Share the post "Património Cultural 360: a cultura portuguesa ao alcance de todos a partir de 2026"
A partir de 2026, mergulhar no vasto património cultural português será tão simples quanto clicar num botão. O projeto Património Cultural 360 promete revolucionar o acesso à herança cultural nacional, disponibilizando online 65 visitas virtuais, 13 documentários e mais de 59.500 bens móveis digitalizados em 2D e 3D. A iniciativa foi apresentada no passado dia 16 de janeiro, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, e estará acessível de forma universal e gratuita.
O que é o Património Cultural 360?
Este projeto ambicioso, promovido pelo Património Cultural, IP (PC, IP) em parceria com a Museus e Monumentos de Portugal, EPE (MMP, EPE), integra o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com um orçamento de 11,7 milhões de euros. O objetivo principal? Aproximar as pessoas da cultura, permitindo que qualquer um, em qualquer lugar, possa explorar a rica história de Portugal.
Benefícios para a cultura e para a educação
O Património Cultural 360 vai além da simples digitalização, destacando-se como um projeto com um enorme potencial transformador. Ao incentivar a educação, oferece um recurso valioso tanto para professores como para alunos, permitindo o acesso a conteúdos históricos e artísticos de forma interativa e enriquecedora.
No turismo cultural, desempenha um papel fundamental ao aumentar a visibilidade de Portugal como um destino cultural de excelência, promovendo o interesse por monumentos, museus e sítios arqueológicos. Também assegura a preservação da memória coletiva, garantindo que as gerações futuras tenham a oportunidade de conhecer e valorizar o vasto património que compõe a identidade cultural do país.
Resumindo, o projeto é uma oportunidade única de educação e fruição cultural, onde a tecnologia se alia à preservação da memória coletiva.
Como o Património Cultural 360 está a ser desenvolvido?
Desde 2023, uma equipa multidisciplinar composta por mais de 50 especialistas trabalha para dar vida ao Património Cultural 360:
- Conservadores-restauradores, responsáveis pela preservação dos bens;
- Informáticos, encarregues das plataformas digitais;
- Museólogos e arqueólogos, que selecionam as peças mais emblemáticas;
- Designers gráficos e modeladores 3D, que recriam os objetos com detalhes impressionantes.
A colaboração estende-se ainda à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e às equipas técnicas dos 65 museus e monumentos incluídos no projeto.
Até agora, já foram realizadas cerca de 20.000 digitalizações com recurso a tecnologias avançadas, como:
- Fotografia de alta resolução;
- Fotogrametria;
- Laser scanning;
- Modelação 3D.
A seleção das peças a digitalizar baseia-se em critérios como a excecionalidade histórica ou artística e o estado de conservação. Porém, há flexibilidade no processo, permitindo substituições caso surjam dificuldades técnicas ou mudanças de prioridade.
O que vai ser possível explorar?
A partir de 2026, qualquer pessoa terá a oportunidade de:
- Fazer visitas virtuais a palácios, museus e monumentos icónicos, como o Mosteiro dos Jerónimos ou o Convento de Cristo.
- Assistir a documentários que narram a história por trás das peças mais emblemáticas.
- Explorar, em detalhe, objetos digitalizados em 3D, como esculturas, cerâmicas e manuscritos raros.
Este acesso irrestrito não só democratiza a cultura como também atrai a atenção de estudantes, investigadores e entusiastas da história e da arte, em Portugal e além-fronteiras.
Um futuro digital para o património
O Património Cultural 360 reflete a importância de unir tradição e inovação. Como salientou Alexandre Pais, diretor da Museus e Monumentos de Portugal, o objetivo é tornar o património “mais próximo das pessoas”, permitindo que qualquer pessoa, independentemente da sua localização, tenha acesso à riqueza cultural portuguesa.Com o contributo da União Europeia e o empenho de uma equipa dedicada, o projeto está no caminho certo para se tornar um marco na digitalização do património histórico europeu.