Hugo Moreira
Hugo Moreira
13 Out, 2009 - 00:00

Pagar dívidas: defina prioridades

Hugo Moreira

Para um controlo eficaz das finanças pessoais é importante definir prioridades relativamente ao pagamento das suas contas.

Se corta constantemente nas despesas e, ainda assim, não tem dinheiro suficiente para pagar as dívidas essenciais e ao mesmo tempo fazer uma vida normal, é fundamental criar mecanismos para decidir prioritariamente o que pode pagar e o que terá que adiar.

A que dar prioridade na hora de pagar dívidas?

1. Despesas essenciais

No que toca às despesas essenciais, ou seja, aquelas que estão directamente relacionadas com a sua sobrevivência e bem-estar, estas têm total prioridade sobre as outras e como tal, deve pagar em primeiro lugar as despesas relacionadas com a sua habitação, nomeadamente:

  • a prestação ao banco ou a renda da casa;
  • as contas da electricidade;
  • água e gás;
  • a sua alimentação.

2. Dívidas com hipotecas

Se tem dívidas com hipotecas, estas devem ser igualmente prioritárias às outras dívidas, pois o não pagamento destas pode pôr em causa os seus bens, uma vez que o banco tem poder para utilizar os bens hipotecados no caso de não pagar, por exemplo, a prestação mensal do seu crédito à habitação.

3. Dívidas sem hipoteca

Relativamente às dívidas sem hipotecas, o respectivo grau de importância é variável. Geralmente, os cartões de crédito são considerados dívidas sem hipoteca. A cobrança destas dívidas é realizada judicialmente e até chegar a este ponto, outras formas de cobrança serão tentadas. Neste tipo de dívidas sem hipoteca são consideradas mais importantes:

Independentemente da pressão que estas empresas possam exercer sobre si na cobrança das respectivas dívidas não retire dinheiro às dívidas hipotecárias ou às dívidas consideradas essenciais.

Se eventualmente lhe sobrar dinheiro no fim do mês verifique se pagou todas as dívidas ou se foi à custa do recurso ao crédito.

Verifique igualmente se o dinheiro que lhe sobrou se deve ao facto de ter efectuado apenas os pagamentos mínimos obrigatórios, pois se tal acontece lembre-se que assim dificilmente conseguirá livrar-se das suas dívidas.

Se dispõe de alguma poupança, use-a para liquidar as dívidas que tem, nomeadamente aquelas que têm juros mais altos. Caso não seja o caso, está na hora de elabora um plano de poupança.

Plano de poupança para evitar dívidas

Para equilibrar as suas finanças pessoais e pôr em prática um plano precisará de tempo, disponibilidade e acima de tudo disciplina. Idealmente, a estratégia consistiria em respeitar as suas dívidas, pagar as suas despesas, desviando 10% dos seus rendimentos para amortizar as dívidas rapidamente. Contudo, nem sempre é possível e como tal apresentamos-lhe algumas sugestões de preparação prévia à adopção de qualquer plano para sair do endividamento.

Comece por examinar os gastos que tem feito nos últimos seis a oito meses. Divida as suas despesas por categorias, como por exemplo: prestação do crédito à habitação, mensalidade do crédito automóvel, alimentação, educação, seguros, transportes, manutenção da casa e do carro, etc..

Depois de fazer um inventário dos seus gastos mensais verifique em que categorias poderá começar a economizar algum dinheiro. Analise também quanto paga mensalmente em juros pelas dívidas contraídas, bem como qual a percentagem dos seus rendimentos está destinada ao pagamento das mesmas. Uma vez determinados os valores que paga tanto em dívidas como em juros, poderá ter uma noção mais real do dinheiro que lhe será possível poupar.

Sacrifícios para poupar

Mentalize-se que para poupar dinheiro terá que estar disposto a alguns sacrifícios. Isto é, alterar alguns hábitos e prescindir de determinados luxos, já que todos os euros que conseguir poupar são importantes para equilibrar as finanças pessoais. Por exemplo, ao substituir os almoços na rua pelas refeições feitas em casa, conseguirá poupar bastante dinheiro.

O mesmo é válido para os transportes. Se conseguir partilhar o seu automóvel com colegas que moram perto de si, ou mesmo deixá-lo em casa e optar pelos transportes públicos, além de gastar menos dinheiro no passe do que em combustível, poupará dinheiro também em estacionamento e manutenção do carro.

Por mais insignificantes que lhe pareçam estas pequenas alterações, se as puser em prática, vai notar algumas diferenças positivas nas suas finanças pessoais e ficará também precavido para situações imprevistas.

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