O lado oculto do digital: o que a série Adolescência nos ensina

A série Adolescência, da Netflix, não é apenas ficção. É um aviso. Quatro episódios chegam para mostrar como a vida digital pode desmoronar sem fazer barulho. No centro da história está um rapaz de 13 anos, alvo de cyberbullying, que se vê envolvido numa situação extrema. Mas o enredo, embora ficcional, levanta uma questão bem real: quem está a proteger os adolescentes e jovens online?

Digital não é sinónimo de seguro

Hoje, mais de metade das crianças recebe o primeiro dispositivo entre os 8 e os 12 anos. Sabem deslizar o dedo no ecrã, mas não têm filtros para o que encontram. Redes sociais, vídeos, fóruns. Tudo parece acessível. E é. Demasiado, até.

A Kaspersky sublinha que saber usar tecnologia não é o mesmo que saber usá-la em segurança. O problema? Muitos pais acham que controlar o tempo de ecrã basta. Na realidade não basta.

O bullying digital não precisa de pátios nem de campainhas. Vive nos grupos de WhatsApp, nos comentários, nos stories que desaparecem. É silencioso, constante, e por vezes cruel. E pode passar despercebido aos adultos, até quando está mesmo à frente dos olhos.

Comunicar e criar confiança são fundamentais

Proteger não é espiar. É falar. Ouvir. Estar presente. Mas estar informado também ajuda. A Kaspersky sugere que os pais usem ferramentas de controlo parental. Não para vigiar, mas para orientar. Estas ferramentas mostram sinais de alerta, identificam riscos e ajudam a manter o equilíbrio entre liberdade e segurança.

Quando os adolescentes se isolam, procuram outras vozes. Nem sempre são as melhores. Fóruns anónimos, comunidades tóxicas e ideias perigosas podem parecer mais acolhedores do que a própria casa. Cabe aos adultos criar um espaço onde seja seguro partilhar. Sem julgamentos.

Conselhos práticos da Kaspersky

A primeira sugestão é simples: conversar. Falar com os filhos sobre o que fazem online ajuda a criar uma ligação de confiança e a perceber quando algo não está bem. Depois, é importante estabelecer regras claras — adaptadas à idade — que definam o que podem ou não fazer na Internet e porquê.

Instalar uma solução de segurança fiável nos dispositivos é outro passo essencial. Protege contra ameaças e oferece ferramentas que ajudam os pais a acompanhar o que se passa, sem invadir. O Alfabeto da Cibersegurança, criado pela Kaspersky, é um recurso útil que pode tornar o tema mais acessível às crianças e ajudar na educação digital desde cedo.

Por fim, vale lembrar que ninguém precisa de saber tudo sozinho. Pedir ajuda ou procurar mais informação sobre o mundo digital é uma forma de proteger melhor os filhos — e de estar mais presente no seu dia a dia online.

Depois do episódio, começa a conversa

A série não traz soluções. Mas pode abrir os olhos. A segurança online dos mais novos começa com atenção, presença e perguntas simples. Porque quando os adultos estão por perto, é mais fácil navegar com confiança.