Ekonomista
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13 Nov, 2023 - 13:02

Osteoporose: será o estilo de vida um fator de risco?

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A osteoporose conduz à fragilidade óssea e ao aumento da suscetibilidade para fraturas. A prevenção pode ter um papel determinante.

Diagnóstico de osteoporose

Existem, em Portugal mais de meio milhão de pessoas, sobretudo mulheres, com diagnóstico de osteoporose, pelo que vale a pena conhecer melhor esta doença e saber de que forma a podemos prevenir.

A osteoporose é uma doença que se caracteriza pela diminuição da massa óssea e por uma alteração da qualidade microestrutural do osso. Tem como consequências a diminuição da resistência óssea e o aumento do risco de fratura, sobretudo nas vértebras dorsais e lombares, na extremidade distal do rádio e no fémur proximal.

Compreender a osteoporose

Podemos distinguir a osteoporose primária da osteoporose secundária:

a) Osteoporose primária: quando não há uma patologia subjacente que justifique a sua ocorrência. Comummente resulta da diminuição de estrogénios após a menopausa ou da aquisição insuficiente de massa óssea durante a fase de crescimento;

b) Osteoporose secundária: quando a perda óssea é secundária a uma doença, a um distúrbio alimentar ou à toma de determinada medicação.

No nosso país contam-se cerca de 9500 fraturas por ano, que se relacionam com a fragilidade óssea e que podem ocorrer em qualquer local do corpo, embora, como já vimos, maioritariamente se localizem na coluna, anca e também no pulso. As fraturas provocadas pela osteoporose afetam de forma mais frequente as mulheres pós-menopáusicas e as pessoas idosas. É, portanto, uma doença muito prevalente no nosso país, que acarreta graves consequências ao nível da saúde e diminui significativamente a qualidade de vida e o bem-estar de quem dela padece.

Fatores de risco para a doença

Os fatores de risco mais relevantes no surgimento da osteoporose são:

  • Idade superior a 65 anos;
  • Fratura vertebral prévia;
  • Fratura de fragilidade depois dos 40 anos;
  • História de fratura da anca num dos progenitores;
  • Terapêutica corticoide sistémica com mais de 3 meses de duração;
  • Menopausa precoce ( <40 anos);
  • Hipogonadismo;
  • Hiperparatiroidismo primário;
  • Propensão aumentada para quedas.

Para além destes fatores de risco, no caso da osteoporose há outras condicionantes que devem também ser tidas em conta, nomeadamente:

  • artrite reumatoide;
  • história de hipertiroidismo clínico;
  • terapêutica crónica com anti-epilépticos;
  • baixo aporte de cálcio na dieta;
  • tabagismo;
  • consumo excessivo de cafeína (>2 chávenas por dia);
  • consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
  • índice de massa corporal menor do que 19 kg/m2;
  • perda de peso superior a 10% relativamente ao peso do indivíduo aos 25 anos;
  • terapêutica crónica com heparina;
  • imobilização prolongada.

Diagnóstico e tratamento da osteoporose

Para que o tratamento adequado seja implementado, importa, antes de mais, estabelecer o diagnóstico correto. Todavia, tendo em conta que a osteoporose, por si só, não causa sintomas, o diagnóstico (passa pela determinação da densidade mineral óssea, através de um dos diversos métodos existentes) e o tratamento tendem a iniciar-se tardiamente, após a ocorrência de uma fratura.

Idealmente, o diagnóstico deveria acontecer atempadamente, através da realização de uma densitometria óssea. Mais ainda, deve ser sempre prestada especial atenção a todas as pessoas que apresentem alguns dos fatores de risco para a doença acima descritos.

Posteriormente, importa iniciar o tratamento que terá como objetivo prevenir a ocorrência das fraturas osteoporóticas. O tratamento farmacológico, que está indicado em alguns doentes e deve ser sempre prescrito pelo médico, pode diminuir a velocidade de perda óssea ou até estimular a formação óssea.

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Como prevenir a osteoporose? Terá o estilo de vida alguma influência?

Conhecidos os fatores de risco, a discussão acerca da prevenção da osteoporose tem ganho maior destaque, na medida em que parece ser a única forma de travar o avanço desta doença. Os estudos indicam que o estilo de vida pode ter uma grande influência no surgimento da doença pelo que importa reduzir e corrigir estes fatores de risco, ou seja, há que abandonar alguns maus hábitos, substituindo-os por um estilo de vida mais saudável:

1) Praticar atividade física de forma regular: o exercício físico parece contribuir para o aumento da resistência do osso, melhorando a densidade e a qualidade óssea;

2) Adotar uma alimentação adequada e equilibrada: é importante evitar o consumo excessivo de cafeína e adequar o teor proteico da alimentação de acordo com as necessidades de cada um. Mais ainda, a dieta deve assegurar o aporte suficiente de cálcio e vitamina D;

3) Evitar as quedas: o risco de queda tende a aumentar sobretudo durante o processo de envelhecimento. É também nesta fase da vida que as consequências das quedas tendem a ser mais graves;

4) Evitar o consumo excessivo de álcool: o consumo crónico de álcool tem repercussões negativas no osso;

5) Evitar o consumo de tabaco: também o consumo de tabaco tem impacto no metabolismo ósseo, acentuando a perda de massa óssea, bem como o risco de fratura, possivelmente devido ao efeito tóxico das substâncias que o compõem.

Em suma, mais vale prevenir!

Esta doença, caracterizada pela diminuição da massa óssea e pela deterioração da arquitetura do osso, tem uma enorme prevalência nos países ocidentais, nos quais Portugal se insere. Sendo uma doença, muitas vezes, silenciosa, importa apostar na sua prevenção, de forma a obter bons níveis de massa óssea. Como vimos, o tabaco e o álcool devem ser evitados, a cafeína consumida com moderação, a dieta deve ser equilibrada e o exercício físico deve ser parte integrante do dia-a-dia.

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