Na origem da paralisia facial, está a paralisia dos músculos de um dos lados da face, devido a uma resposta inflamatória. O inchaço e a compressão do nervo facial impede a transmissão dos impulsos nervosos para os músculos do rosto.
Visualmente, a paralisia facial traduz-se numa assimetria da face, que apresenta um lado descaído e inexpressivo. Apesar do prognóstico de resolução desta situação ser, habitualmente, favorável, é importante dirigir-se de imediato a um serviço de urgência, de modo a diagnosticar com mais exatidão o problema em causa.
Paralisia facial: tudo o que precisa de saber
A paralisia facial periférica, paralisia do nervo facial ou paralisia de Bell foi descrita pela primeira vez em 1981, pelo investigador escocês Charles Bell. Este problema carateriza-se por uma incapacidade, geralmente temporária, em mover um lado do rosto. O nervo paralisado faz descair uma parte da face.
Na origem da paralisia facial, pode estar a inflamação e o inchaço do nervo responsável por controlar os músculos da cara, o paladar, a audição e a produção de lágrimas e de saliva.
Sintomas
A paralisia facial pode manifestar-se através de:
- paralisia de uma parte da face;
- pálpebra ou canto da boca descaído;
- dificuldade em fechar o olho, sorrir (hipomimia facial) ou conter a saliva;
- dores no maxilar ou por detrás da orelha;
- dores de cabeça;
- dores no rosto;
- zumbido e dores no ouvido;
- perda de paladar;
- dificuldade em engolir;
- irritação ocular;
- intolerância ao ruído.
Estes sintomas devem servir de alerta e merecem a ida imediata a um serviço de urgência.
Causas da paralisia
A paralisia facial pode ocorrer em qualquer idade, podendo ter várias causas ou fatores de risco possíveis, nomeadamente:
- infeções virais, como gripe, herpes zoster, Epstein-Barr (mononucleose), citomegalovírus, adenovírus e rubéola;
- 3º trimestre de gestação;
- diabetes.
Diagnóstico
O diagnóstico de paralisia facial deve ser feito por um médico que tenha em conta a história clínica do doente e a sua observação. O exame do paciente permite despistar outras doenças com sintomas semelhantes, com é o caso do acidente vascular cerebral, da doença de Lyme, de tumores e de outras infeções.
Para isso, em algumas situações, pode ser necessário fazer uma eletromiografia, ressonância magnética e/ou tomografia.
Tratamento
Aproximadamente 80% dos doentes com paralisia facial recuperam totalmente os seus movimentos faciais, o que não significa que não haja sequelas funcionais e estéticas que permaneçam por algum tempo e possam afetar o bem estar e a qualidade de vida dos pacientes.
Por este motivo, é importante um diagnóstico e uma intervenção precoces, de modo a simplificar e a agilizar o processo de recuperação. Para contrariar as consequências da paralisia facial, pode ser necessária a toma de fármacos, como corticoides, antivirais e analgésicos (em caso de dor), e tratamentos de fisioterapia e de fonoterapia para estimular a musculatura da mímica facial, da mastigação e da fala, bem como para evitar contraturas e a atrofia das fibras musculares.
No caso de um olho estar afetado, é importante protegê-lo, aplicando gotas lubrificantes, usando óculos e/ou um “tapa-olho”. Isso garante que o olho se mantém hidratado, evitando assim lesões graves na córnea que podem conduzir à cegueira.
Embora a paralisia facial não seja um problema insolúvel, uma avaliação e uma intervenção médicas precoces são essenciais para evitarem danos ou sequelas irreversíveis. A recuperação também depende do empenho do doente, não só na toma da medicação, como na execução dos exercícios de fisioterapia recomendados.