Os Passadiços do Paiva ficam em Arouca e são já há uns tempos uma das grandes atrações da região. Cravados nas duras rocha, serpenteiam as margens do rio, num percurso avassalador e que não deixa ninguém indiferente.
Para além do exercício físico (exigente em algumas zonas), permitem conhecer de perto uma área natural lindíssima e até atravessar a maior ponte pedonal suspensa do mundo.
Por isso, se gosta de trilhos e ainda não visitou os Passadiços do Paiva, saiba que são 8 quilómetros de contacto direto com a natureza, pelo meio de uma paisagem até há pouco tempo quase selvagem e de muito difícil acesso, para não dizer impossível em alguns troços.
É certo que o trajeto é longo e considerado de dificuldade alta, mas vale a pena percorrer cada um dos seus metros.
Passadiços do Paiva: 8 quilómetros à sua disposição
Os passadiços ficam na margem esquerda do rio Paiva, mais precisamente no concelho de Arouca, distrito de Aveiro.
Durante 8 quilómetros, irá percorrer um caminho que constitui um verdadeiro “santuário natural”, onde a Natureza se mantém em grande parte intocada e no seu estado mais puro.
Há descidas de águas bravas, cristais de quartzo e espécies em vias extinção no continente europeu. Passará ainda por praias como as fluviais do Areinho, do Vau e de Espiunca.
Se gosta de Natureza, e particularmente de biologia, geologia e arqueologia, então este é um trajeto que não pode deixar de fazer.
Inserido no território do Arouca Geopark, Património Geológico da Humanidade pela UNESCO, o valor destes passadiços tem sido reconhecido, mesmo internacionalmente, razão pela qual recebem há 4 anos consecutivos (de 2016 a 2019) distinção dos World Travel Awards.
A enorme ponte pedonal suspensa
Aos poucos, os Passadiços do Paiva vão ainda encontrando novas formas de atrair o público até esta paisagem deslumbrante. Agora, uma das grandes atrações é uma das maiores pontes pedonais suspensas do mundo.
Localizada junto ao geossítio da Cascata das Aguieiras e nas imediações da escarpa conhecida como a Garganta do Paiva, a ponte tem 516 metros, com o tabuleiro em gradil e uma largura útil de 1,20 metros.
Percurso
- Partida: Areinho/Espiunca
- Distância a Percorrer: 8700m (linear)
- Duração Média: 2h30
- Nível de Dificuldade: alto
- Desníveis: acentuados
- Tipo de Percurso: pequena rota
- Âmbito: desportivo, cultural, ambiental e paisagístico
- Época aconselhada: todo o ano
- Passagem pelos Geossítios de: Garganta do Paiva (G36); Cascata das Aguieiras (G35); Praia Fluvial do Vau (G30); Gola do Salto (G31); Falha de Espiunca (G32).
Bilhetes, preços e horários
O site dos Passadiços do Paiva disponibiliza uma série de serviços online, entre eles o da aquisição de bilhetes. Se comprar online, os preços são mais reduzidos e vantajosos.
Dependendo da época, o custo dos bilhetes pode ir de 1€ a 2€ (época baixa) ou de 2€ a 4€ (época alta), sendo sempre o valor mais barato respeitante à compra no site. As crianças menores de 10 anos não pagam.
No que toca aos horários de funcionamento, variam também de acordo com a época do ano. No geral, os passadiços abrem entre as 8h00 e as 9h00 da manhã. Já o seu encerramento pode ser entre as 17h (de outubro a março) e as 20h (maio e setembro).
Os passadiços podem encerrar por causas naturais (incêndios, condições meteorológicas adversas, etc.) ou por motivos de manutenção.
Direções
- Vindo do Norte (via A1): Saída Santa Maria da Feira > São João da Madeira > Vale de Cambra > Arouca > Areinho. Tempo estimado de viagem: 60 minutos
- Vindo do Norte (via A32): Saída Carregosa/Pindelo > Vale de Cambra>Arouca > Areinho. Tempo estimado de viagem: 50 minutos
- Vindo do Sul (via A1): Saída Estarreja>Oliveira de Azeméis>Vale de Cambra > Arouca > Areinho. Tempo estimado de viagem: 60 minutos
- indo do Interior (via A25): Saída Porto A1 > Oliveira de Azeméis > Vale de Cambra > Arouca > Areinho. Tempo estimado de viagem: 65 minutos
- Vindo de Cinfães/Castelo de Paiva/Castro Daire: Estrada Nacional 225 > Alvarenga > Areinho. Tempo estimado de viagem: 10 minutos
Passadiços do Paiva: recomendações
- Andar em grupo;
- Percorrer o passadiço durante o dia;
- Usar vestuário e calçado apropriado;
- Não danificar a fauna ou a flora;
- Não se fazer acompanhar de aparelhos de música, carrinhos de bebé, animais;
- Não fumar, fazer fogueiras, acampar ou fazer desportos radicais;
- Respeitar as indicações oficiais;
- Em caso de ida e volta, deve começar o percurso pela Espiunca;
- Leve sempre água e um saco para trazer o lixo;
- Em dias de sol, aplique protetor solar;
- Se desejar, pode fazer uma visita interpretada, acompanhado por um guia;
- Nas extremidades dos passadiços (Espiunca e Areinho), há cafetarias e parques de estacionamento;
- O percurso dos Passadiços do Paiva não está adaptado a pessoas em cadeira de rodas.
Passadiços do Paiva: o que comer
Como é óbvio, uma longa caminhada abre o apetite. E como estamos na terra da carne arouquesa, nada como provar uma bela vitela ou um suculento bife na Casa dos Bifes Silva, em Alvarenga, a poucos quilómetros dos passadiços.
Rodeada de campos verdejantes e paisagens dignas de visita, esta casa proporciona-lhe momentos de grande prazer, começando pela vitela assada no forno de lenha, passando pelo suculento bife “à moda de Alvarenga”, há pratos para todos os gostos.
Se for mais adepto de comer ao ar livre, pode sempre levar farnel e fazer um piquenique junto ao rio, aproveitando ainda para um mergulho refrescante. Mas tome atenção a todas as indicações e, sobretudo, não deixe lixo para trás. Divirta-se nos Passadiços do Paiva.
O que pode ver em Arouca
Esta é ainda uma excelente oportunidade para conhecer Arouca e alguns dos seus principais atrativos turísticos. Pode dar um salto às desativadas Minas de Regoufe (que durante a febre do volfrâmio foram um grande pólo industrial), dar um longo passeio pela fantástica Serra da Freita e até ver de perto o fenómeno único das pedras parideiras.
Outro motivo de interesse será, com toda a certeza, o Mosteiro de Santa Maria de Arouca. o mosteiro de Arouca. Exclusivamente feminino desde 1154, projetou-se a nível nacional sobretudo a partir do século XIII, após nele ter ingressado D. Mafalda, filha do rei D. Sancho I, e cujo túmulo ali permanece.
É também por ali que está o Museu de Arouca, um dos melhores acervos regionais de arte sacra do país, guarda muito boa pintura, escultura, mobiliário e prataria dos séculos XVI a XVIII.
Guarda ainda um fundo de livros de música, raro e de elevado interesse histórico, constituído por códices manuscritos e impressos litúrgicos e musicais, cuja datação vai dos inícios do século XIII até ao século XIX.