Se é condutor e proprietário de um automóvel provavelmente poderá ter passado pela situação de ter de proceder à substituição de uma peça na sua viatura. E, mediante a gravidade da situação que poderá estar na base dessa troca, terá equacionado a aquisição de peças da concorrência em vez de peças de origem, aconselhada pela marca.
O povo é sábio, diz-se no nosso dia-a-dia. Por outro lado, o ditado popular “o barato sai caro”, ainda se aplica a muitas situações do nosso quotidiano. E quando nos toca a nós ter de decidir ainda mais faz sentido ponderar a decisão.
Por isso, é importante que esteja bem informado sobre todas as possibilidades que lhe são oferecidas pelo mercado para que possa escolher em consciência e optar pelo melhor negócio.
Isto a propósito de uma questão que poderá ter resposta fácil ou não: vale mesmo a pena comprar as chamadas “peças da concorrência” ao invés de adquirir material da própria marca?
Peças originais vs peças da concorrência
Todos queremos o melhor para as nossas viaturas. Uma avaria mecânica, um toque na carroçaria, um acidente, são ações que têm sempre uma consequência: intervenção mecânica ou de chaparia/pintura na viatura, com a necessária reposição de peças.
É sabido que nestas situações, e recorrendo à marca do automóvel, o arranjo da viatura tem sempre um preço elevado. Quanto mais não seja pelo superior preço das peças de substituição (ditas da marca), além de outro aspeto que tem de ser tido em conta, o preço da mão de obra.
Mas centremos a atenção apenas nas peças que terão de ser repostas. Perante este facto, o primeiro pensamento é a procura de peças da concorrência por serem mais em conta. Mas será essa a melhor solução? Antes da decisão analise os prós e contras.
Vejamos diferenças entre peças de origem e da concorrência:
Peças de origem
- São, em regra, mais caras que as da concorrência e conhecidas como peças genuínas;
- São desenhadas e fabricadas pela marca do automóvel;
- São idênticas à peça que equipa a viatura à saída de fábrica;
- Apresentam durabilidade e fiabilidade e são adequadas ao veículo apresentando encaixe adequado;
- São encontradas nos concessionários.
Peças da concorrência ou de reposição
- Dentro deste segmento podem encontrar-se dois tipos de peças: de alta qualidade, submetidas a rigorosos padrões de segurança e durabilidade, ou de qualidade duvidosa, logo mais baratas, mas que poderão não cumprir integralmente com a função a que são destinadas;
- Podem representar um bom ou mau negócio dependendo do fabricante;
- Apresentam uma melhor relação custo/benefício;
- São fabricadas por empresas exteriores às marcas.
Influenciam desempenho do automóvel?
Há quem defenda que não se deve utilizar as chamadas peças da concorrência no caso de peças que possam influenciar o desempenho do motor. No entanto, outros defendem que as peças de origem podem ser substituídas por outras, tendo em conta as marcas. É que muitas das peças da concorrência são fabricadas para as marcas por fornecedores externos.
Noutros casos assiste-se também a opiniões que suportam que a substituição de, por exemplo, um para-choques ou filtro de ar, entre outras, possam ser peças da concorrência, visto não influenciarem o desempenho dinâmico do veículo, como é o caso do motor.
Temos então que existem duas vertentes principais de opiniões. As que defendem acerrimamente o uso de peças de origem, em tudo o que diga respeito à dinâmica do motor. E outras que defendem a possibilidade de usar peças de concorrência, por norma com preços inferiores aos das peças de origem, sendo que se deverá ter em atenção a marca que as produz.
Peças da concorrência e a qualidade
Ainda no capítulo das peças da concorrência existe um conjunto que, por norma, já apresenta um nível de qualidade superior. É o caso das pastilhas de travões, discos e tambores ou discos de embraiagem.
Este tipo de peças é fabricado por marcas que, ao longo dos anos, dedicaram muito know-how ao desenvolvimento dos seus produtos e são hoje, inclusivamente, fornecedoras de marcas automóveis que as ostentam com orgulho.
Não vamos abordar marcas, mas o leitor facilmente enumerará várias ligadas a pastilhas de travões ou de discos para travões que gozam de grande reputação no mercado.
Pelo que, quando encontramos para o mesmo produto preços arrasadoramente baixos, possivelmente este não competirá em qualidade com outro similar, mas de preço justo.
Preços justos
Neste contexto, o orçamento de reparação da viatura deverá ter em conta o preço justo das peças de reposição, sejam originais ou concorrência, consoante as situações. É preciso ainda ter atenção à qualidade das mesmas e pugnar pela segurança da viatura.
A colocação de peças com preço muito abaixo do expectável pode não ser a melhor solução, pois no dia a dia de utilização do automóvel podem apresentar um desgaste prematuro, colocando em causa a segurança (caso seja peça que tenha implicação na dinâmica da viatura), e obrigar a nova substituição. O que de todo não é o mais aconselhável.
Em conclusão: no mercado encontramos uma grande diversidade de empresas fabricantes e marcas que atuam no segmento das peças da concorrência. É primordial que quando necessitar de recorrer a este sector faça alguma pesquisa. Analise a reputação de cada marca e dos produtos que comercializa e solicite aconselhamento a amigos ou numa oficina de confiança. Decida só depois.