Anunciava-se o apocalipse. Um tal de Miguel, nome de depressão, era o convidado inesperado, o penetra indesejado, que ao longo do dia se fez anunciar com chuva, vento e frio. Mas nem isso fez tremer o NOS Primavera Sound 2019.
NOS Primavera Sound 2019: o primeiro dia
Um belíssimo arco-íris iluminou ao final da tarde o Parque da Cidade do Porto e estava dado o mote para o primeiro dia do festival. Não havia unicórnios, mas havia música, muita e de qualidade. É certo que muita gente torceu o nariz ao cartaz, mas este parece ser um passo bem calculado por parte da organização. Faltou o rock puro e duro, é verdade. Mas marcam presença nomes de que vamos ouvir falar em breve, e muito…
A verdade é que a nível musical, a coisa nem começou lá muito bem. O anúncio de um concerto cancelado (Peggy Gou ficou retida em Berlim) fazia temer o pior. E já tinha sido anunciado que Ama Lou também não estaria no Porto. As nuvens no horizonte continuavam em tons cinza. Mas o poder da música transcende todas as vicissitudes e quando o som ecoa das colunas e os corpos começam a abanar, não há tempestade que resista. E a depressão Miguel bem tentou, com uma chuvada épica por volta das 22h00, mas falhou redondamente.
Vamos então à música do dia. Solange, musicalmente muito mais interessante que a irmã Beyoncé (mas sem o mesmo sucesso), trouxe ao Porto uma grande produção com 16 pessoas em palco, a debitarem um R&B pleno de energia, com uns fios funk e algumas influências hip-hop. As britânicas Let’s Eat Grandma foram uma das grandes surpresas da noite, com um som cheio e intenso, que não deixou ninguém quieto.
Os Stereolab chegaram ao Porto depois de dez anos e não desiludiram. Uma fiada de discos fundamentais para entender a música nos anos de 1990 estiveram na base de um concerto revivalista, mas com os olhos postos no futuro.
Já Jarvis Cocker, o eterno vocalista dos icónicos Pulp, agora a solo, demonstrou ser um animal de palco e rapidamente conquistou a plateia. Cocker é a força criativa por detrás de êxitos imortais, como Common People, Disco 2000 ou Something Has Changed. Tudo com os Pulp. Neste esforço a solo está lá a verve, a ironia e, principalmente, a presença. Merecia outro palco no Primavera Sound 2019.
O festival para além da música
No Primavera Sound 2019 há muitas atividades extra música, mas as filas multiplicam-se um pouco por todo o lado. Por isso, nada como aceder ao serviço Via Verde, onde alguém fica a guardar o seu lugar. A comida é diversificada, mas não está barata. Já os copos para a cerveja, ou outros refrigerantes, custam um euro e serve para ser reabastecido ao longo do festival. Depois entregue-o e receba o dinheiro de volta.
Se ainda não tiver a APP do festival instalada, faça-o. É muito útil para ver em tempo real em que local os diversos concertos acontecem.
Hoje no NOS Primavera Sound 2019
Hoje já se espera recinto cheio, mas sem chuva. As grandes atuações hoje são Courtney Barnett, J Balvin, Interpol e James Blake, mas muitos mais irão marcar presença:
7 de junho, sexta-feira
Palco NOS
ALDOUS HARDING
COURTNEY BARNETT
J BALVIN
JAMES BLAKE
Palco SEAT
SURMA
JAMBINAI
LISABÖ
MURA MASA
FUCKED UP
INTERPOL
Palco Super Bock
PROFJAM
NILUFER YANYA
SHELLAC
BRANKO
Palco Pull&Bear
NUBYA GARCIA
SONS OF KEMET XL
LIZ PHAIR
DAVID AUGUST
JPEGMAFIA
SOPHIE
Palco Primavera Bits
VIOLET
JASSS
COURTESY
DR. RUBINSTEIN
HELENA HAUFF
Palco Radio Primavera Sound
INDIESPOT DJ
Vemo-nos lá hoje?
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