Share the post "Palácio da Brejoeira: viagem à casa senhorial do Alvarinho"
É uma daquelas jóias senhoriais em que o Minho é pródigo. O Palácio da Brejoeira, situado na freguesia de Pinheiros, Monção, é um dos mais notáveis exemplo de um certo tipo de construção que fez escola no norte de Portugal
Construído no início do século XIX, este palácio neoclássico, com elementos barrocos, está classificado como Monumento Nacional desde 1910 e é conhecido tanto pelo seu valor arquitetónico, como pela produção do prestigiado vinho Alvarinho.
Mas há muito mais para ver numa propriedade com tal dimensão e história. Não é um museu estático, muito pelo contrário. Continua um espaço vivo, onde se produzem alguns dos melhores vinhos e aguardentes que o país conhece. Os seus jardins cuidados e o bosque com aspeto encantado transportam-nos para tempos de antanho.
Por isso, se estiver pelos lados de Monção (a provar a sua famosa gastronomia, por exemplo), não deixe de dar um salto ao palácio. Vale mesmo a pena, tanto quanto a história que lhe vamos contar a seguir.
Palácio da Brejoeira: história centenária
A construção do palácio teve início por volta de 1806, por iniciativa de Luís Pereira Velho de Moscoso, fidalgo da Casa Real. As obras prolongaram-se até 1834, sendo concluídas pelo seu filho, Simão Pereira Velho de Moscoso.
Após um período de abandono, o palácio foi adquirido em 1901 por Pedro Maria da Fonseca Araújo, presidente da Associação Comercial do Porto, que promoveu uma ampla restauração, incluindo a construção de uma capela, um teatro, um lago e a renovação dos jardins.
Em 1937, o edifício foi vendido ao comendador Francisco de Oliveira Paes, que o ofereceu à sua filha, Maria Hermínia de Oliveira Paes. Sob a sua gestão, foi construída uma moderna adega e, em 1976, lançou-se no mercado o vinho Alvarinho “Palácio da Brejoeira”. Desde 2010, o palácio está aberto ao público para visitas guiadas.

Produção vinícola
A propriedade do Palácio da Brejoeira abrange 30 hectares, dos quais 18 são dedicados à vinha da casta Alvarinho, 8 a bosque e os restantes a jardins e edifícios.
A produção vinícola inclui o renomado vinho branco “Palácio da Brejoeira”, bem como aguardentes vínica velha e bagaceira. Note-se que o vinho é uma das mais prestigiadas expressões da casta Alvarinho, no coração da sub-região de Monção e Melgaço.
Distingue-se pela sua elegância, frescura e complexidade aromática, com notas cítricas, florais e um ligeiro toque mineral que reflete fielmente o terroir único onde é cultivado.
Envelhecido em condições ideais e com uma cuidada seleção de uvas, o Palácio da Brejoeira Alvarinho é uma referência da enologia portuguesa, ideal para acompanhar mariscos, peixe grelhado ou simplesmente para ser saboreado em boa companhia.
É um vinho que combina tradição, nobreza e inovação, mantendo-se fiel às raízes da propriedade que lhe dá nome. E pode prová-lo na visita à propriedade.
Visita: horário e preços
Uma visita à propriedade oferece uma experiência rica em história, cultura e enoturismo. Os visitantes podem explorar o interior do palácio, incluindo os salões decorados com pinturas e frescos, a escadaria nobre adornada com azulejos de Jorge Pinto, a capela e o teatro de inspiração classicista.
No exterior, destacam-se os jardins de estilo inglês, o bosque com espécies arbóreas raras, o lago e a “Ilha dos Amores”. As visitas guiadas também incluem a adega antiga e passeios pelas vinhas.

O Palácio da Brejoeira está aberto a visitas diariamente, das 09h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h30. As visitas guiadas têm início às 10h00 e às 15h00, com duração aproximada de 1h30.
O “Programa Património”, que inclui a visita ao interior do palácio, jardins, adega antiga e capela, tem um custo de 9,50 €. O “Programa Quinta”, que abrange os jardins, vinhas, bosque, lago e a “Ilha dos Amores”, custa 5,00 €. As provas de vinho e aguardentes têm preços entre 3,00 € e 5,50 €. Crianças até aos 12 anos têm entrada gratuita.
Como se pode constatar, este é um destino imperdível para quem visita o Alto Minho, oferecendo uma combinação única de património histórico, beleza natural e excelência vinícola.
Seja para apreciar a arquitetura neoclássica, passear pelos jardins e vinhas ou degustar o famoso Alvarinho, a visita proporciona uma experiência memorável que celebra o melhor da cultura e tradição portuguesas.