Este ano de 2018 foi muito rico em polémicas e acontecimentos marcantes que fez com que criássemos uma ligação especial e “familiar” com algumas palavras, as quais nos acompanham de forma muito próxima, ao longo do ano que está prestes a terminar. A iniciativa da Porto Editora, que elege as palavras de 2018, visa valorizar a língua portuguesa, destacando não só o seu dinamismo criativo, mas também a sua riqueza lexical.
“A minha pátria é a língua portuguesa” defendeu Fernando Pessoa. E é da defesa da língua portuguesa que esta iniciativa surge, vendo no nosso idioma um património inestimável e pleno de vida. Conheça aqui as palavras de 2018 a concurso e vote na sua preferida.
10 palavras de 2018: eleja a sua favorita
1. Assédio
Movimentos como o Me Too estiveram na ribalta este ano e colocaram o tema do assédio sexual a ser mais debatido do que nunca na praça pública, redes sociais, jornais e telejornais. Os casos mais falados envolveram figuras públicas de diversas áreas, do cinema ao desporto. Por isso, esta é uma das palavras de 2018.
2. Enfermeiro
Este ano, os enfermeiros estiveram particularmente ativos na luta por aqueles que entendem ser os seus direitos. Reclamaram aumentos salariais, progressão nas carreiras e a contratação de mais enfermeiros.
3. Especulação
O aumento exponencial do preço dos imóveis, sobretudo nas cidades do Porto e de Lisboa, levou a que o conceito de “especulação imobiliária” tenha sido muito explorado. A polémica “taxa Robles” e a renúncia ao mandato por parte de Ricardo Robles, após o próprio ter sido envolvido num caso de especulação imobiliária, foi outro dos casos em cima da mesa.
4. Extremismo
As manifestações de intolerância e radicalismo são cada vez mais frequentes, quer no contexto nacional , quer no contexto europeu e mundial. Assim, existe uma clara preocupação com o problema, o que justifica que esta palavra tenha sido das mais usadas, durante o ano de 2018.
5. Paiol
O misterioso caso das armas que desapareceram do paiol de Tancos foram conhecendo novos e surpreendentes desenvolvimentos ao longo do ano. Ainda há muito por esclarecer, mas do que já se sabe e se falou, este já ficou, sem dúvida, como um dos casos mais marcantes do ano e “paiol” como um das palavras de 2018.
6. Populismo
É comum surgirem acusações de populismo dirigidas a elementos do universo político e, este ano, o discurso populista surgiu como nunca no debate público mundial. Tal cicrcunstância potenciou o surgimento de movimentos e líderes políticos extremistas que adquiriram um protagonismo e espaço de antena que, até então, não tinham.
7. Privacidade
Em maio de 2018, entrou em vigor uma série de novas medidas de defesa da privacidade dos cidadãos. O Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) foi responsável por uma transformação na relação estabelecida entre as empresas e instituições públicas ou privadas e os seus clientes ou utilizadores.
8. Professor
Tal como os enfermeiros, em 2018, os professores perseguiram a sua batalha pelo que entendem ser os seus direitos, nomeadamente a contagem das horas de serviço e o descongelamento das carreiras.
9. Sexismo
Tal como a palavra “assédio”, o termo “sexismo” demonstra como a temática da defesa da dos ataques à intimidade, sobretudo da mulher, foram uma das preocupações do ano. A denúncia recorrente de comportamento discriminatórios de pessoas ou grupos, com base no seu género, ganhou um espaço de antena que, até então, não tinha.
10. Toupeira
O Sport Lisboa e Benfica (SLB) foi acusado de recorrer a um sistema que incidia numa rede de informadores no interior do sistema de justiça. Alegadamente, o Portal Citius foi indevidamente invadido por pessoas próximas de Paulo Gonçalves (atualmente, ex-assessor jurídico do SLB), de forma a recolher e divulgar informação confidencial. A operação “E-Toupeira” – como é conhecido o processo – levou a uma acusação por parte do Ministério Público. Pela primeira vez, uma Sociedade Anónima Desportiva é envolvida num caso de corrupção.
Palavra do Ano: edições anteriores (2009 a 2017)
A iniciativa “Palavra do Ano” já possui um histórico assinalável, comemorando este ano uma década de existência. Fiquemos, por isso, também a conhecer as palavras que saíram vencedoras nas edições anteriores desta iniciativa.
2009
Vencedora: esmiuçar
2010
Vencedora: vuvuzela
Candidatas: défice, desemprego, FMI, mineiro, orçamento, PEC, rede social, SCUT, tablet e vuvuzela.
2011
Vencedora: austeridade
Candidatas: austeridade, charter, desemprego, emigração, esperança, fado, subsídio, sushi, troika, voluntariado.
2012
Vencedora: entroikado
Candidatas: bosão, cortes, democracia, desemprego, entroikado, imposto, manifestação, refundar, solidariedade, TSU.
2013
Vencedora: bombeiro
Candidatas: bombeiro, coadoção, corrida, grandolada, inconstitucional, irrevogável, papa, piropo, pós-troika, swap.
2014
Vencedora: corrupção
Candidatas: banco, basqueiro, cibervadiagem, corrupção, ébola, legionela, gamificação, jihadismo, selfie, xurdir.
2015
Vencedora: refugiado
Candidatas: acolhimento, bastão de selfie, drone, esquerda, festivaleiro, plafonamento, privatização, refugiado, superalimento, terrorismo.
2016
Vencedora: geringonça
Candidatas: brexit, campeão, empoderamento, geringonça, humanista, microcefalia, parentalidade, presidente, turismo, racismo.
2017
Vencedora: incêndios
Candidatas: afeto, cativação, crescimento, desertificação, floresta, gentrificação, incêndios, independentista, peregrino, vencedor.
Esta iniciativa surge do acompanhamento do contexto português e internacional, da realidade vivida no nosso quotidiano, nos telejornais, nos jornais, nas redes sociais.
Assim, conhecendo a frequência e a distribuição do uso das palavras, constatamos o relevo e a importância que algumas tiveram ao longo do ano. As consultas que foram feitas online nos dicionários da Porto Editora e as sugestões deixadas no sítio da iniciativa “Palavra do Ano” foram tidas em consideração para eleger a lista das 10 palavras de 2018 candidatas.
Vote já nas palavras de 2018!
Veja também: