O pé chato carateriza-se pela diminuição ou ausência da arcada plantar interna do pé, com afundamento da abóbada plantar e deformidade em valgo do retropé, ou seja, quando toda a planta do pé está em contacto com o solo. Esta é uma situação frequente na infância, a qual geralmente corrige-se sozinha, sem haver necessidade de qualquer intervenção externa.
Contudo, convém dizer que existem dois tipos de pé chato. O flexível que é o mais comum, não causa dor e não exige tratamento. E o rígido que é menos frequente, pode provocar dor e tem como causa a posição incorreta dos ossos do pé. Fique a saber mais sobre esta condição.
Pé chato ou plano: saiba tudo sobre esta condição
Na generalidade das situações, o pé chato é uma condição transitória, muito comum na infância (até cerca dos 10 anos), mas que tende a corrigir, revertendo para um pé “normal”, ou seja, plano dinâmico.
Quando o pé da criança assenta todo ele no chão, sem arcada interna, estamos perante um pé chato que pode ter como consequências algumas alterações na marcha, como quedas frequentes, desgaste do calçado ou rotação dos pés, enquanto caminha.
Perante esta situação que, como já dissemos, é recorrente, vale a pena avaliar se os pés, ainda que chatos, denotam ser flexíveis e, assim, terem um bom prognóstico de evolução, ou se a sua tendência é a de se tornarem em pés rígidos. Uma boa forma de distinguir estas duas situações é verificar se o pé se comporta normalmente, quando o calcanhar se levanta do solo.
Nas crianças com pé chato, recomenda-se apenas o uso de calçado apropriado, com contraforte rígido. Além disso, é fundamental que os sapatos sejam confortáveis, flexíveis e antiderrapantes. Quando for possível, deve deixar-se a criança andar descalça.
Causas
Na origem do pé chato, podem estar diversos fatores, como alterações musculo-ligamentares e alterações ósseas, as quais podem manter-se na idade adulta e provocarem dor, devido também ao surgimento de artroses.
Além disso, há alterações noutras partes do corpo que podem interferir no posicionamento do pé, como é o caso das deformações do joelho ou da anca. É por essa razão que, não raras vezes, o pé chato só se manifesta a partir dos 50 ou 60 anos de idade, através de episódios de dor e de alterações progressivas nas articulações do retropé. Nestas situações, a cirurgia pode ser recomendada.
Avaliação médica
Se houver uma alteração significativa do padrão de marcha e existir dor (nos pés ou tornozelos), é importante agendar consulta num especialista. O médico, ao observar o pé com um podoscópio, é capaz de avaliar o tipo de deformidade e perceber se ela vai ou não corrigir normalmente.
Ainda assim, são raras as intervenções feitas nos pés das crianças, sendo realizadas apenas quando existe dor ou diagnóstico de um pé plano progressivo e rígido.
Recomendações gerais
Independentemente de ter ou não pé chato, é importante preservar ao máximo a saúde dos seus pés. Para isso, é aconselhável não utilizar calçado demasiado raso, de modo a evitar a sobrecarga da zona lombar baixa.
Assim, os sapatos devem ser amplos, flexíveis, com salto baixo, leves, ventilados e com boa aderência ao solo. Para maior conforto, pode ainda colocar uma palmilha ortopédica no interior do calçado.
Mesmo quem tem pé chato (ou outro tipo de problema ou deformação no pé) deve procurar fazer uma vida normal e atividades como correr ou saltar, respeitando sempre o seu ritmo, como é óbvio. É igualmente importante reservar momentos para descansar.
Há ainda exercícios com os pés que se podem considerar especialmente terapêuticos, como é o caso de subir e descer escadas, andar descalço, caminhar nas pontas dos pés, andar sobre um pavimento irregular, como o areal, e subir terrenos acidentados.
Todos estes exercícios ajudam a fortalecer os músculos e os ligamentos e contribuem para melhorar a posição e o arco dos pés.