Cláudia Pereira
Cláudia Pereira
27 Jan, 2025 - 12:30

Património Cultural 360: a cultura portuguesa ao alcance de todos a partir de 2026

Cláudia Pereira

A partir de 2026, explore online a cultura portuguesa com o projeto Património Cultural 360. Descubra mais!

A partir de 2026, mergulhar no vasto património cultural português será tão simples quanto clicar num botão. O projeto Património Cultural 360 promete revolucionar o acesso à herança cultural nacional, disponibilizando online 65 visitas virtuais, 13 documentários e mais de 59.500 bens móveis digitalizados em 2D e 3D. A iniciativa foi apresentada no passado dia 16 de janeiro, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, e estará acessível de forma universal e gratuita.

O que é o Património Cultural 360?

Este projeto ambicioso, promovido pelo Património Cultural, IP (PC, IP) em parceria com a Museus e Monumentos de Portugal, EPE (MMP, EPE), integra o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com um orçamento de 11,7 milhões de euros. O objetivo principal? Aproximar as pessoas da cultura, permitindo que qualquer um, em qualquer lugar, possa explorar a rica história de Portugal.

Benefícios para a cultura e para a educação

O Património Cultural 360 vai além da simples digitalização, destacando-se como um projeto com um enorme potencial transformador. Ao incentivar a educação, oferece um recurso valioso tanto para professores como para alunos, permitindo o acesso a conteúdos históricos e artísticos de forma interativa e enriquecedora. 

No turismo cultural, desempenha um papel fundamental ao aumentar a visibilidade de Portugal como um destino cultural de excelência, promovendo o interesse por monumentos, museus e sítios arqueológicos. Também assegura a preservação da memória coletiva, garantindo que as gerações futuras tenham a oportunidade de conhecer e valorizar o vasto património que compõe a identidade cultural do país.

Resumindo, o projeto é uma oportunidade única de educação e fruição cultural, onde a tecnologia se alia à preservação da memória coletiva.

Como o Património Cultural 360 está a ser desenvolvido?

Desde 2023, uma equipa multidisciplinar composta por mais de 50 especialistas trabalha para dar vida ao Património Cultural 360:

  • Conservadores-restauradores, responsáveis pela preservação dos bens;
  • Informáticos, encarregues das plataformas digitais;
  • Museólogos e arqueólogos, que selecionam as peças mais emblemáticas;
  • Designers gráficos e modeladores 3D, que recriam os objetos com detalhes impressionantes.

A colaboração estende-se ainda à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e às equipas técnicas dos 65 museus e monumentos incluídos no projeto.

Até agora, já foram realizadas cerca de 20.000 digitalizações com recurso a tecnologias avançadas, como:

  • Fotografia de alta resolução;
  • Fotogrametria;
  • Laser scanning;
  • Modelação 3D.

A seleção das peças a digitalizar baseia-se em critérios como a excecionalidade histórica ou artística e o estado de conservação. Porém, há flexibilidade no processo, permitindo substituições caso surjam dificuldades técnicas ou mudanças de prioridade.

O que vai ser possível explorar?

A partir de 2026, qualquer pessoa terá a oportunidade de:

  1. Fazer visitas virtuais a palácios, museus e monumentos icónicos, como o Mosteiro dos Jerónimos ou o Convento de Cristo.
  2. Assistir a documentários que narram a história por trás das peças mais emblemáticas.
  3. Explorar, em detalhe, objetos digitalizados em 3D, como esculturas, cerâmicas e manuscritos raros.

Este acesso irrestrito não só democratiza a cultura como também atrai a atenção de estudantes, investigadores e entusiastas da história e da arte, em Portugal e além-fronteiras.

Um futuro digital para o património

O Património Cultural 360 reflete a importância de unir tradição e inovação. Como salientou Alexandre Pais, diretor da Museus e Monumentos de Portugal, o objetivo é tornar o património “mais próximo das pessoas”, permitindo que qualquer pessoa, independentemente da sua localização, tenha acesso à riqueza cultural portuguesa.Com o contributo da União Europeia e o empenho de uma equipa dedicada, o projeto está no caminho certo para se tornar um marco na digitalização do património histórico europeu.

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