Ekonomista
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06 Jan, 2025 - 12:00

Dispositivos inteligentes: um risco oculto para a privacidade e segurança

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Saiba como os dispositivos inteligentes ameaçam a privacidade e segurança, e o que governos e utilizadores podem fazer para se protegerem.

Nos últimos anos, a tecnologia trouxe conforto e praticidade às nossas vidas, mas a que custo? Dispositivos inteligentes, como assistentes de voz, wearables e smartphones, têm vindo a tornar-se omnipresentes nas nossas casas. Contudo, à medida que recolhem dados pessoais, levantam questões alarmantes sobre a privacidade e segurança dos utilizadores.

Uma recolha de dados sem precedentes

Os dispositivos inteligentes recolhem mais do que informações básicas; registam dados sobre saúde física, bem-estar mental, rotinas diárias e até preferências pessoais, por exemplo:

  • Assistentes de voz – aprendem os hábitos dos utilizadores, deduzindo humor e relações interpessoais.
  • Wearables – monitorizam o ritmo cardíaco, níveis de stress e padrões de sono.

Esta recolha não se limita a melhorar a experiência do utilizador. Os dados são frequentemente utilizados para publicidade direcionada e podem ser partilhados com terceiros, incluindo governos, muitas vezes sem o consentimento explícito dos utilizadores.

Privacidade em risco: os desafios culturais e legais

Regimes democráticos e autoritários têm abordagens diferentes à privacidade:

  • Na Europa, regulamentações como o RGPD exigem transparência das empresas e controlo por parte dos utilizadores.
  • Em regimes autoritários, o controlo estatal sobrepõe-se à privacidade individual, aumentando o risco de vigilância.

Além disso, os dispositivos inteligentes são frequentemente alvo de escrutínio por preocupações de segurança. Há temores de que governos estrangeiros possam aceder a dados através de backdoors, usando-os para vigilância ou espionagem.

Casos emblemáticos e avanços na legislação

O escândalo Facebook-Cambridge Analytica, em 2018, revelou como os dados de milhões de utilizadores foram utilizados para manipulação política. Este e outros incidentes geraram:

  1. Leis de proteção de dados – como o RGPD e a nova lei europeia sobre ciber-resiliência.
  2. Proibições de fornecedores – medidas contra dispositivos de alto risco em infraestruturas críticas.
  3. Normas de segurança – incluindo o banimento de palavras-passe padrão em dispositivos.

O futuro da privacidade digital

Para proteger os consumidores num mundo dominado por dispositivos inteligentes, governos, empresas e utilizadores precisam de trabalhar em conjunto:

  • Governos: implementar e fiscalizar regulamentações mais rigorosas.
  • Empresas: adotar medidas como o agente Quantum IoT Protect Nano, que reforça a segurança dos dispositivos IoT.
  • Consumidores: exigir transparência, compreender os riscos e minimizar a exposição dos seus dados.

Os dispositivos inteligentes são uma faca de dois gumes. Embora melhorem as nossas vidas, comprometem a privacidade e segurança se usados sem controlo adequado. O desafio é criar um equilíbrio entre inovação tecnológica e proteção de direitos fundamentais.

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