Todas as pessoas se esquecem ocasionalmente de uma ou outra coisa, mas quando é que a perda de memória deve ser motivo de preocupação? Vamos descobrir!
Perda de memória: a memória humana
A memória é a capacidade que permite que as nossas vivências não desapareçam e que guardemos vestígios das mesmas. É uma capacidade muito complexa que permite que outras habilidades cognitivas aconteçam. Quase tudo o que fazemos está dependente da nossa memória.
A memória é um puzzle, com várias funções cerebrais complexas e com vários sistemas interligados entre si. É uma função cerebral complexa que está ligada a outras áreas de cognição e integrada numa extensa rede neuronal.
Simplificando, podemos dizer que existem 3 operações que acontecem ao nível da memória: a codificação (transformação de informação sensorial numa forma de representação mental), o armazenamento (conservação da informação codificada) e a recuperação (extração ou utilização da informação armazenada).
Esquecimento vs. Perda de memória
Mesmo aqueles que julgam ter uma boa memória, por vezes, esquecem-se, e é natural que assim seja, já que o esquecimento é um fenómeno natural. O esquecimento temporário é comum a todos nós e não é indicador de patologia. Alguns dos exemplos de esquecimento normal são: ir à cozinha e esquecer-se por que motivo lá foi ou esquecer-se do sítio em que se colocou as chaves do carro.
Por outro lado, a perda de memória pode ser um sintoma de disfunção cerebral, sendo um dos motivos mais comuns para que as pessoas, especialmente as mais idosas, procurem um médico.
5 fatores que afetam a memória
A perda de memória pode ser causada por diversos fatores, nomeadamente:
1) Idade:
- No decorrer do envelhecimento, é frequente observarem-se alterações morfológicas anatómicas e químicas no cérebro;
- A alteração da memória é uma das mudançsa de que mais nos queixamos à medida que vamos envelhecendo;
- Contudo, os défices de memória que se possam observar em idosos saudáveis não são do mesmo tipo nem têm a mesma gravidade que aqueles que se observam nos casos de demência;
- Os problemas de memória observados em idosos saudáveis podem sempre ser recuperados e melhorados.
2) Estimulação:
- Diversos estudos referem que quanto mais a memória for estimulada mais aumenta a plasticidade neuronal, o que poderá ocasionar uma diminuição da perda de memória;
- Quanto maior é o exercício mental, melhor é a dinâmica entre neurónios, e melhor tende a ser a memória.
3) Stress:
- Perante situações indutoras de stress, a atividade intelectual desorganiza-se e algumas funções intelectuais são alteradas;
- No que diz respeito à memória, aumenta a dificuldade em reter a informação de factos recentes, bem como em interpretar o significado dos acontecimentos, quando existe necessidade de recordar ou evocar informação já retida.
4) Depressão:
- Alguns estudos salientam que a depressão afeta o desempenho da memória.
5) Doenças:
- Há várias doenças que podem causar perda de memória, algumas delas temporariamente, até que o tratamento adequado seja realizado outras de forma permanente;
- Algumas dessas patologias são o hipotireoidismo, a deficiência de vitaminas B12, hematomas subdurais, acidente vascular cerebral; alcoolismo; traumatismo craniano; entre outras.
Quando consultar um médico? Sinais de alerta!
Pessoas que manifestem queixas de memória juntamente com os sinais de alerta devem procurar aconselhar-se junto do seu médico:
a) Dificuldades em prestar atenção ou manter a concentração. Sentir-se confuso e desorientado;
b) Sentir-se deprimido;
c) Apresentar outros sintomas que sugiram um problema no sistema nervoso, como: cefaleias; dificuldade em usar ou compreender a linguagem; lentidão; problemas de visão ou tontura;
d) Sentir dificuldade em executar atividades de rotina;
e) Esquecimento de parte ou totalidade de um acontecimento;
f) Perder gradualmente a capacidade de seguir indicações por escrito ou verbais ou de acompanhar o enredo de uma série ou filme;
g) Ter dificuldade em manter uma conversa, perdendo a linha de raciocínio;
h) Perder gradualmente a capacidade de tomar decisões e de gerir o dinheiro.
6 dicas para manter uma memória saudável e ativa!
1) Manter um estilo de vida saudável;
2) Evitar o consumo de substâncias nocivas (álcool e drogas);
3) Desafiar-se a si mesmo! Leia, aprenda novas competências, esteja atento ao mundo à sua volta. Estamos sempre a tempo de aprender uma língua nova ou de nos desafiarmos a nós mesmo para um jogo de sudoku;
4) Relaxar!
5) Prestar atenção! Concentre-se naquilo de que quer recordar-se;
6) Estar atento aos sinais de alerta.
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