Inês Pereira
Inês Pereira
09 Abr, 2018 - 10:23

Pílula contínua: tudo o que precisa de saber

Inês Pereira

Atualmente, são várias as opções disponíveis, mas a pílula ainda é o método contracetivo preferido das mulheres. Fique a saber tudo sobre a pílula contínua.

Pílula contínua: tudo o que precisa de saber

Quais as vantagens de uma toma contínua da pílula e quando escolher este método? Como funciona o método contracetivo mais comum e preferido entre as mulheres, quando não tem interrupção? Devemos ou não realizar a pausa de sete dias? Saiba tudo o que precisa sobre a pílula contínua.

Nos dias que correm, a lista de contracetivos é longa, mas ainda assim a pílula continua a ser o método mais usado pela população feminina. Não é por acaso que alguns historiadores a consideram uma das grandes inovações do século XX, já que revolucionou a vida das mulheres e reduziu drasticamente o número de gravidezes indesejadas.

O que poderá não saber é que, além da típica pílula oral – que prevê uma pausa de sete dias -, existe uma pílula contínua. Este método contracetivo apresenta, porém, algumas diferenças em relação à opção mais habitual.

Como funcionam as pílulas contracetivas

pilula

Quando tomada corretamente, a pílula apresenta um grau de eficácia de 99%, o que faz dela um dos métodos contracetivos mais eficazes. As hormonas libertadas pelos comprimidos fazem com que os ovários entrem em repouso, o que inibe as ovulações. Isto resulta numa ausência de período fértil, pelo que a mulher não engravida.

Quando se começa a toma de uma pílula, deve iniciar-se a embalagem no primeiro dia da menstruação para garantir a sua eficácia a partir do primeiro comprimido. A partir daí, é importante lembrar que a toma deve ser feita todos os dias e à mesma hora, embora exista uma “tolerância” de 12 horas.

Para além do efeito contracetivo, a pílula pode, em muitos casos, influenciar também outros aspetos da saúde e bem-estar das mulheres, como a intensidade das dores menstruais (que têm tendência a melhorar) e a quantidade de fluxo menstrual.

Pílula contínua de A a Z

A pílula mais frequentemente utilizada é a combinada, que junta estrogénio e progesterona, e obriga a uma pausa de sete dias após uma toma de 21 comprimidos. Contudo, muitas mulheres recorrem a uma pílula sem estrogénio, cuja maior diferença recai no facto de ser de toma contínua durante os 28 dias do ciclo e não obrigar a qualquer intervalo.

A ausência de estrogénio torna-a indicada para mulheres que sejam intolerantes a este composto ou que estejam em fase de aleitamento. No caso de uma mulher a quem a pílula combinada provoque efeitos secundários demasiado desconfortáveis, esta será também uma boa escolha.

No entanto, o principal benefício desta pílula é o facto de, em alguns casos, alterar significativamente o padrão menstrual da mulher, na medida em que consegue mesmo que haja uma total ausência da menstruação. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, este efeito secundário não é nocivo para a saúde.

No que se refere à toma, é exatamente igual à da pílula combinada, que junta estrogénio e progesterona: todos os dias e à mesma hora. Um atraso de até 12 horas, porém, não interfere na eficácia.

Posto isto, importa referir que, em qualquer dos casos, deve consultar o seu médico para ter aconselhamento profissional sobre qual a pílula mais indicada para si.

Abdicar da pausa de 7 dias da pílula combinada

Atualmente, verifica-se esta tendência cada vez mais frequente, especialmente na população mais jovem: muitas mulheres que utilizam a pílula combinada optam por não fazer a pausa prevista e tomar os comprimidos de forma contínua.

Isto significa que, após a toma dos habituais 21 comprimidos de uma carteira, passam imediatamente à cartela do mês seguinte. O objetivo desta opção é suspender o aparecimento da menstruação.

Tal como no caso da pílula contínua, esta ausência de menstruação não é prejudicial para a saúde e não existem evidências médicas que obriguem à pausa de sete dias. No entanto, o que pode ocorrer são ligeiras perdas de sangue – a que se dá o nome spotting e cuja probabilidade de surgirem aumenta após três meses de toma seguida da pílula sem interrupção.

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