A obesidade é uma doença crónica que atinge cada vez mais pessoas e que tornou-se num sério problema de saúde pública à escala mundial. A Organização Mundial de Saúde já chegou mesmo a considerar esta doença a epidemia do século XXI. Infelizmente, a obesidade infantil não é menos preocupante.
Em 2016, havia mais de 124 milhões de crianças e de adolescentes obesos, o que significa que o número de crianças obesas no mundo aumentou 11 vezes em 40 anos. Se os números são preocupantes, não são menos alarmantes as consequências desta doença na saúde e na vida destes jovens. Saiba mais
Obesidade infantil: tudo o que precisa de saber
Os primeiros sinais de obesidade infantil não são muito diferentes daqueles que associamos à obesidade nos adultos. Geralmente, estes sintomas aparecem em idades ainda precoces e consistem em:
- dislipidémia (aumento do colesterol e/ou dos triglicéridos);
- hipertensão arterial;
- intolerância à glicose que pode evoluir para diabetes tipo 2;
- problemas de sono;
- problemas ortopédicos;
- problemas psicossociais (falta de auto-estima, por exemplo).
Entre as consequências destas complicações, está o aumento do risco de doença cardiovascular, com todos os outros riscos que daí advêm.
Causas da obesidade infantil
Tal como acontece nos adultos, a obesidade infantil está, geralmente, associada à acumulação excessiva de gordura, devido a um consumo de calorias superior à quantidade de calorias despendida. Além disso, há um abuso crescente de produtos como doces, gorduras, sumos, entre outros alimentos açucarados.
Entre os fatores que favorecem esta situação podem estar fatores genéticos, metabólicos, comportamentais e ambientais (sociais e culturais).
Nas crianças, o excesso de peso pode estar relacionado com diversas circunstâncias como, por exemplo:
- má alimentação da mãe durante a gravidez;
- obesidade dos pais;
- nascimento prematuro;
- não beber leite materno, nos primeiros meses de vida;
- fatores genéticos, metabólicos e físicos;
- má alimentação;
- sedentarismo.
Diagnóstico e tratamento
Para diagnosticar a obesidade infantil, segue-se o mesmo método utilizado nos adultos, ou seja, calcula-se o Índice de Massa Corporal (IMC), dividindo o peso pela altura ao quadrado. Neste caso, o resultado tem de ser analisado tendo em conta a idade e o género da criança.
Para tratar a obesidade, é necessário implementar uma dieta alimentar equilibrada e fomentar a atividade física. Em casos muitos específicos, pode ser necessário recorrer à terapêutica farmacológica ou à cirurgia.
O tratamento da obesidade deve ser traçado e orientado por uma equipa multidisciplinar, não só composta por médicos, pediatras e endocrinologistas, como por nutricionistas e psicólogos.
É importante que as crianças gostem de alimentos saudáveis, como legumes ou fruta. Nesse sentido, a (re)educação alimentar é fundamental, para que elas adiram, naturalmente, ao seu novo plano alimentar.
Os pais são o modelo
Ao contrário da obesidade nos adultos, em que são os doentes os principais motores da mudança, na obesidade infantil, os pais têm um papel determinante, não só porque são eles que determinam o que se come e as atividades que se fazem, como também porque eles são modelos para as crianças.
Assim, além de melhorar a alimentação e praticar mais exercício físico, há outras mudanças na rotina familiar que podem ter um efeito positivo na perda de peso. Tome nota:
- jantar em família, sem ver televisão;
- não usar a comida como recompensa;
- usar o reforço positivo;
- passar tempo de qualidade em família;
- dar a escolher entre alternativas saudáveis (entre duas peças de fruta, por exemplo);
- não ter acesso fácil a maus alimentos;
- praticar cerca de 30 minutos de exercício físico por dia;
- manter a coerência.