Share the post "Pais separados: como fazer a gestão da educação dos filhos"
Apesar de hoje em dia ser universalmente aceite que a noção tradicional de família não está acima de nenhuma outra, a rutura de um casal tem sempre potenciais efeitos negativos nas crianças, com consequências que se podem arrastar por anos. Como devem os pais separados educar os filhos de uma forma equilibrada e segura?
É necessário considerar diversos fatores, entre os quais os motivos da separação do casal, os acordos de custódia e como passa a ser a relação dos filhos com os dois progenitores: se um está mais presente do que outro, por exemplo. Mas vamos assumir que os pais separados querem ter um papel ativo na educação e manter uma dinâmica familiar equilibrada e benéfica para a educação e crescimento das crianças.
Pais separados e a gestão da vida familiar
Antes de tudo, os pais separados têm de ser capazes de diferenciar o papel conjugal do papel parental, para evitar que os problemas se reflitam nas crianças. Além das questões legais que um período de separação ou um divórcio podem ter, o ex-casal tem de tratar da reorganização financeira e da forma como se vai gerir o dia-a-dia dos filhos.
A decisão mais complicada tem mesmo a ver com o tempo que cada um dos progenitores via passar com os filhos, o que cabe a cada um gerir e, sobretudo, com a forma como vão comunicar um com o outro relativamente a esta gestão. Manter uma boa relação é o ideal, mas se tal não acontecer, será importante pedir ajuda profissional. Um psicólogo, um terapeuta… Não hesite em colocar a saúde emocional dos seus filhos em primeiro lugar, enquanto outras questão são tratadas, separadamente.
As crianças também têm de se adaptar ao divórcio e são diretamente afetadas pela forma como os pais geram a separação.É importante que os pais separados sejam capazes de ter isto em mente, que contem com a ajuda de amigos e familiares que também tenham o bem-estar da criança como prioridade.
Uma gestão emocional e educacional para pais separados
- Evitar discussões, disputas e conflitos é obrigatório, assim como gerir as emoções relativamente ao desmembrar da relação de forma saudável. Pelo menos em frente aos filhos, o casal deve evitar maldizer o outro pai ou dar a entender problemas;
- Ser honesto com as crianças, de forma racional, garantindo-lhes que eles não têm culpa e que continuam a ter dois pais que simplesmente vão estar a viver em casas separadas;
- Criar uma rede social de apoio;
- Partilhar as dificuldades e frustrações com outros pisque possam estar a passar pelos mesmos problemas;
- Pedir ajuda profissional para si ou para as crianças;
- Acordar com o ex-companheiro/a que a proteção das crianças é a prioridade dos dois;
- Desenvolver um projeto de educação para as crianças, a dois: mantendo regras semelhantes nos dois espaços físicos, sem sentimentos negativos ou ressentimentos a justificar alterações. Isto aplica-se ao dia-a-dia, a fins-de-semana, à vida escolar etc. Os castigos e as recompensas devem ser dados da mesmo forma pelos dois, grandes mudanças devem ser geridas pelos dois etc;
- Manter uma linha de diálogo aberta sempre, dar a entender à criança que pode confiar nos dois progenitores;
- É importante esquecer ideias pré-concebidas ainda muito implementadas na sociedade moderna de que as mães são quem deve ter um papel mais preponderante na discussão do futuro dos filhos. Ambos os pais separados (ou não) devem ter uma participação ativa;
- Por fim, estabelecer um plano de expectativas futuras e planos: o que acontecer se for formada uma nova família? Ou se houver uma fusão de famílias? Vamos mudar de cidade? Estas e outras questões podem ser consideradas.
Os pais separadas não devem competir pela educação dos filhos, devem manter um espírito de diálogo e negociação. É possível conviver e criar os filhos, de forma feliz e tranquila, mesmo que os pais morem em casas separadas.
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