Há vários anos atrás suspeitava-se que os telemóveis durante uma chamada podiam emitir um sinal que podia fazer com que os vapores libertados pelo combustível se incendiassem, dando origem a uma violenta explosão.
No entanto, e depois de analisados vários acidentes registados no início dos anos 2000, foi provado que o uso do telemóvel não teve qualquer impacto nestes e que não causaria qualquer problema durante o abastecimento (até porque o telemóvel está constantemente a emitir sinais e radiação, não apenas durante as chamadas).
Ainda assim, esta restrição mantém-se, não sabemos porquê nem até quando, mas o certo é que este não passa de apenas um dos vários mitos sobre automóveis.
Encher o depósito de manhã ou durante a noite rende mais
Esta é uma teoria com fundamentos físicos, mas não é verdadeira. A lógica seria que, quando as temperaturas são mais baixas, a gasolina está mais densa, por isso seria bombeada uma maior quantidade de combustível para o seu depósito pelo valor “normal” a pagar.
Isto seria verdade se a gasolina estivesse armazenada ao ar livre, e se a amplitude térmica entre a manhã e a tarde fosse realmente significativa, mas os combustíveis são armazenados em tanques selados e isolados, onde as temperaturas se mantêm constantes, portanto a quantidade de litros que abastece é sempre a mesma, independentemente da hora a que o faz.
Um carro consegue protegê-lo durante um tiroteio
Este é também um mito bastante recorrente nos filmes de ação americanos, mas infelizmente, também é falso.
É verdade que algumas balas não têm força suficiente para atravessar todo o carro, mas a maior parte delas transportam energia suficiente para atravessar o metal, a os estofos e ainda assim atingir mortalmente.
No caso improvável de estar perante um tiroteio, deve esconder-se atrás de um monte de terra, pedras ou cimento. Os carros não são uma boa aposta.
Combustíveis de marca branca vão arruinar o seu motor
Os combustíveis vêm todos do mesmo lugar. Em Portugal, apenas são produzidos combustíveis nas refinarias de Sines e de Leça da Palmeira, portanto a diferença de preços entre combustíveis de marcas premium ou de marca branca apenas reside no marketing, na publicidade e nos serviços prestados, tal como acontece em todos os negócios.
A maior parte das marcas low cost é abastecida directamente por marcas premium. Se não acredita basta estar atento à marca do camião da próxima vez que vir um autotanque a encher os reservatórios das gasolineiras.
Não existe qualquer diferença entre um combustível de marca premium ou de marca branca.
Carros elétricos têm maior probabilidade de se incendiar em caso de acidente
Mesmo nos acidentes muito graves, as hipóteses de um carro se incendiar são bastante reduzidas. É preciso um diverso conjunto de fatores para que ocorra uma ignição em caso de embate.
No entanto, a gasolina continua a ser mais inflamável que os ácidos presentes nas baterias dos carros elétricos, e as hipóteses de se incendiar continuam a ser maiores num carro a combustão.
Carros elétricos consomem mais do que carros desportivos
Várias foram as revistas que fizeram este teste e afirmaram o contrário, mas a razão era apenas uma: entretenimento. O teste consistia em colocar um carro elétrico a fazer uma volta a um circuito na sua velocidade máxima, e atrás, colocar um carro desportivo a acompanhar a velocidade.
Obviamente, um BMW M3 será mais eficiente num circuito que um Renault Zoe, mas isto é uma condição muito específica uma vez que os carros elétricos não foram talhados para circuitos, e o Renault estaria a utilizar todo o seu potencial enquanto o BMW apenas estaria em ritmo de passeio.
No mundo real, um carro elétrico ou até mesmo híbrido será muito mais eficiente que um carro desportivo. Com isto podemos perceber que o consumo de combustível não depende apenas do que conduz, mas sim como conduz.
Não precisa fazer revisão se o carro não circular muitos quilómetros/ano
Se é daquelas pessoas que não costuma utilizar o seu carro todos os dias e percorre poucos quilómetros com o carro por ano, e por isso acha que só tem que fazer a revisão do carro quando este atingir o limite de quilómetros indicado pelo fabricante ou pelo mecânico, saiba que está errado.
O óleo tem como principal função lubrificar as partes móveis do motor, e os componentes deste lubrificante degradam-se com o passar do tempo deixando de efetuar o seu trabalho com eficácia.
Mesmo que não cumpra o número de quilómetros indicado entre cada revisão, deverá mudar o óleo do seu carro no máximo a cada 3 anos.
Um carro sujo consome menos que um carro limpo
Mais uma vez vemos a física na base destes mitos sobre automóveis. A teoria seria que a lama e a sujidade num carro atuariam sobre a carroçaria do automóvel como os buracos numa bola de golfe.
Quando uma bola parte a alta velocidade, esta empurra o ar que está à sua frente, causando atrito, que desacelera o seu movimento. No caso das bolas de golfe, cada alvéolo cria uma pequena zona de turbulência que mantém afastado o ar da corrente principal, diminuindo assim o efeito do atrito, aumentando a pressão na parte traseira, dando assim um impulso ainda maior.
Esta seria a teoria, mas no entanto, a aerodinâmica não é uma ciência assim tão simples e a lama e a sujidade não só aumentam o peso do carro como influenciam negativamente a aerodinâmica, aumentando o arrasto e por consequência os consumos.
Combustíveis aditivados vão fazer com que o carro ande mais depressa
Este é outro dos mitos sobre automóveis que tem o seu fundamento de verdade, mas na prática isto não se confirma.
Efetivamente a gasolina 98 tem maior poder de combustão que a gasolina 95 e isso deveria significar o motor poderia produzir mais potencia. No entanto, isto apenas se verifica num carro de alta cilindrada.
Nos carros comuns com motores mais “poupados”, a gasolina 98 tem na verdade outros benefícios para o motor do seu carro (como a limpeza dos componentes e redução da emissão de gases poluentes) que não o aumento de potência.
Carros vermelhos são mais multados que carros de outras cores
Este mito sobre automóveis facilmente pode ser desmistificado. Apenas 9% dos carros no mundo são vermelhos, sendo que a cor que predomina é o branco, com 36%, seguido do preto, com 30%.
É impossível, por uma razão de números, que os carros vermelhos sejam mais multados do que os carros de outras cores. No entanto, a nossa percepção é diferente, uma vez que os carros de cores vivas saltam muito mais à vista do que um carro de uma cor neutra, por isso sempre que vemos um carro vermelho a ser parado pela polícia fixamos esse momento, enquanto se for um carro de outra cor talvez passe despercebido.
Carro em ponto morto consome menos do que engatado
À partida, parece lógico o carro poupar combustível em ponto morto, mas a verdade é que não. Este é um dos mitos sobre automóveis mais populares do mundo.
A verdade é que com a injeção eletrónica, o carro tem a capacidade de cortar o combustível quando este não é necessário, gastando assim 0 litros aos 100 nestes casos, como numa descida – esta é mais uma das maravilhas modernas dos nossos tempos.
Por outro lado, sem injeção eletrónica, o carro realmente gasta menos combustível se estiver em ponto morto, pois é criado um vácuo no carburador. No entanto, andar em ponto morto não é aconselhado, pois não é uma prática segura.