Share the post "Perguntas impróprias numa entrevista: quais são e como responder?"
Quando entra para uma entrevista de emprego espera ser alvo de várias perguntas. Afinal é assim que funcionam as entrevistas e é desta forma que os recrutadores recolhem o máximo de informação sobre um candidato. Mas nem tudo é válido. Há até quem extrapole os limites e faça algumas perguntas impróprias (e até ilegais). Se isso acontecer, aqui ficam as nossas dicas para lidar com a situação.
Perguntas impróprias: quais são?
Que há vários tipos de entrevistas de emprego, todos sabem. Da mesma maneira, todos estão familiarizados com as perguntas mais frequentes e já se preparam de antemão para responder a questões como “fale-nos sobre si” ou “porque devemos contratá-lo?”. E, claro, há ainda que se prepare para as perguntas mais incomuns e até mais difíceis que alguns recrutadores optam por colocar.
O que poucos esperam (e nem deveriam) é que alguns recrutadores ultrapassem os limites e façam perguntas inconvenientes e do foro pessoal. Apanhados desprevenidos, são muitos os candidatos que ficam sem saber o que dizer. Para evitar que isso aconteça, aqui ficam alguns exemplos de perguntas impróprias (as mais frequentes) que podem surgir durante uma entrevista de emprego.
1. Qual é o seu estado civil?
Esta é a mais frequente de todas e embora possa parecer inocente, a verdade é que não é o tipo de pergunta que se deva colocar. Saber se é solteiro, casado ou pensa casar não é uma informação pertinente para o recrutamento. O seu estado civil em nada vai influenciar o desempenho profissional e, como tal, não é obrigado a responder.
2. Tem filhos?
Ou ainda: está a planear ter filhos? Ou pensa engravidar num futuro próximo? Estas questões dificilmente o vão surpreender visto que recentemente foram noticiados casos de empresas que obrigavam as suas colaboradoras a assinar declarações onde se comprometiam a não engravidar durante um determinado período de tempo. Aqui é fácil de perceber que as perguntas nada têm de inocentes. Claramente o recrutador quer perceber qual a disponibilidade das candidatas (neste caso mulheres) ou saber se as obrigações familiares dos entrevistados (homens e mulheres) se podem vir a sobrepor ao trabalho. Questões como esta podem indicar possíveis situações de descriminação laboral (para decidir se um candidato é ou não contratado), o que é ilegal.
3. Qual é a sua religião?
As suas crenças religiosas não são para aqui chamadas. Pode dar-se o caso de quererem apenas saber se a sua prática religiosa (os feriados, as datas mais importantes ou – em alguns casos – os horários de oração) pode ou não interferir com os seus horários de trabalho. Mas legalmente este é o tipo de questões que não deve ser colocado.
O que fazer?
Além destas, há ainda casos de recrutadores que questionam os candidatos sobre a idade, orientação sexual, peso, situação financeira, afiliação política, se consomem álcool ou drogas, se já foram condenados por crimes… enfim, a lista é bem longa.
A verdade é que o candidato não é obrigado a responder a estas perguntas. Além de serem um atentado contra a intimidade dos candidatos e não estarem relacionadas com o desempenho profissional, podem indiciar comportamentos discriminatórios laboral por parte dos recrutadores.
O que fazer? Bem, tem várias opções. Pode negar-se a responder a estas perguntas, já que a informação não é relevante para o processo de recrutamento; ou, por outro lado, pode – se assim o entender – responder diretamente às questões e seguir em frente.
Mas há ainda outra opção. Pode optar por contornar a questão, ou seja, não responder diretamente, mas esclarecer algumas dúvidas. Por exemplo, não tem que dizer que está a pensar engravidar, mas pode ser elucidativo sobre a sua disponibilidade para viajar em trabalho. Assim resolve dois problemas de uma vez só. Não fala sobre a sua intimidade, mas revela a sua flexibilidade e disponibilidade para colaborar.
Preparado para qualquer circunstância
Se não sabia, agora já sabe. As perguntas impróprias numa entrevista de emprego são uma realidade e um dia destes pode ser a sua vez de se desenvencilhar delas. Se estiver preparado, tanto melhor. Seja qual for a sua decisão, o importante é que saiba que recusar responder a estas questões é um direito que lhe assiste.
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