Qual é o problema de ser um dos pais galinha? Na verdade, há muitos e nós vamos explicar por que deve combater essa tendência da super proteção.
Todas as crianças nascem com o potencial máximo para sonhar sobre o que desejam ser no futuro. Diamantes em bruto, rapidamente se apercebem de que têm maior apetência para determinadas tarefas e aí decidem ficar, numa experimentação e aproximação progressivas, à descoberta do seu talento e lugar na sociedade.
Durante todo este processo de desenvolvimento, o papel educativo dos pais é crucial e determinante na escolha dos contextos experimentais, no laboratório do desenvolvimento humano e da vida.
Mas, respire fundo… Nada está perdido! Com base no estudo do World Economic Forum, “Future of jobs”, e na XIV Conferência HR Portugal, a Randstad e a Human Resources Portugal identificaram as competências necessárias para o sucesso em 2020.
Ficam então aqui algumas dicas práticas que podem ajudar o seu filho a adquirir estas competências – chave para o seu futuro profissional. Lembramos que todas elas devem ser adaptadas à fase desenvolvimental em que ele se encontra!
6 dicas para não ser um dos pais galinha
1. Resolução de problemas e criatividade
O seu filho liga-lhe do ATL, dizendo que, para uma apresentação de teatro, deveria ter trazido de casa uma cartola e uma capa. Explique-lhe, com serenidade, que deve assumir a resolução dessa situação. Sugira-lhe para propor a utilização dos materiais existentes para a construção dos acessórios em falta!
2. Pensamento crítico e comunicação
Limite a utilização dos ecrãs, definindo horas para a sua utilização (pais e filhos!). Conversem sobre temas da atualidade, colocando questões abertas que o façam posicionar-se e desenvolver uma opinião crítica.
Na praia, conversem sobre as alterações climáticas, os problemas ecológicos associados ao lixo nos oceanos e o que é preciso fazer para que se possa reverter esta situação. Irá surpreender-se com as soluções encontradas!
3. Autonomia e cooperação
Os seus filhos, de 11 e 7 anos, sim, já podem ficar sozinhos em casa nas férias, desde que gradualmente desenvolvidas as competências de responsabilidade e de resolução de problemas necessárias! E, sim, serão também capazes de cozinhar uma refeição simples! Quão competentes eles se sentirão quando perceberem que o conseguiram fazer…
4. Flexibilidade e adaptação
A ida ao parque aquático, tão esperada por todos, foi cancelada por alerta de temporal e indicação para não saírem de casa! Redescubram-se num jogo de adivinhas de desenhos no papel! Passada a frustração inicial, os seus filhos irão aprender a flexibilizar e descobrem novas competências!
5. Inteligência emocional e relacionamento interpessoal
Fale de emoções aos seus filhos, aumentando o seu vocabulário emocional. Partilhe com eles o que sentiu em diferentes situações, e pergunte-lhes também o que sentiram, (tanto em vivências positivas como negativas). Mais fácil será no futuro assumir, de forma estruturada, o controlo emocional em situações complexas e maior a empatia nas relações laborais!
6. Resiliência
Deixe o seu filho correr livremente, saltar, trepar árvores, andar em cima de muros, testar os seus limites… E cair, esmurrar os joelhos, perceber o que correu mal, e compreender que a dor passa, que é possível levantar e continuar a correr. Tantas vezes esta competência será necessária no seu futuro profissional. Pode custar, mas deixe-o crescer! Boas férias a toda a família, conscientes de que todos ficarão mais realizados e preparados para o futuro ano que se avizinha!