Bem no interior raiano de Portugal, a pequena aldeia de Penha Garcia é conhecida por algo bem raro: a presença de icnofósseis. Mas afinal o que é isto?
Tratam-se de fósseis de organismos antigos, como por exemplo, vestígios de pegadas, de pistas de deslocação, de marcas de dentadas, de excrementos, de ovos, de túneis e até de galerias de habitação de tempos idos.
As origens de Penha Garcia foram-se perdendo no tempo. Sabe-se que foi sede de município e que D. Dinis doou a vila aos Templários, sendo que ainda hoje são muitas as marcas desta herança.
A começar pelo Castelo Templário, no cimo de uma encosta, que oferece a vista ideal sobre o recorte do vale do Ponsul. Um geomonumento que preserva inúmeros vestígios, muitos deles datados de há 480 milhões de anos – amantes de história por aí? Então, devem mesmo visitar o local.
Esta herança templária é, igualmente, fonte de desenvolvimento. Prova disso é a feira medieval que decorre anualmente pelas ruas e ruelas da freguesia e que ajudam a reviver memórias ancestrais.
Apesar de ser uma pequena freguesia de Idanha-a-Nova, na região da Beira Baixa, Penha Garcia tem, então, muito para oferecer dentro dos seus 128,42 km² de área e, de acordo com os censos de 2011, 748 habitantes. Descubra mais.
Não perca os melhores pontos de interesse na região
Diversão, história e natureza: as melhores características de Penha Garcia e arredores têm de tudo, para todos os gostos.
Rota dos Fósseis
Se é fã de trails e caminhadas, pode percorrer a Rota dos Fósseis que se estende ao longo de três quilómetros, num percurso homologado e bastante acessível.
O início da rota tem lugar na entrada da vila, com uma subida um pouco íngreme, rumo à Igreja Matriz e ao Castelo. Visto este ser um ponto elevado, será recompensado pelo esforço: a paisagem de cortar a respiração não desilude ninguém.
Ao longo do percurso, será completamento absorvido por este cenário esmagador e até os pulmões vão estranhar um ar tão puro. E, claro, terá oportunidade de ir observando, por aqui e por ali, as marcas que ficaram preservadas nas rochas sedimentares ainda hoje visíveis e às quais a população chama de cobras pintadas.
As muralhas de Penha Garcia
O Castelo dos Templários foi construído no reinado de D. Sancho I para ajudar a proteger a fronteira portuguesa das investidas de Leão.
Como referimos, irá passar pelo castelo se percorrer a Rota dos Fósseis. Ainda que a subida seja acessível, poderá ser um pouco íngreme, pelo que deverá ir com roupa e calçado bastante confortável.
As imponentes muralhas transportam-nos para o passado e quase nos sentimos como uns verdadeiros soldados defensores do local.
E quando lá estiver lembre-se, ainda, de uma das mais conhecidas lendas da região: por entre as muralhas ainda vagueia ainda o fantasma do antigo alcaide do castelo, D. Garcia. Tudo isto devido a uma história de amor – quase parece ser este o mote para muitas conhecidas lendas portugueses.
Depois de raptar a filha do governador de Monsanto, D. Branca, por se ter apaixonado loucamente, D. Garcia terá sido capturado e condenado à morte. No entanto, D. Branca intercedeu por ele, pelo que a pena foi reduzida: D. Garcia foi condenado a ficar sem um braço, daí que ainda hoje seja conhecido por “o decepado”.
Geopark Naturtejo
O Geopark Naturetejo é primeiro parque português a integrar a Rede Mundial de Geoparques da UNESCO.
Abrange diferentes concelhos: Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Nisa, Oleiros, Penamacor, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão, pelo que inclui, assim, a freguesia de Penha Garcia.
O Geopark Naturtejo tem uma excelente localização e acessos. São mais de 5.000 km2 de terra para descobrir, que lhe vão apurar todos os seus sentidos e surpreender qualquer um.
Além disso, o espaço tem uma grande variedade de produtos turísticos, tendo sempre por base a Natureza. Está dotado de excelentes infraestruturas e serviços que permitem descobrir algumas rotas especiais de percursos pedestres e o mundo encantado das aves.
Além disso pode frequentar rotas mais específicas, como as dos vestígios dos templários ou da arte rupestre na região, rota do ouro, sabores do Mediterrâneo ou até fazer percursos de BTT. Existe ainda a possibilidade de realizar percursos personalizados.
Capela do Espírito Santo
Também no topo da vila, a Capela do Espírito Santo possui uma fachada assimétrica e um arco gótico na capela-mor que comprova bem a sua antiguidade.
Praia fluvial do Pego
A praia fluvial do Pego é também conhecida como piscina natural. Destaca-se por ser um local de grande beleza, onde o Rio Ponsul – um afluente do Rio Tejo, cai em cascata para um açude conhecido como o Açude do Pego.
Este açude não é natural. Foi um projeto contruído pelo Homem, com o objetivo de criar uma espécie de piscina rodeada de muros pedra, para recolher a água e utilizá-la para diversos fins.
Atualmente, o local é apenas recreativo, pelo que a água do rio fica assim retida num incrível e refrescante lago, perfeito para mergulhos em relativa segurança. isto com tempo quente, claro está.
Como chegar a Penha Garcia?
Quem parte tanto do Norte como do Sul do país, deve ter a autoestrada A23 como referência. No primeiro caso, deverá depois sair em direção a Guarda Sul/Covilhã/Portalegre, fazendo o resto do percurso por via estradas nacionais, onde encontra a devida sinalização. Quem chega do Sul, a saída a reter é Alcains.
Gastronomia típica: o que deve prova
Na gastronomia tradicional portuguesa, bem sabemos que se encontram verdadeiras tentações. Na região destacam-se pratos como ensopado de cabrito, sopa de grão com massa, gaspacho, migas, ou ensopado de javali.
Poderá experimentar estas delícias nos vários restaurantes típicos da região, como “O Cantinho da Laura”, “O Javali” ou “O Fontela”.
Onde ficar?
Entre opções de alojamento rural e hotéis, ficará sempre em locais rodeados de grande beleza, onde a Natureza é sempre a anfitriã perfeita.