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Não existe uma resposta única para o que é a economia, dado existirem várias visões acerca desta ciência. Não obstante, algumas das definições apresentadas podem fornecer visões complementares, reforçando assim a abrangência do objeto que a economia estuda.
De um ponto de vista simplificado, pode considerar-se que a economia surge da confrontação entre as necessidades ilimitadas face aos reduzidos recursos existentes, o que se traduz no conceito de escassez. De certa forma, o conceito de escassez é transversal a várias das definições de economia existentes.
O que é a economia: definições e origem
Segundo Paul Samuelson, “a Economia é o estudo de como as pessoas e a sociedade escolhem o emprego dos recursos escassos, que podem ter usos alternativos, de forma a produzir vários bens e a distribuí-los para consumo, agora e no futuro, entre as várias pessoas e grupos na sociedade.”
Já quanto a Lionel Robbins, “a economia é a ciência que estuda o comportamento humano como uma relação entre fins e meios escassos que têm usos alternativos.”
Conforme referido anteriormente, é possível observar nestes dois amplamente citados exemplos de enunciação sobre o que é a economia, a referência, ainda que por diferentes palavras, à relação de oposição entre recursos limitados e necessidades ilimitadas.
No entanto, há também pontos que se diferenciam. Samuelson contempla as atividades de produção e distribuição na sua definição, ao passo que Robbins se foca no comportamento humano.
Por se focar justamente num problema inerente ao ser humano, a escassez, bem como na forma como melhor o ultrapassar, a economia é considerada uma ciência social.
No quadro das ciências sociais, a economia tem no homem o seu principal agente, necessita de ser complementada com as abordagens de outras ciências sociais, por forma a obter melhor compreensão dos fenómenos que estuda e evidencia uma natureza limitada nas generalizações que pode fazer.
O surgimento da ciência económica
Se é verdade que as primeiras discussões no âmbito do que pode ser considerado economia remontam à Grécia antiga, tendo como protagonistas os filósofos Platão e Aristóteles, o nascimento da economia moderna deu-se no ano de 1776, quando Adam Smith publicou a obra “Inquérito sobre a natureza e as causas da riqueza das nações.”
A partir das observações feitas por Adam Smith, outros economistas da corrente clássica foram desenvolvendo novas considerações acerca desta ciência, tais como David Ricardo, Thomas Malthus ou John Stuart Mill.
Previamente a Adam Smith, a economia não detinha autonomia enquanto ciência, embora houvesse já algumas ideias relacionadas com modelos económicos. No caso da Grécia antiga, por exemplo, as considerações sobre a economia enquadravam-se no seio da filosofia. Após Adam Smith, a economia foi evoluindo, passando por várias correntes de pensamento que contribuíram para enriquecer o seu debate interno.
O que é a economia: principais teorias
As teorias económicas não se resumem a apenas duas. No entanto, por forma a ser mais facilmente compreensível, apresentam-se as duas principais teorias que ainda hoje geram um forte debate entre si. São elas a teoria neoclássica e a teoria keynesiana.
Adam Smith, considerado o pai da economia moderna, e John Maynard Keynes, considerado o economista mais importante do século XX.
Teoria neoclássica
A teoria neoclássica centra-se no confronto entre as necessidades ilimitadas e a escassez de recursos. Devido aos vários usos alternativos de um mesmo bem, torna-se necessário fazer escolhas.
Estas escolhas deverão ser orientadas através do mercado que, devido à racionalidade dos agentes, permitirá atingir o equilíbrio. Ou seja, um normal funcionamento dos mercados permitirá aos agentes tomar as melhores decisões a fim de satisfazerem as suas necessidades.
As finalidades dessas escolhas não são do âmbito da economia, segundo esta teoria, uma vez que esta apenas se deve focar na forma como os indivíduos satisfazem as suas necessidades num quadro de escassez.
Teoria keynesiana
O surgimento desta teoria está intimamente relacionado com a Grande Depressão de 1929 e tem como seu fundador o economista britânico John Maynard Keynes, através da sua obra “Teoria geral do emprego, do juro e da moeda”.
De acordo com esta teoria, o principal objetivo da economia deixa de ser apenas o estudo da satisfação das necessidades humanas, passando a focar-se na promoção do desenvolvimento e qualidade de vida das pessoas.
Foi após esta grande depressão que se começou a contestar a premissa da racionalidade dos agentes devidos aos desequilíbrios de mercado que motivaram o seu surgimento. A partir da afirmação de que os agentes não são racionais, esta teoria procura justificar a intervenção do Estado na economia a fim de garantir o bem-estar das populações.
De igual forma, defende que o estudo da ciência económica deve abranger as finalidades das escolhas dos agentes e não apenas o modo como são feitas.
O que é a economia: perspetivas de análise
Microeconomia
A perpetiva microeconómica centra-se no estudo do comportamento económico e particular, isolando a análise em relação ao conjunto da economia como um todo. O seu foco incide sobre os mercados específicos, bem como nas ações de produtores e consumidores.
Os princípios da oferta e da procura, as relações custo/ benefício ou a lei dos rendimentos marginais decrescentes são exemplos de conceitos estudados no quadro da Microeconomia.
Macroeconomia
Por oposição, a Macroeconomia analisa a economia como um todo, ao nível de grandes agregados económicos e respetivas interações. Destes agregados são exemplos o Produto Interno Bruto, a taxa de desemprego ou a inflação.
Da mesma forma, o estudo da política monetária e da política fiscal estão a cargo da teoria macroeconómica, tratando-se de políticas que visam atingir determinados objetivos para a economia como um todo.
Não obstante, as análises macroeconómicas não deixam de ter fundamentos microeconómicos, por forma a melhor enquadrar e compreender o comportamento dos agentes que integram a economia.
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