Fez tudo certo. Preparou bem o currículo e escreveu uma excelente carta de apresentação. Foi escolhido para uma entrevista de emprego.
Tudo está a correr bem até que chegam à parte das perguntas sobre salário e o recrutador lhe questiona “Quanto é que espera receber?”. E fica sem saber qual a melhor forma de responder, não é assim?
De facto, discutir o valor do salário é um aspeto que faz parte de todas as entrevistas de emprego e acaba por ser um dos momentos mais temidos pelos candidatos.
A verdade é que se pode tornar algo um pouco desconfortável já que uma resposta em falso pode ser o suficiente para perder uma boa oportunidade.
Se também fica sempre na dúvida sobre qual a melhor forma de abordar este tipo de questões, deixamos alguns conselhos.
8 conselhos para responder a perguntas sobre salário
Quer seja porque tem medo de dizer um valor demasiado alto e não ser o escolhido, ou porque tem receio de mencionar um valor muito baixo e ficar a receber um salário baixo, os motivos à volta deste tema são vários e podem fazer com que se sinta inseguro numa entrevista.
Para que isso não aconteça, listamos alguns conselhos a seguir para responder a perguntas sobre o salário. Tome nota.
Prepare-se
Tudo começa ainda antes do momento da entrevista. Quando se está a candidatar a uma determinada função deve preparar-se e fazer uma pesquisa sobre o mercado.
Isso passa por informar-se sobre o nível de salários praticados na sua profissão e na função à qual se candidata (tendo sempre em consideração a sua experiência).
Além disso, deve ainda estabelecer o mínimo que estará disposto a aceitar. E não se esqueça de introduzir nessa equação outros benefícios, como flexibilidade, bónus e prémios de produtividade, seguros de saúde, formação ou férias.
Tenha sempre em consideração a sua experiência
Quando estiver a formar a sua ideia sobre qual seria o valor justo pelo seu trabalho naquela área e função específica, não se esqueça de ter em conta a sua experiência profissional.
Ou seja, se estiver agora a entrar no mercado de trabalho, provavelmente terá menos argumentos para negociar (apesar de ainda assim, poder referir alguns cursos e formações ou estágios realizados até ao momento).
Por outro lado, se tiver 8 anos de experiência numa função semelhante, deve procurar valorizar-se, aproveitando para comprovar os resultados alcançados previamente e argumentar assim o salário que pretende.
Baseie-se no seu salário anterior ou no atual
Uma boa forma para se preparar para as perguntas sobre salário é também basear-se no seu ordenado atual ou anterior para definir um valor na sua cabeça.
Por isso, se tem dificuldade em definir um valor justo para si ou em justificar o salário que pretende, uma boa solução é ter como referência o seu salário atual.
No caso de estar desempregado, tenha como base o salário anterior. Mas não se esqueça: existem outros fatores a adicionar como a experiência, a função, a área e claro, o seu valor enquanto profissional.
Tente adiar as perguntas sobre salário para o fim da entrevista
Sempre que for possível deve evitar responder diretamente a este tipo de questões. Isto é, se o questionarem diretamente “Qual a sua expetativa salarial?” não responda dizendo de imediato o valor sem qualquer tipo de argumentação, como por exemplo: “1.000 euros líquidos”.
Deve procurar fazer do salário uma questão secundária a discutir. Afinal, o primeiro passo é dar-se a conhecer ao entrevistador e compreender melhor os valores da empresa.
Não se esqueça que é crucial que o empregador consiga conhecê-lo melhor e que lhe possa falar pontos essenciais do seu currículo ou de que forma poderia contribuir para o crescimento da empresa.
Por isso, tente acima de tudo, que a discussão da questão salarial seja deixada para o final da entrevista. O ideal é que o recrutador sinta que é o candidato perfeito antes de chegar à parte de definir o salário.
“Quanto espera receber?” ou “Quais são as suas expetativas salariais?”
Se mesmo assim o recrutador avançar para a pergunta “Quanto espera receber?” e não conseguir fugir ao tema, não fale em valores concretos sem salientar a sua experiência e as suas pretensões em termos profissionais e expectativas de carreira.
Depois não dê um valor muito concreto e definitivo – caso contrário pode sair prejudicado. Em vez disso, diga algo como “procuro algo à volta de x euros”, mostrando que está familiarizado com a média para a sua categoria profissional.
Fale em intervalos salariais
O importante é evitar números concretos. E a melhor forma para o fazer é apresentar intervalos salariais, mínimos e máximos, que vão de encontro àquilo que pretende.
Pode dizer algo do género: “De acordo com as minhas pesquisas para estes cargos o salário costuma ser habitualmente entre x e y”, aproveitando para perguntar “É este o intervalo salarial que têm para esta posição?”.
Ou, por outro lado, pode realçar as suas qualidades, dizendo “Segundo o que discutimos e tendo em conta o meu conhecimento e experiência esperaria receber um salário entre x e y”.
Esteja seguro e demonstre firmeza
Assim que referir as suas expetativas salariais, chega o momento de negociar o salário com o empregador. Aqui, é extremamente importante que converse com firmeza, diretamente sem dar espaço para muitos rodeios.
Seja o mais natural possível e não tenha vergonha de falar abertamente sobre o intervalo salarial. O importante é que não o faça sendo prepotente e incoerente.
Não feche portas – esteja aberto à negociação
A possibilidade de negociação deve ser sempre mantida em aberto até que verifique que não existe mais espaço para tal.
E deve analisar todos os prós e contras antes de recusar uma oferta, mesmo que não vá de encontro às suas pretensões iniciais.
Assim, opte por avaliar se a empresa lhe pode dar outros benefícios que até possam compensar um valor de ordenado mais baixo.
Caso contrário, não aceite menos do que espera de forma imediata. Lembre-se que definiu um valor mínimo para si. Por isso, não deve nunca aceitar menos do que isso – só mesmo em último caso quando perceber que não mais espaço para negociações e que precisa mesmo daquele emprego.