Localizada na ponta sul da América Sul, a Patagónia é uma área que abrange terras argentinas e chilenas. Com uma diversidade geográfica única, a zona abrange parte da cordilheira dos Andes mas também lagos, fiordes, glaciares, largos rios e até desertos, o deserto da Patagónia.
Entre as principais cidades, e enumerando apenas as áreas metropolitanas, a mais populosa é a cidade argentina de Neuquén, sendo que as chilenas Temuco e Puerto Montt completam o top-3.
No entanto, apenas 10% do território é de soberania chilena e quase todas as maravilhas naturais estão situadas a sul destas cidades.
Há muitas paisagens fascinantes para ver por toda a extensão da Patagónia, sendo uma atracções o arquipélago de Tierras del Fogo, também conhecido como o Fim do Mundo. Contudo, não é consensual entre os geógrafos a inclusão desta região na área designada por Patagónia.
explorar a Patagónia: o que deve saber
Como chegar
Tratando-se de uma extensa área no sul da América do Sul, a primeira etapa para chegar à Patagónia, a partir de Portugal, é viajar para Buenos Aires (ou Santiago do Chile, mas há mais para ver na Patagónia argentina).
Desta forma, pode aproveitar também para conhecer a capital argentina, também conhecida como Paris da América do Sul. Trata-se de uma cidade com muito para oferecer: desde teatro, espectáculos, dança, galerias de arte… há muito por descobrir, o que pode justificar dispensar um ou dois dias só para explorar Buenos Aires.
A partir daqui, pode viajar de avião, em voo doméstico, para a cidade onde justifica começar o percurso, Bariloche. O itinerário deverá ser feito de carro uma vez nesta cidade ou, então, logo a partir de Buenos Aires, mas atenção: a distância entre a capital e Bariloche é superior a 1500 quilómetros.
Após a chegada a Bariloche, o percurso varia muito consoante o tempo e orçamento disponíveis. Poderá ser mais curto ou até ao “fim do mundo”, isto é, até ao sul da América do Sul. Seja qual for a opção, enumeramos abaixo as paragens imperdíveis de uma viagem à Patagónia.
Quando partir
A melhor altura para viajar seria o verão local – que apresenta temperaturas já algo baixas -, para poder aproveitar todas as actividades ao ar livre e uma harmonia com a natureza. Se os valores dos voos lhe parecerem muito elevados, pode sempre optar pelo final da primavera local (Novembro e início de Dezembro em Portugal) e os primeiros meses do outono (Março e Abril).
Na altura de partir, uma preocupação a menos é o visto, uma vez que tal documento não é necessário para cidadãos da UE.
Patagónia: Paragens imperdíveis
Parque Nacional de Nahuel Huapi
É, então, na cidade argentina de Bariloche que deve fazer a primeira paragem ou tomar a mesma como ponto de partida para explorar a Patagónia. O Parque Nacional de Nahuel Huapi apresenta uma inigualável paisagem com lago, planície verdejante e distantes e imponentes montanhas cobertas de neve.
O extenso parque, como 717.261 hectares, foi o primeiro parque nacional da Argentina, assim constituído em 1903. A zona tem apoio logístico de acordo com a atractividade do local, havendo bastantes hotéis, restaurantes e promotores de actividades desportivas e ao ar livre.
Onde dormir: O hotel de três estrelas Tres Reyes tem uma espectacular vista para o lago Nahuel Huapi. No mesmo estilo, o Hotel Concorde também está muito bem localizado. O Hotel Tirol goza também de excelente pontuação nos sites especializados.
Parque Nacional Los Alerces
Esquel, a quatro horas de caminho e também na Argentina, é a paragem que se segue, para visitar o Parque Nacional Los Alerces. A paisagem intocada pelo homem convida à simbiose perfeita com a natureza. Este é um parque ideal para o trekking, estando muito bem sinalizado.
É também possível passear pela extensão do parque de carro e parando ocasionalmente para apreciar as vistas, com muitos lagos, árvores, e até pumas, pelo que se recomenda o cuidado e cumprimento das normas de segurança.
Onde dormir: Boas opções para pernoitar são o hotel de quatro estrelas Las Bayas, o de três estrelas Hostería Cumbres Blancas ou, mais em conta, La Posada B&B.
El Chaltén
Águas turquesas entre montanhas, bosques nativos, glaciares caminháveis… “uma viagem extraordinária para toda a família”. Esta é a promessa de marketing do turismo de El Chaltén e a verdade é que se trata de pura realidade, uma realidade longínqua mas verosímil, repleta de espécies de fauna e flora raras e ímpares.
Também conhecida com a capital argentina do trekking, esta vila turística da Patagónia faz parte do Parque Nacional Los Glaciares, que por sua vez inclui montanhas dos Andes. Desde 1981 classificada como Património Mundial pela UNESCO, visitar El Chaltén é, talvez, a paragem mais imperdível de todas.
Onde dormir: O complexo de apartamentos Kau Si Aike é uma boa solução, tais como a estalagem Hosteria Los Ñires ou o hostel Pioneros del Valle.
Glaciar Perito Moreno
Uma impressionante massa de gelo, de 5 quilómetros de largura e 60 de altura, emerge das águas azul turquesas muito próximas da fronteira entre a Argentina e o Chile. A beleza natural é tão impressionante que, oficiosamente, o Glaciar já é conhecido como a “Oitava maravilha do mundo”.
Esta estrutura de gelo está próxima de picos montanhosos, sobretudo do lado chileno, e tem como vila mais próxima El Calafate. Este é o município que serve de apoio às várias atraçóes naturais e onde se pode pernoitar e recarregar energias.
Onde dormir: A estalagem Bla Lodge tem uma excelenta vista desafogada; por mencionar paisagens, o apart hotel Linda Vista é outra opção a considerar, tal como o hotel Mirador del Lago
Parque Natural de Torres del Paine (Chile)
A este do Glaciar Perito Moreno, e já em terras chilenas, estende-se por quase 2000 quilómetros quadrados o Parque Natural de Torres del Paine. Esta é uma área coberta de gelo com deslumbrantes e arrepiantes paisagens.
Com uma água azul brilhante e vários picos montanhosos cobertos de neve, os pontos mais interessantes do parque são a Cascata Salto Grande, Cuernos del Paine, Lago Nordenskjold e Lago Sarmiento.
Onde dormir: A melhor opção será continuar a viagem para sul e dormir na próxima paragem, uma vez que o parque natural não tem grandes cidades próximas. Em último caso, há sempre a vila-dormitório de Torres de Paine.
Isla Magdalena Monumento Natural Los Pingüinos (Chile)
Continuando o trajecto para sul e também em terras chilenas, chega-se um sítio único no planeta, a Ilha Madalena. Trata-se uma ilha praticamente só habitada por pinguins e é possível visitar por aproximadamente uma hora.
Para isso, há que contratar um serviço externo para fazer a deslocação de barco, a partir de Punta Arenas, uma vila nas margens do Estreito de Magalhães. Depois, basta regozijar-se com a contemplação dos milhares de pinguins que habitam a ilha.
Onde dormir: Pela história, a sugestão principal passa pelo Hostal Fernando de Magalhaes. O hostel Keikruk é outra opção.
Ushuaia
Por fim, o Fim do Mundo. O ponto mais a sul do continente sul-americano, e também da Patagónia argentina.
Ushuaia é o símbolo da viagem até ao limite do planeta e da conquista de uma expedição longa e cansativa, mas muito recompensadora, como é a de explorar a Patagónia.
Para chegar a Terras do Fogo, terá de recorrer a um ferry para atravessar o Estreito de Magalhães. A travessia mais fácil será a de Punta Delgada- Bahía Azul, com apenas 30 minutos de duração e alta frequência de horários.
Localizada numa colina, e sujeita a fortes ventos, é daqui que partem muitas expedições para a Antártida. Ushuaia está cercada pela cordilheira Martial e pelo Estreito de Beagle. Tem também muitos pinguins e está geralmente coberta de neve. Há, por isso, muitas actividades radicais e ligadas à neve que é possível praticar nestes confins do mundo.
Onde dormir: O hotel de três estrelas MIL810 Ushuaia é uma boa opção, assim como o equivalente Alto Andino.
Patagónia: CUIDADOS A TER E O QUE LEVAR NA BAGAGEM
Viajar para a Patagónia, apesar de ser um destino extremamente remoto, não apresenta grandes riscos. Recomenda-se que se estude bem o itinerário a adoptar, bem como a antecipada reserva de alojamento.
É sempre uma mais-valia levar um mapa físico e, se puder, um router de internet local ou então subscrever um pacote de dados móveis com a sua operadora.
As temperaturas descem consideravelmente à medida que se desce em latitude, pelo que roupa indicada para o frio é importante. Tal como calçado e vestuário apropriado para as actividades que possa vir a praticar, seja hiking, rafting ou andar de caiaque.
Quanto a vida selvagem, não há registos de animais menos simpáticos, pelo que é altamente improvável que haja um encontro indesejado. Quanto ao icónico e símbolo local puma, este animal é uma espécie protegida, pelo que para o ver só mesmo em reservas naturais.
Toda a comida, bebidas e água comercializada na Patagónia é tida como segura e sem malefícios para a saúde.