Compreender o que é a taxa de juro e como calcular pode ser um trunfo importante para analisar a rentabilidade de um investimento ou o custo real associado aos juros que suportamos num crédito.
De forma simples, a taxa de juro é o custo da utilização do dinheiro, ou seja, é o preço pago pela utilização do dinheiro que foi cedido por outrem.
Descubra o que influencia a taxa de juro e como a pode calcular.
O que influencia a taxa de juro?
Se não sabe o que é a taxa de juro e como calcular aqui vão alguns dos fatores preponderantes na sua definição. Assim, a taxa de juro em vigor, é influenciada por:
Taxa de Inflação
A taxa de inflação influencia a taxa de juro nominal de forma positiva. Assim quando sobe a inflação, as taxa de juros sobem. Idealmente, a taxa de juro real deve ser positiva.
Política Monetária
Através da Política Monetária, os Bancos Centrais conseguem ter impacto nas taxas juro através do aumento ou da redução das suas taxas de referência, aumentando ou diminuindo o preço do dinheiro para os bancos, e forçando-os a subir ou baixar as taxas de juro em vigor.
Procura de Moeda
A procura constitui, obviamente, uma das determinantes do preço. Assim, representando a taxa de juro o preço pago pela utilização do dinheiro, quanto maior for a procura de moeda, maior será o seu preço, ou seja, a taxa de juro.
Risco do Devedor
Quanto maior for o risco associado ao devedor, ou seja, quanto maior for a possibilidade deste não ter capacidade de assumir o pagamento do valor em dívida, maior será o juro.
Taxa de juro nominal e real
Na avaliação de um depósito a prazo convém sempre ter em vista o impacto resultante da inflação para que perceba a real evolução do seu poder de compra.
Há, assim, duas taxas que deve ter em conta quando analisa a rentabilidade de um depósito a prazo: a taxa de juro nominal e a taxa de juro real.
A Taxa Anual Nominal (TAN) é a taxa que é acordada quando faz o seu depósito, e é a taxa que será utilizada no cálculo do montante de juros que vai receber.
Mas não se pode esquecer que durante o período em que tem o seu depósito imobilizado no banco, existe inflação. Ou seja, para saber quanto efetivamente será a rentabilidade do seu depósito deverá ter em conta a inflação.
E é aí que entra a a taxa de juro real (que surge da taxa de juro nominal expurgada da taxa de inflação). É tendo em conta este indicador que concluímos a efetiva remuneração da disponibilização de dinheiro a outrem.
De facto, a taxa de inflação representa no período em análise uma perda de poder aquisitivo. E piora a remuneração associada ao empréstimo feito por quem disponibilizou o dinheiro.
Vejamos um exemplo:
Fez um deposito a prazo de 1.000€ a um ano com uma TAN de 1%. Ao final de um ano deveria receber 10€ de juros, ou seja, 1.010€ (ignorando a aplicação dos impostos).
Mas se a taxa de inflação nesse mesmo período tiver sido de 2%, necessita de 1.020€ para comprar o que no ano anterior lhe custava 1.000€. Como com o seu depósito só obteve 1.010€ então perdeu de facto poder de compra. Ou seja, a rentabilidade do seu depósito foi de -10€ ou seja -1%.
Assim apesar da Taxa Anual Nominal ter sido de 1% a sua taxa de juro real foi de -1%.
- Taxa de juro real= taxa de juro nominal – taxa de inflação = -1%
Mas sobre o valor dos juros ainda incidem os impostos a pagar, reduzindo adicionalmente este montante.
Ao fazer o seu depósito a prazo são apresentadas duas taxas: a Taxa Anual Nominal Bruta (TANB) e a Taxa Anual Nominal Líquida (TANL), que não é mais do que a taxa nominal deduzida dos impostos.
Mas note que nada lhe é dito sobre a taxa real. Para conhecer a rentabilidade não se esqueça de ter em conta a inflação.
Em conclusão
A taxa de juro representa o preço a que quem empresta está disposto a disponibilizar dinheiro, privando-se da sua utilização para quem o recebe possa usufruir de liquidez que não detém no presente.
Assim, percepcionar que este conceito representa uma compensação permite-nos perceber o que é a taxa de juro e como calcular a mesma ao longo dos tempos.
Artigo originalmente publicado em julho de 2019. Última atualização em março de 2024.