No nosso dia-a-dia ouvimos muito falar em automóveis clássicos, em como estes podem ser excelentes investimentos, como podem ter marcado a história automóvel, e o que seria podermos conduzir um.
Sabemos que são carros intemporais de grande prestigio, mas pouco mais temos acerca daquilo que os define. Resta a questão: afinal, o que é um carro clássico?
O que define um carro clássico?
Para poder perceber o que é um carro clássico, é necessário distingui-lo de dois outros tipos com os quais, muitas vezes, são confundidos. Falamos de carros históricos e carros antigos.
Estes dois tipos de automóveis podem ser considerados clássicos, mas para isso, precisam obrigatoriamente de estar inscritos numa das seguintes entidades:
- Clube Português de Automóveis Antigos
- Automóvel Clube de Portugal
- Museu do Caramulo
Neste caso os fatores incluem também alguns pressupostos da anterior definição: o carro não pode ter sofrido grandes alterações, tem de estar em bom estado de conservação, e precisa de ser ainda capaz de dar umas voltas. O seguro poderá ainda envolver outras variáveis.
O que é um carro antigo?
Segundo o Automóvel Clube de Portugal (ACP), o termo carro antigo é a “Designação que se refere à idade do veículo em causa. É uma classificação puramente objectiva, mas que se tem revelado insuficiente, à medida que o critério da idade permitiu uma abrangência cada vez maior de veículos.
A palavra «antigos» foi a escolhida quando começaram a surgir as primeiras manifestações no sentido de preservar veículos obsoletos em termos tecnológicos, mas de valia histórica ou afectiva.”
Ou seja, o termo antigo é uma das medidas que serve para avaliar se um carro pode ser considerado histórico ou não. Nesse sentido, procurámos junto da mesma fonte (ACP) perceber o que era um carro histórico e quantos anos eram necessários para preencher esses mesmo requisitos.
O que é um carro histórico?
Ora, de acordo então com o ACP, são veículos históricos todos os carros de estrada “acionados mecanicamente [e] que têm, pelo menos, 30 anos de idade, sendo conservados e mantidos em condições corretas de um ponto de vista histórico, não sendo utilizados como meio de transporte do dia-a-dia e que fazem, por essa razão, parte da herança técnica e cultural”.
Portanto, um carro histórico e um antigo têm de ter mais de 30 anos para terem essa terminologia. A diferença entre os dois termos reside no facto de o automóvel histórico não poder ser utilizado para transporte diário e na obrigatoriedade de mantê-lo nas melhores condições para garantir que está preservado e com características iguais ou idênticas às quais foram produzidas.
Segundo o ACP, em consonância com a FIVA (Federação Internacional dos Veículos Antigos), há as seguintes categorias de carros históricos:
- Classe A – Pioneiros
Veículos construídos antes de 31 de Dezembro de 1904 - Classe B – Veteranos
Veículos construídos entre 1 de Janeiro de 1905 e 31 de Dezembro de 1918 - Classe C – Vintage
Veículos construídos entre 1 de Janeiro de 1919 e 31 de Dezembro de 1930 - Classe D – Pós-Vintage
Veículos construídos entre 1 de Janeiro de 1931 e 31 de Dezembro de 1945 - Classe E – Pós-Guerra
Veículos construídos entre 1 de Janeiro de 1946 e 31 de Dezembro de 1960 - Classe F
Veículos construídos entre 1 de Janeiro de 1961 e 31 de Dezembro de 1970 - Classe G
Veículos construídos entre 1 de Janeiro de 1971 e o limite dos representantes FIVA (em geral 25 anos) - Clássicos do Futuro (ou Pré-Clássicos)
Veículos com menos de 20 anos (Classificação ACP Clássicos)
Considerações
Ficamos, então, com algumas definições abrangentes daquilo que é um clássico em Portugal. No entanto, a definição poderá ser diferente noutros países.
Por norma as definições têm em comum que um clássico é um carro de alta qualidade, que tem interesse histórico suficiente que leve à preservação do modelo, em vez de o deixar ir parar à sucata.
Várias entidades como o Classic Car Club of America (CCCA) possuem listas de carros que são considerados clássicos. Poder-se-á basear também nestas listas para os definir, apesar de estas poderem estar incompletas.
Por norma, em concursos de carros clássicos, vêm-se maioritariamente carros de épocas sensivelmente entre 1920 e 1990, com alguns mais antigos ou mais recentes à mistura.
Estima-se que o conceito de ‘Clássico’, aplicado aos veículos, generalizou-se com o aparecimento, em 1973, da revista inglesa “Thoroughbred & Classic Cars”.
Poderá verificar se o seu automóvel é um clássico ou não consultando a lista no site da RD Classics.