São muitas as questões em torno daquilo que pode ou não comprometer o efeito da pílula contracetiva. Neste caso em específico, vamos tentar perceber se a conjugação entre pílula e diarreia é meio caminho andado para uma possível gravidez indesejada – ou, se pelo contrário, não influencia em nada e isto não passa de um mito.
Pílula e diarreia: maiores probabilidades de uma gravidez?
No caso da diarreia ser muito líquida e no caso de ter muitos episódios deste estado nas quatro horas que seguem a toma da sua pílula, o efeito pode, efetivamente, ficar comprometido.
O que deve fazer é tomar exatamente a mesma pastilha de uma carteira sobressalente – que deve sempre ter em casa para imprevistos. Só assim poderá garantir a proteção eficaz contra uma possível gravidez. Esta toma deve ser efetuada o quanto antes (em até 12 horas a seguir à hora habitual de toma).Lembre-se: quanto mais tarde tomar, menos eficácia tem a pílula.
Diarreia nos dias seguintes e a toma da pílula
E se nos dias seguintes continuar com episódios de diarreia líquida e intensa? Nesse caso deve manter normalmente a toma da pílula, mas utilizar um método adicional de contraceção, como o preservativo. Este método adicional deve ser mantido até ao 7º comprimido da pílula, a contar após os epidósios de diarreia intensa. Isso porque, nestes casos, a pílula e a diarreia são mesmo uma mistura que pode resultar num bebé.
Por que é que isto acontece?
A pílula contracetiva funciona através da penetração dos seus componentes na nossa corrente sanguínea. Isto acontece através da absorção da mesma pelo nosso trato intestinal.
Estudos comprovam que a pílula demora cerca de 4 horas para ser totalmente absorvida e, por isso, o seu efeito pode ficar comprometido se ocorrer um episódio de diarreia intensa e constante durante este período.
Dicas para garantir a eficácia da pílula
Além de ter em atenção a questão da perigosa combinação entre pílula e diarreia, existem algumas recomendações que deve seguir para garantir o máximo da eficácia da pílula. Tome nota:
- Tomar a pílula sempre à mesma hora – quanto maior o intervalo entre as tomas, menos eficaz se torna o contracetivo;
- Vómitos intensos exigem o mesmo cuidado que se aplica à diarreia – caso ocorram nas quatro horas seguintes, tome uma pílula de substituição de uma outra carteira;
- Cuidado com a toma da pílula e dos antibióticos amoxicilina, penicilina e rifampicina;
- A chamada erva de são joão, ou chá de hipericão, é conhecida como tendo um efeito de diminuição de eficácia da pílula. Na dúvida, evite este chá;
- Leia sempre atentamente os folhetos explicativos da pílula. Existem algumas em que se faz uma pausa entre a toma de diferentes carteiras, mas noutros casos a toma é contínua. Este pequeno pormenor pode fazer toda a diferença.