Afinal, o que acontece ao fígado de quem bebe? Não é segredo, nem novidade, que o consumo excessivo de álcool não é de todo benéfico para o bom funcionamento do nosso organismo.
Exagerar no álcool pode realmente causar graves danos ao organismo. Isto acontece porque o fígado é um órgão que se vai destruindo de forma progressiva e lenta.
Contudo, esse risco aumenta à medida que os anos passam e há complicações silenciosas – como a doença hepática alcoólica – que se tornam em meio caminho andado para a cirrose, por exemplo. E tudo isto devido ao consumo excessivo de álcool.
O que acontece ao fígado de quem bebe? Nós explicamos
Ingerir bebidas alcoólicas para comemorar uma data importante, celebrar uma conquista ou apenas mais um dia de vitória pode parecer um hábito saudável, mas não é. E na maioria das vezes, nem refletimos sobre o que acontece ao fígado de quem bebe, não é assim?
De facto, trata-se de um assunto sério e por isso mesmo, deve ser analisado como tal. São mais de 2 biliões de pessoas a consumirem bebidas alcoólicas em todo o mundo e o facto de se tratar de uma “droga lícita” na maioria dos países, influencia imenso no seu impacto.
Sabia que, segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 4% das mortes no planeta envolvem o uso de álcool? Ora, traduzindo em números, isto representa 2.3 milhões de mortes por ano, diretamente relacionadas com o uso ou abuso de bebidas alcoólicas.
Partindo do princípio de que, normalmente, uma dose tem em média 10ml de etanol puro, os mesmos demoram aproximadamente 1 hora para saírem do organismo. Para além disto, é importante ainda considerarmos a variação da concentração de álcool das bebidas (que pode chegar até 40%). Tendo estes fatores em mente, vamos então perceber o que acontece ao fígado e ao organismo quando ingerimos bebidas alcoólicas.
O que acontece ao nosso corpo depois da ingestão de álcool numa fase inicial
Assim que damos os primeiros goles, o álcool vai diretamente para o estômago e é absorvido. Começa a percorrer o nosso corpo através do sangue e passa pelos órgãos, sendo absorvido pelo intestino e chegando até ao cérebro. O tempo desta viagem está dependente de vários fatores: o volume de gordura no corpo ou a quantidade de bebida que foi ingerida, por exemplo.
Nos primeiros 10 minutos, o seu organismo vê o álcool a transformar-se em autêntico veneno (o acetaldeído, enzima extremamente tóxica) e tenta livrar-se dele o mais rápido possível.
Essa absorção significa que o álcool foi diretamente para a circulação sanguínea, passando pelo fígado, onde sofreu ação das enzimas aldeídodesidrogenase (ADH), que o transformou em acetaldeído.
Por sua vez, o acetaldeído sofre ação de outro tipo de enzimas até ser expulso do organismo. Ora, este processo acaba por sobrecarregar o fígado e, quanto maior for a ingestão de álcool, maior é a probabilidade de o fígado ser danificado pela agressão aguda e crónica das células hepáticas.
O álcool passa então por um processo químico no fígado e a partir dos primeiros 20 minutos a pessoa começa a sentir-se mais solta e eufórica. Geralmente, é nesta fase em que atinge sensações como a excitação e felicidade extremas.
No entanto, tudo passa rápido e sente a necessidade de ingerir cada vez mais bebidas para prolongar essa sensação – e o problema começa precisamente aqui.
Como reage o fígado?
O fígado também tem a função de regular os níveis de açúcar no sangue e é responsável por administrar uma reserva de glicose. Contudo, quando está ocupado com a metabolização da bebida ingerida, este órgão perde a capacidade de agir nesse sistema por ter a sua reserva consumida pelo álcool.
Este tipo de situações, pode fazer com que a pessoa tenha uma crise de hipoglicemia, por exemplo.
O que significa que, quando a pessoa ingere bebidas alcoólicas em demasia e de uma forma frequente, as lesões provocadas neste órgão aumentam e o organismo passa a ter cada vez menos tempo e capacidade de regenerar as células.
Para ter uma noção, o consumo diário de mais de 30 gramas de álcool, aumenta o risco de aparecimento de doença hepática. E se estivermos perante alguém que ingere pelo menos 80 gramas diárias, o risco de cirrose é ainda maior.
É verdade que as mulheres são mais suscetíveis aos efeitos do álcool?
Por norma, as mulheres são as que estão mais suscetíveis aos efeitos do álcool. Tal acontece devido ao facto de terem mais gordura retida no organismo – acabando por expulsar a absorção do álcool pelas células e fazendo com que ele permaneça mais tempo no sangue.
Este processo faz com que os órgãos da mulher fiquem mais expostos aos efeitos nocivos do álcool, principalmente o cérebro, fígado e coração. Este é, efetivamente, um dos motivos pelos quais as mulheres adoecem mais cedo devido ao consumo excessivo de álcool.
Por exemplo: a cirrose aparece em média 5 anos antes na mulher do que nos homens.
Apesar disto, os idosos também são um público suscetível aos efeitos do álcool porque já têm, normalmente, doenças como diabetes ou hipertensão e pequenas alterações fisiológicas no organismo.
Diminuir o consumo de álcool é a melhor opção
Sabemos que o consumo de álcool é frequente quando temos um evento ou comemoramos uma data festiva entre amigos. No entanto, é crucial estarmos atentos à nossa saúde e ouvirmos o nosso corpo.
Como vimos, a ingestão de bebidas alcoólicas em excesso não resulta em algo benéfico para o organismo. Aliás, são várias as doenças relacionadas com o excesso de álcool que podem aparecer à medida que os anos passam.
Por isso, o ideal é evitar beber ao máximo. Principalmente quando se apercebe que pode exagerar, alcançando estados de embriaguez frequentes.
Comemore na mesma, faça um brinde com a família e amigos e opte por um estilo de vida saudável: diga não ao consumo excessivo de álcool e proteja a sua saúde e bem-estar.