Ao que tudo indica, está (quase) tudo preparado para a chegada de um novo contracetivo masculino.
Esqueça a tão aclamada “pílula masculina”. Falamos de um gel que é injetado no escroto (para os canais que transportam os espermatozóides) e que tem o mesmo efeito de uma vasectomia. Na prática, este produto torna os espermatozóides estéreis, mas é facilmente reversível (através da aplicação de uma segunda injeção que destrói a barreira criada pelo gel).
Novo contracetivo masculino: quando chega ao mercado?
Uma boa pergunta que ainda não tem resposta à vista. Este novo método contracetivo masculino foi desenvolvido por uma equipa indiana liderada pelo investigador Sujoy Guha (na Índia, o produto é conhecido por RISUG – reversible inhibition of sperm under guidance).
De acordo com os estudos mais recentes, este método tem uma eficácia de 98% (a mesma percentagem dos preservativos se forem sempre utilizados) e os efeitos secundários são quase inexistentes.
Na Índia, este método já foi aplicado em cerca de 540 homens e, de acordo com R. S. Sharma, diretor de Biologia Reprodutiva e Saúde Materna no Conselho Indiano de Investigação Médica, continua a ser eficaz mesmo passados 13 anos depois da aplicação.
Ainda assim, é necessário o apoio das grandes empresas farmacêuticas para avançar com os próximos testes e para a implementação do produto no mercado a nível global: uma tarefa que tem sido quase impossível, diz a equipa liderada por Sujoy Guha.
Farmacêuticas sem interesse: e agora?
Sujoy Guha parece ter encontrado uma solução: concessionou a tecnologia para a produção deste novo método contracetivo masculino à Fundação Parsemus (organização sem fins lucrativos norte-americana) para a criação de um produto semelhante fora da Índia.
Esta equipa, sedeada na Califórnia, está a criar o Vasalgel, a sua versão do produto: já testou eficazmente em coelhos e macacos. Os resultados desses testes foram publicados na revista científica Basic and Clinical Andrology e mostram que o Vasalgel evitou a gravidez nos macacos por um período até 24 meses.
Os mesmos investigadores perceberam que, depois do gel ser eliminado, o nível de eficácia dos espermatozóides volta ao normal.
Neste momento, a Fundação Parsemus procura doações para o início dos testes em humanos (os investigadores esperam que esses testes comecem em 2018). O objetivo é que o custo deste produto seja entre 9€ e 20€ para pessoas com rendimentos médios e baixos, e entre os 380€ e os 570€ para os mercados mais ricos.
O mundo está, então, um passo mais próximo para a introdução no mercado de um novo método contracetivo masculino.
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