Márcio Matos
Márcio Matos
26 Out, 2018 - 15:26

Conheça 6 dos países com os melhores vinhos do mundo

Márcio Matos

Os países com os melhores vinhos do mundo situam-se na Europa e na América e conciliam maravilhosamente a tradição com a inovação.

Conheça 6 dos países com os melhores vinhos do mundo

Falar dos países com os melhores vinhos do mundo é falar em geografias e climas únicos, capazes de produzir néctares verdadeiramente impressionantes e saborosos. Na hora de analisar os países com os melhores vinhos do mundo, é também preciso ponderar nas sua história e cultura e perceber como as tradições seculares são fundamentais para garantir néctares de uma qualidade superior e distintiva.

Quisemos saber quais os países com os melhores vinhos do mundo e com a produção vinícola mais importante, de acordo com os especialistas. A World Ranking Wines & Spirit encarrega-se, todos os anos. Embora os resultados do ranking de 2018 ainda não sejam conhecidos, fizemos uma retrospetiva e apresentamos alguns dos países com os melhores vinhos do mundo.

6 dos países com os melhores vinhos do mundo e com as maiores produções vinícolas

França

vinha frança

França é considerado um dos países com os melhores vinho do mundo. O país possui 10 principais regiões vinícolas, cada uma especializada num tipo de vinho diferente. Por exemplo, quem é fã de vinho branco irá apreciar particularmente a região da Alsácia, no leste de França, enquanto os adeptos de vinho tinto irão deliciar-se na região pitoresca de Beaujolais.

Para quem aprecia todo o tipo de vinhos, o ideal será visitar Bordéus, onde são produzidos tanto vinhos tintos, como vinhos brancos secos e doces. A região de Champagne é conhecida, como o seu nome indica, pelo vinho espumante com o mesmo nome.

O país é um dos maiores produtores e, também, um dos maiores consumidores do néctar dos deuses. É reconhecida como a maior potência vinícola do mundo, produzindo cerca de 4,6 bilhões de litros por ano. Com várias regiões vinícolas entre as quais podemos destacar (para além das já mencionadas), Borgonha, Loire e Vale do Rhône. Castas como a Malbec, Merlot, Chardonnay, Riesling, Pinot Noir, Carmenère e Sauvignon Blanc são responsáveis pela criação de exemplares de vinho únicos e incomparáveis, possuidores de caraterísticas peculiares que exprimem da melhor forma as variações de terroirs da França.

A tradição vinícola alia-se a um constante aprimoramento dos métodos de cultivo e técnicas de vinificação, que lhe tem valido uma merecedora fama de qualidade. A França detém, ainda, centenas de denominações AOC (Appellation d’Origine Contrôlée). Com vinhos capazes de envelhecer por muitos anos, a França assume este néctar como parte da sua cultura e da sua história.

Alguns dos melhores vinhos franceses:  Château Grand Puy Lacoste 2006, Château Boyd-Cantenac 2006 e Château Lascombes 2006.

Estados Unidos da América

vinha california

Os EUA é um dos grandes produtores de vinhos do mundo e há um estado em que a produção se destaca significativamente. Falamos da Califórnia, uma região que contribui para 90% da produção de vinho de todo o país, com localidades como Napa e Sonoma, famosas pelos seus vinhos de renome.

Alguns dos maiores nomes de vinho norte-americano são Caymus, Stag’s Leap, Laurel Glen, Opus One e Château Montelena. Tradicionais, mas que continuam a ser uma especialidade, particularmente na Califórnia, são os excelentes Cabernet Sauvignon e Chardonnay. Embora emblemáticas, a estas uvas já se juntaram inúmeras variedades como Merlot, Pinot Noir, Syrah, Zinfandel e até Sangiovese, entre as tintas, e Sauvignon Blanc, Riesling, Viognier e Pinot Gris, entre as brancas.

Apenas as regiões da Costa do Pacífico apresentam um clima e um solo em condições para o cultivo vinícola, merecendo destaque, como já referimos, a Califórnia, assim como os estados de Washington e Oregon. O clima mais frio do Oregon possibilita a produção de ótimos vinhos Pinots Noir e Chardonnay, classudos e elegantes. Já em Washington, sobressai a uva Riesling.

Alguns dos melhores vinhos norte-americanos: Merlot Seven Hills 2008, Red Mountain Merlot 2006 e Hedges CMS Cabernet, Merlot, Syrah 2010.

Espanha

vinha espanha

Espanha é o terceiro maior produtor de vinho e tem cerca de 405.000 hectares dedicados à plantação de vinhas. É conhecida pelos vinhos tintos ricos e os vinhos brancos cristalinos, de preços razoáveis e que combinam com praticamente qualquer tipo de refeição.

A maior parte dos vinhos é produzido somente com 20 tipos de cepas, entre as quais as de coloração branca, assumindo maior destaque as uvas Airén, Palomino, Macabeo e Pardina. Já no caso das tintas, o relevo vai para as uvas Tempranillo, Garnacha, Monastrell e Bobal, como sendo as mais utilizadas. O país é o oitavo maior consumidor de vinho.

O clima espanhol é um dos grandes responsáveis pela alta qualidade dos vinhos produzidos. A localização entre o Oceano Atlântico e o Mar Mediterrâneo proporciona um clima e solo peculiares, diferentes de uma região para a outra, tornando possível a elaboração de vinhos bastante distintos uns dos outros.

Aqui é possível encontrar tanto vinhos muito tradicionais, como os da região da Rioja, como vinhos modernos, cheios de fruta e complexidade, caso dos exemplares da região do Priorato.

Alguns dos melhores vinhos espanhóis: Clavis 2003, Villa de Corullón 2007 e Erre Punto Blanco 2012.

Itália

vinha italia

Itália tem sido um competidor direto de França, chegando a destronar este último país como maior produtor de vinhos do mundo. Algumas regiões são particularmente conhecidas pela sua produção vinícola, tais como Sicília, Toscânia e Lombardia, onde pode encontrar exemplares para todos os gostos. As diferentes localizações geográficas e condições meteorológicas interferem de forma clara nas caraterísticas e sabor de cada vinho.

Marcada pela elegância, classe e charme, a produção vinícola italiana registou uma evolução muito significativa nos últimos anos, conservando o seu estilo clássico e tradicional. A introdução de equipamentos modernos, controlo de temperatura na fermentação, uso de pequenas barricas feitas de carvalho, novas técnicas nas cantinas e nos vinhedos, além da redução dos rendimentos e experimentação com novas uvas e clones são alguns exemplos de pequenas inovações, responsáveis pelo aumento da qualidade do vinho produzido.

A grande tradição italiana nesta arte conta com uma importante diversidade de terroirs, assim como uma variedade bem rica de castas autóctones de excelente qualidade, caso das uvas Nebbiolo, Sangiovese, Barbera, Aglianico, entre outras. Itália é o segundo maior produtor de vinhos do mundo, exportando mais de 1,55 bilhões de litros por ano.

O seu consumo interno é ainda superior, podendo alcançar 4,4 bilhões de litros, o que representa uma média de 48litros por italiano. Para além das já referidas, há inúmeras regiões produtoras, como a Úmbria, Friuli, Alto Adige, Marche, Lazio e Piemonte. Integradas na Denominazione Di Origene Controllata, existem mais de 300 regiões vinícolas delimitadas, entre as quais aparecem vinhos Novello, vinhos Vecchio, vinhos Clássicos, vinhos Superiore, vinhos Riserva, vinho Spumante, vinho Frizzante, vinho Secco, vinho Abbocado, vinho Amabile, vinho Dolce, vinho Liquoroso, vinho Passito e vinho Ripasso. Sabia que no passado Itália era conhecida como Enotria (terra do vinho)?

Alguns dos melhores vinhos italianos:  Morellino di Scansano Castello di Montepò Riserva 2000, Carnasciale 2008 e Friulano Colli Orientali 2010.

Argentina

argentina vinha

Argentina é, atualmente, o quinto maior produtor de vinhos do mundo, sendo a região de Mendoza, situada no sopé dos Andes, a maior região de vinhos do país. Graças às suas propriedades geográficas singulares, o país é capaz de produzir vinhos tanto em altitudes extremas, como em níveis mais baixos, oferecendo sempre bebidas de sabores únicos e consistentes. O país possui cerca de 210 mil hectares de vinhedos plantados.

O sucesso dos seus vinhos tintos ricos, macios e concentrados, elaborados num estilo moderno, usando principalmente as uvas Malbec e Cabernet Sauvignon, têm agradado ao paladar de todos. Em geral, apresentam uma boa relação qualidade/preço, muito sabor e apelo imediato, sendo fáceis de gostar logo ao primeiro gole.

Além destes exemplares, o país também produz alguns dos melhores vinhos do mundo, como é o caso dos famosos Catena Alta, Catena Zapata ou do raro Nicolás Catena Zapata, principais referências entre a produção vinícola argentina.

Os vinhos tintos argentinos que merecem maior destaque são os elaborados com as uvas Malbec e Cabernet Sauvignon, enquanto entre os vinhos brancos, predomina o uso da casta Chardonnay que possibilita ótimos vinhos, intensos, ricos e complexos, classificados entre os melhores do continente americano.

A uva Bonarda também é muito plantada na Argentina e permite vinhos tintos macios, alegres e cheios de sabor. Há, porém, outras uvas que têm vindo a ser usadas, tais como as Syrah, Pinot Noir, Tempranillo, Merlot e Sauvignon Blanc. A Argentina é, ainda, o quinto grande consumidor desta bebida em todo o mundo.

Alguns dos melhores vinhos argentinos: Mapema Primera Zona 2007, Mapema Sauvignon Blanc 2015 e Estiba I Tempranillo Rosado 2016.

Portugal

vinho português

E, finalmente, os vinhos portugueses com o merecido destaque a nível mundial. Com honrosos 60930.32 pontos, 3197 prémios, participação em 28 concursos e 27 prémios, foi a portuguesa Casa Santos Lima – Companhia Das Vinhas S.A. a mais galardoada com 249 prémios em 17 concursos e 5419.70 pontos. No que diz respeito ao vinho mais premiado, ele foi o Casa Santos Lima Valcatrina Tinto 2014 de Casa Santos Lima – Companhia Das Vinhas S.A. com 12 prémios em 12 concursos e 345.45 pontos.

Alguns dos melhores vinhos argentinos: Mouchão Tonel 3-4 tinto 3L, 2011, Taylo’s Single Harvest Porto 1967, Esporão Vinho Tinto 2011. 

Revelados quais são alguns dos países com os países com os melhores vinhos do mundo, resta estar atento aos rótulos e privilegiar estas origens que garantem qualidade acima de tudo. E se viajar para algum destes países, não se esqueça de pedir uma garrafa deste néctar dos deuses e desfrutar ao máximo a cada gole.

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