Share the post "Pegada digital: como descobrir e gerir a sua identidade online"
A pegada digital é o rasto de informação que todos os utilizadores deixam na internet enquanto navegam por sites e utilizam serviços online. Esse rasto pode incluir dados pessoais, como moradas, contactos, fotografias ou vídeos, e registos de atividade – como o tempo que o utilizador demorou num determinado site ou as vezes em que usou o cartão de crédito para fazer compras.
Dois terços dos portugueses acedem regularmente à internet – como apontam os dados da Marktest de setembro de 2017 -, mas são poucos os cibernautas que se dão ao trabalho de aceder às definições de privacidade dos vários sites que utilizam diariamente, como confirmam pesquisas feitas pela Google no mercado ibérico (estudos divulgados em 2017).
Pegada digital: um rasto impossível de apagar
Sim, é impossível apagar a sua pegada digital por completo, mas a boa notícia é que é possível escolher o que mostra nela.
A sua pegada digital pode estar a ser criada de forma ativa, por exemplo, quando opta intencionalmente por disponibilizar os seus dados (blogs pessoais, fotos de família e férias, relatos de passeios ou restaurantes onde esteve, etc.).
Por outro lado, pode, também, formar-se passivamente e sem que dê conta. Como? Quando os dados da sua navegação são gravados sem sequer ter qualquer conhecimento disso, através de registo do seu acesso a sites, da duração da visita, do sítio onde fez click na página ou dos locais geográficos onde acedeu com o seu telemóvel. Mas isso são só exemplos.
A crescente preocupação com as questões da segurança digital levou as empresas que atuam online a criar formas que permitem ao utilizador configurar os seus serviços, alertando-o igualmente para o que publica na internet de forma voluntária.
Já que não podemos evitar o registo das nossas navegações, pelo menos podemos escolher o que queremos revelar e a quem o queremos fazer. E ainda bem.
6 dicas para optimizar a sua pegada digital
1. Pesquise o seu nome periodicamente
Não só no Google, mas também noutros motores de busca. Assim fica a conhecer o que qualquer pessoa pode saber sobre si quando o pesquisa. O que aparece é a sua identidade online e a parte da sua pegada digital mais divulgada.
Faça uma análise do que está disponível. Se vir alguma coisa que não lhe agrade, tente livrar-se dela. Apague, se foi publicado por si, ou peça para apagar se foi publicado por um amigo.
Se não conseguir, peça ao administrador do site/serviço onde essa informação aparece para o fazer. Pode ser complicado, mas cada vez mais se disponibiliza resposta a este tipo de pedidos. Tente sempre.
2. Pratique o smart sharing (partilha inteligente)
Ver o que aparece no motor de busca é um bom método para fazer uma autoanálise ao que costuma publicar online. Lembre-se que, mesmo não aparecendo no browser, a sua informação pode estar a aparecer dentro de redes mais circunscritas.
Quando publica um tweet, uma foto ou um vídeo, faça esta pergunta: é mesmo esta a pessoa que quero que os outros vejam? Pense sempre uma, duas, três, quatro… Até 30 vezes antes de fazer um post. É que, mesmo depois de apagada pelo administrador, alguém pode ter guardado essa informação inconveniente que publicou. Nada desaparece totalmente da web.
3. Organize as suas contas de email
Tem mais contas de e-mail do que as que consegue gerir? Faça uma limpeza ao que não interessa e reveja nessas contas que tipo de informação pessoal lhes tem associada. Deixe de subscrever as contas que não precisa, não sem antes limpar todos os dados pessoais dentro delas.
Mas lembre-se que é útil guardar uma conta de e-mail apenas para a navegação em sites que ache menos seguros ou para aceder a lojas online. Assim afasta o spam publicitário e o rastreio que as empresas podem tentar fazer aos dados e contactos da sua conta principal.
4. Organize as suas apps e softwares
Faça o mesmo que fez às contas de e-mail: reveja e otimize as configurações de cada um dos programas que utiliza, e desinstale os que já não acede há mais de seis meses.
Muitos deles podem estar a partilhar a sua informação privada, mesmo que já não esteja a utilizá-los (por exemplo, dados da sua geolocalização em apps como o Tinder).
Até a aceder ao Google, especialmente se o fizer com a sua conta de Gmail aberta, o site armazena todo o tipo de dados sobre a sua visita. Não pode evitar que ele o faça, mas pode decidir o que é que o Google é obrigado a manter privado. Encontra tudo ao aceder à “A Minha Conta” – nas configurações do e-mail, onde costuma estar o ícone com a sua fotografia. É aí que deve escolher o botão “Privacidade” e fazer a gestão.
5. Actualize sempre o seu software
Faça isso em todos os dispositivos onde usa as mesmas contas e onde costuma navegar: telemóvel, portátil e desktop. Os programas que as empresas criam para detectar a sua pegada digital, mesmo as que não são piratas e o fazem apenas com intuito comercial, sofrem permanentes atualizações para conseguir furar as estratégias de segurança que a navegação na web lhe oferece.
Os fabricantes de aplicações e softwares compensam essa evolução com novas actualizações de segurança dos seus produtos. Vale a pena não adiar para amanhã o que pode atualizar hoje.
6. Tenha paciência a configurar preferências: a sua pegada digital agradece
Consegue encontrar as configurações ao aceder às definições de privacidade de qualquer browser que está a usar, de uma aplicação que vai descarregar ou no perfil pessoal de uma rede social onde tem página.
Leia com atenção as várias opções de configuração em todos os sites/ serviços/ apps/ softwares/ clouds que usa. Preste especial atenção aos que pedem o número de telemóvel para posteriormente confirmar a sua identidade. Pode escolher quem o vê, quem o pode pesquisar e para o que vai ser utilizado.
Mesmo nos sites que visita, é possível gerir a política de cookies para limitar a informação que esse site pode guardar sobre si. Um cookie equivale a um pedaço de informação que é guardada no seu computador/telemóvel e que ajuda o site a lembrar-se de si. Basicamente, ele vai registar as suas acções e preferências ao longo da navegação dentro dele – incluindo password de acesso. Por vezes, são necessários para a utilização, mas é possível eliminá-los a seguir e cada browser oferece diferentes opções para o fazer.
Pode encontrar online mais dicas para tornar a sua pegada digital menor e mais difícil de seguir. Agora já sabe por onde começar a patinar a internet segura.