Quando é a melhor altura para negociar salário? Existe, sequer, um momento que possa ser considerado o ideal? Em que contexto deverá tentar realizar esta negociação? Existirá um contexto mais favorável? Fique atento para saber a resposta a estas e muitas outras questões e conseguir, assim, marcar a sua posição e conseguir o resultado pretendido.
É verdade que nos encontramos em plena pandemia pela COVID-19, situação que tem vindo a causar o aumento dos números do desemprego. Mas também é verdade que, tal como as empresas, também os profissionais adquiriram novas competências e mudaram formas de trabalhar para se adaptarem ao que lhes é pedido. Por isso, não é assim tão descabido falar em pedidos de aumento de ordenado.
Em primeiro lugar, deverá perceber quanto vale o seu trabalho e quanto as suas habilidades e experiências valem para o empregador. Assim, terá uma ideia genérica de toda a situação. E não se esqueça que este tipo de negociações diz respeito a todos os aspetos da remuneração que não apenas o dinheiro do salário, como também bónus, benefícios, tempo de férias, seguro de saúde, entre outras regalias ou benefícios.
Negociar salário: o que é o salário emocional?
Ao longo dos anos, ou séculos, os direitos dos trabalhadores têm vindo a ser reforçados tendo em conta não só os vários aspetos da vida profissional, como também o equilíbrio com a vida pessoal.
Além do direito ao salário, formação profissional e as condições de higiene e segurança, os trabalhadores têm também direito a dar faltas justificadas, ao repouso e à proteção na parentalidade para a mãe e para o pai, entre outros.
Mas o salário emocional é mais do que estes direitos e, ainda que não haja dinheiro envolvido, pode muito bem representar um aumento ou um bom ordenado numa negociação salarial.
O salário emocional nada tem a ver com o recibo de vencimento. Por outro lado, pode ter as mais diversas formas e podem ser um conjunto de ajudas que a empresa disponibiliza aos seus trabalhadores ou simples ações que valorizam os seus profissionais.
A remuneração já não é o único item avaliado pelos profissionais. Assim sendo, para reter talento, as organizações passaram a oferecer uma série de benefícios adicionais e a apostar em formas de reconhecer e premiar os funcionários através de ações que façam surgir emoções positivas e motivar para um bom desempenho.
No fundo, aqui não há dinheiro envolvido. Trata-se de conjunto de fatores emocionais e motivacionais que fazem com que as pessoas queiram manter-se numa empresa, destacando-se, por exemplo, as oportunidades de progressão na carreira, o reconhecimento do trabalho, o ambiente de trabalho positivo, sentir-se parte da organização, entre outros.
Afinal, o salário é mais do que um simples depósito na conta bancária. É a forma da empresa mostrar o quanto aprecia e valoriza o seu trabalho e competências.
11 dicas para negociar salário
Aguarde pelo momento adequado
Negociar o salário deve ser feito no momento certo da conversa para um novo emprego. Não deve começar logo por abordar este tópico, porque isso transmite uma imagem de ganância e que apenas se interessa pelo dinheiro.
Cada vez mais as empresas querem funcionários que se envolvam no trabalho que desempenham e que demonstrem capacidade empática.
Resista a dizer primeiro um valor
Se lhe perguntarem quais são os seus requisitos salariais, não aponte um valor de imediato. Antes opte por indicar que vão de encontro ao praticado na generalidade por quem ocupa determinada posição no mercado.
Prefira saber primeiro, sem qualquer sombra de dúvida, quais as responsabilidades e os desafios do trabalho em causa.
Coloque as perguntas certas
Só compreendendo as verdadeiras necessidades, desejos, medos, preferências e prioridades do empregador será possível ter um número em mente.
Como tal, faça perguntas sobre o estado da empresa, os clientes, a equipa em que será inserido e questione todas os aspetos que se denominam de “perguntas de diagnóstico”.
Mostre o que pode fazer
É importante mostrar o seu lado e falar sobre a sua experiência e de que forma se revelará como uma mais-valia para a empresa.
Esteja atento ao mercado antes de negociar salário
Se for forçado a indicar um número, forneça um intervalo salarial com base na pesquisa realizada anteriormente. Assim terá mais fundamento para refutar as suas opiniões, o que confere, igualmente, mais credibilidade ao seu discurso argumentativo.
Falar sobre o que se passa no mercado é algo importante. Além disso, deve resistir à tentação de falar sobre as suas necessidades financeiras pessoais.
Pense com tempo
Depois de receber a oferta, não precisa de aceitar ou rejeitar imediatamente. Programe uma próxima reunião para dar a resposta ou para fazer uma contraproposta.
Não tenha receio de dizer “não”
Se tem uma ideia fixa do valor ou benefícios que acha que deve receber, então, não tenha receio de dizer que não. Até porque isso também lhe pode, realmente, trazer uma oferta melhor.
Todavia, obviamente deve ter algum cuidado ao expressar-se de tal forma, principalmente se precisar muito desse novo emprego.
Aliás, muitos especialistas na área dos Recursos Humanos defendem que uma negociação só começa verdadeiramente quando alguém disser “não”.
Negoceie benefícios
Além do valor do salário, há outros aspetos a ter em conta. Então, deve considerar se há benefícios para empregados que podem ser negociáveis, mesmo que o salário não seja.
Pratique o discurso
Seja em frente ao espelho, seja junto de outra pessoa, deve sempre praticar o discurso e a forma como vai abordar a entidade patronal no momento de negociar salário.
Assim perceberá quais os aspetos que deve reforçar e como está a sua comunicação não verbal. Este treino dar-lhe-á a confiança que necessitar para levar a tarefa a bom porto.
Seja gracioso
Se está preocupado em parecer exigente ou ingrato, não seja. Há uma solução muito simples para isso: seja gentil e compreensivo. Não sabemos o que nos reserva o futuro e criar inimizades não é certamente uma boa forma de viver o dia a dia.
Saiba quando desistir
Ao considerar toda a conversa e o feedback recebido, poderá não atingir os resultados pretendidos. Nesse sentido, e se achar que realmente “não há volta a dar”, saiba quando desistir.
O que fazer a seguir depende do que pretende para o futuro: ou aceita ou parte à procura de um novo desafio profissional.
Negociar salário: pedir um aumento
Uma negociação salarial não significa, necessariamente, que está a começar um novo projeto; pode ambicionar algo mais na atual empresa. Se está numa outra fase da sua carreira profissional, em que sente que está na altura de pedir um aumento, então, também temos uns dicas importantes para si.
Até porque nem todas as empresas estão disponíveis para dar um aumento de forma pró-ativa.
Nesses casos, poderá seguir algumas dicas que lhe demos para negociar salário, nomeadamente:
- Aguardar pelo momento adequado para conversar com o seu superior;
- Mostrar o que pode fazer, como contribui para a empresa, destacar projetos onde a sua intervenção tenha sido preponderante para o sucesso;
- Estar atento ao mercado para saber o escalão de valores praticado por profissionais que têm a mesma função e responsabilidades;
- Negoceie benefícios, pois o salário não tem apenas a ver com o valor que recebemos no final do mês;
- Pratique o discurso, principalmente se se sentir inseguro e desconfortável ao falar de assuntos importantes com o seu chefe.
Além destas dicas, use dados de mercado para expor o que custaria à empresa tentar contratar alguém novo para fazer o que faz. No que à postura diz respeito, deve ser sempre firme e persuasivo ao declarar o seu caso, mostrando os argumentos de forma clara.