Marta Maia
Marta Maia
24 Set, 2024 - 16:30

Saiba o que pagar e não pagar por débito direto

Marta Maia

Saiba o que pagar e não pagar por débito direto para melhorar a gestão orçamental e prevenir as surpresas desagradáveis.

O débito direto é um serviço bancário já enraizado nas rotinas de muitos consumidores e empresas portuguesas, mas, apesar de facilitar muito a logística dos pagamentos recorrentes, pode constituir uma armadilha para quem já tiver, naturalmente, alguma dificuldade em manter o orçamento mensal sob controlo.

Entende-se por débito direto uma autorização dada por si a uma entidade credora, garantindo-lhe acesso à sua conta bancária para tirar dinheiro.

A partir do momento em que uma entidade tem esta autorização pode tirar o dinheiro (é importante estabelecer limites prévios), sem ter de o notificar previamente.

Assim, é importante saber decidir o que pagar e não pagar por débito direto, para que o sistema funcione, efetivamente, como um facilitador e não como uma ameaça.

O que pagar e não pagar por débito direto para manter as finanças sob controlo

Decidir o que pagar e não pagar por débito direto, não dizendo que sim a todas as solicitações que lhe são feitas, é uma forma de manter a sua conta bancária sob controlo. A verdade é que é muito fácil perder a noção de quem está autorizado a tirar-lhe dinheiro sem avisar, e, pior ainda, da quantidade de dinheiro que lhe está a ser tirada da conta.

O que vale a pena pagar por débito direto

As contas regulares de valor fixo são um bom exemplo do que vale a pena ser pago por débito direto. Se sabe que o pagamento respeita um padrão temporal e que o valor tem de ser sempre o mesmo, então pode autorizar o débito direto e aproveitar o conforto.

São exemplos destas contas as mensalidades e anuidades fixas, como ginásios, seguros ou prestações de valor fixo (como o IMI, por exemplo).

Débito direto impostos
Veja também Como aderir ao débito direto para pagamento de impostos

O que não pagar por débito direto

Pagamentos que não seguem uma regularidade temporal são más opções para o débito direto, porque abrem espaço a que o credor tire dinheiro da sua conta quando quiser e, com isso, lhe baralhe a gestão do orçamento familiar.

Pagamentos de valor variável também não devem ser “arrumados” no débito direto, porque pode não se aperceber do impacto que eles têm no seu orçamento ou sequer dar conta de que está a pagar mais do que o habitual.

São exemplo de pagamentos que não deve fazer no débito direto os consumos variáveis, como jogos online, compras pela box da televisão, as contas domésticas (luz, gás, eletricidade).

Veja também Como cancelar um débito direto e os cuidados a ter

Cuidados a ter com os pagamentos por débito direto

Mesmo sabendo o que pagar e não pagar por débito direto há cuidados que devem ser adotados a partir do momento em que concede uma autorização de acesso à sua conta:

1

Mantenha a lista de autorizações atualizada

Já não tem inscrição ativa no ginásio, mas não cancelou a autorização de débito direto? Faça-o o quanto antes. O seu banco não sabe que negócios mantém ativos e que negócios deixou de fazer. A única coisa que conta é a sua autorização de débito direto, que continua válida – e por isso a entidade continua a poder tirar-lhe dinheiro da conta sem dificuldade nenhuma.

2

Esteja atento às comissões

Há bancos que cobram comissões pela disponibilização do serviço de gestão de débitos diretos. Se for o caso do seu banco, esteja preparado para pagar o valor de cada débito mais a respetiva comissão (pela qual o credor não é responsável).

Vale a pena consultar o preçário do seu banco antes de começar a autorizar débitos diretos regulares na sua conta.

3

Limite os débitos diretos autorizados

Os bancos permitem-lhe impor limites globais e individuais aos débitos diretos – ou seja, estabelecer um limite para todos os débitos ou só para uma entidade em particular. Aproveite-o: diga ao banco que determinados pagamentos não devem ser feitos com periodicidade superior à contratada ou ultrapassar um valor máximo.

4

Rejeite previamente débitos diretos indevidos

Muitas organizações funcionam com um planeamento mensal ou até anual, o que significa que pode haver uma diferença entre a data em que rescinde um contrato e a data em que a organização de facto suspende os débitos diretos na sua conta.

Para evitar cobranças indevidas, procure o seu banco (ou use o sistema de homebanking) e rejeite antecipadamente os débitos diretos planeados para o futuro.

5

Monitorize a sua conta bancária de perto

Diz a sabedoria popular que o seguro morreu de velho, e a máxima serve como uma luva à gestão dos débitos diretos. Consulte regularmente o extrato da sua conta bancária e confirme que os débitos diretos respeitam o valor e a periodicidade que acordou com os respetivos credores.

Se detetar um débito direto indevido feito por uma entidade que até tinha autorizado a aceder à conta, tem oito semanas para anular a transação e reaver o dinheiro.

Se a cobrança tiver sido feita sem a sua autorização prévia, tem 13 meses para cancelar a operação e receber o dinheiro de volta. Neste caso, convém também falar com o seu banco para que a autorização indevida de acesso à sua conta não volte a repetir-se.

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