Share the post "Obesidade: combate por mais saúde e melhor qualidade de vida"
A obesidade caracteriza-se por um acumular anormal ou excessivo de gordura corporal que pode atingir níveis capazes de afetarem a saúde. Importa conhecer melhor este problema de saúde pública, de forma a compreender as suas causas, consequências e formas de prevenção e tratamento.
Para compreender a gravidade que este problema de saúde pública representa, importa atentar aos números que traduzem esta realidade. A obesidade tem vindo a aumentar assustadoramente a nível mundial, daí que já seja considerada por muitos especialistas um verdadeira epidemia.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, há 2,3 mil milhões de pessoas no mundo com sobrepeso ou obesidade.
Dados de 2019 apontaram que mais de metade da população adulta residente em Portugal apresentava excesso de peso ou obesidade. Cerca de 4,6 milhões de pessoas com 18 ou mais anos tinha excesso de peso, enquanto 1,5 milhões possuía mesmo obesidade.
Estudos mais recentes, de 2021, também divulgados pela OMS, alertam que, na Europa, uma a cada três crianças em idade escolar está obesa. Cerca de 60% dos adultos está com sobrepeso ou diagnóstico de obesidade.
Obesidade: tudo o que precisa de saber
A quantidade de calorias de que cada um de nós necessita é variável e está relacionada com o género, a idade e a atividade física praticada.
O excesso de calorias, que surge como consequência de um balanço positivo entre aquilo que é consumido e aquilo que é gasto, armazena-se no organismo e conduz à obesidade.
Podemos definir obesidade como uma situação em que existe uma acumulação excessiva de massa gorda corporal, com um potencial impacto negativo na saúde. O padrão de medida utilizado internacionalmente para diagnosticar a obesidade é o índice de massa corporal (IMC), que se calcula através da divisão do peso (kg) e a altura ao quadrado (metros).
Os valores de IMC considerados normais situam-se entre 19 e 24,9. O excesso de peso (pré-obesidade) oscila entre 25 e 29,9 e a obesidade é diagnosticada quando o IMC é superior a 30.
A obesidade pode ser dividida em três estágios distintos:
- Obesidade estágio 1: 30,0 – 34,9
- Obesidade estágio 2: 35,0 – 39,9
- Obesidade mórbida, estágio 3: 40,0 ou superior
Atualmente, a obesidade é um dos principais problemas de saúde pública a nível mundial, sendo não só considerada uma doença crónica, como também um importante fator de risco para o desenvolvimento de outras doenças crónicas de elevada morbilidade e mortalidade, como diabetes, hipertensão arterial, dislipidémia, doenças osteoarticulares, cardiovasculares, cancro, etc.
Causas
De forma simplista, podemos dizer que a obesidade surge na sequência de um desequilíbrio energético, ou seja, quando a energia ingerida excede a energia despendida por um período de tempo considerável.
Contudo, não existe uma causa única para a obesidade. Pelo contrário, existem vários fatores (bioquímicos, dietéticos, comportamentais) que contribuem para o acumular excessivo de gordura corporal.
Alguns fatores genéticos/ambientais/comportamentais/mentais têm sido apontados como a grande causa da obesidade, nomeadamente:
- o aumento do teor de gordura nos alimentos;
- as dietas de grande densidade energética;
- a redução dos níveis de atividade física;
- o aumento do comportamento sedentário;
- história familiar de obesidade;
- stress;
- ansiedade;
- depressão;
- falta de sono;
- menopausa;
- gravidez;
- corticoides;
- doença de Cushing;
- diminuição do metabolismo.
Tratamento
As consequências negativas que o excesso de peso acarreta para a saúde são imensas, desde o aumento do risco de morte prematura aos efeitos adversos na qualidade de vida, pelo que importa apostar no seu tratamento e prevenção.
O regime alimentar e a atividade física são alguns dos principais fatores de risco para a obesidade. Felizmente são modificáveis, ou seja, se corrigidos, podem contribuir para a prevenção ou tratamento da obesidade.
Mais ainda, ao nível da prevenção, importa apostar em medidas educativas que envolvam toda a sociedade na aprendizagem de atitudes positivas relacionadas com os hábitos de vida saudáveis.
Quanto ao tratamento, quando o IMC é superior a 30 e o risco de morbilidade associado é muito elevado, habitualmente é aconselhado um plano de redução de peso seguido de um plano de manutenção de peso a longo-prazo.
Quando o risco já é considerado extremamente elevado, ou seja, quando o IMC é igual ou superior a 40 e o tratamento convencional não for capaz de reduzir o peso excessivo, o paciente tende a ser referenciado para uma consulta especializada, de forma a avaliar a necessidade e a pertinência da realização de cirurgia.
Para ser considerado para cirurgia, o doente:
- deve ter feito várias tentativas de redução de peso, sem sucesso;
- não deve ter patologias severas que condicionem o ato cirúrgico;
- deve ter um IMC superior a 40 kg/m2;
- deve ter um IMC entre os 35 e 40 kg/m2, caso haja outras doenças decorrentes da obesidade.
Existem muitas técnicas cirúrgicas utilizadas, como as restritivas, que limitam a ingestão de calorias; as malabsortivas, que reduzem a absorção dos alimentos ingeridos; e as mistas que diminuem a ingestão e a absorção.
Prevenção da obesidade
A obesidade é um problema de saúde pública à escala mundial, pelo que é vital preveni-la e combatê-la. Para tal, há algumas estratégias que devem fazer parte do dia-a-dia de todos nós, tais como:
- Seguir as proporções recomendadas pela roda dos alimentos (adotar uma dieta equilibrada e variada);
- Aprender a conhecer os alimentos e os seus nutrientes;
- Comer a cada 3 a 4 horas, de forma a não ter demasiada fome na refeição seguinte;
- Praticar atividade física de forma regular;
- Emagrecer e manter um peso saudável (as dietas “relâmpago” podem ter o efeito contrário ao pretendido).