De Pinhão ao Pocinho são 45 quilómetros de viagem, ao longo do belíssimo rio Douro. Pelo caminho, encontrará as mais deslumbrantes paisagens, compostas por barragens, vinhas e uma Mãe Natureza poderosa e impressionante.
Admire a barragem do Pocinho e usufrua de todo o cenário envolvente.
Faça a viagem de regresso e continue a surpreender-se com as maravilhas do que é, para muitos, um dos mais belos percursos ferroviários de todo o mundo: o trajeto de Pinhão ao Pocinho.
Para chegar ao Pinhão, pode começar por apanhar no Porto o comboio MiraDouro, encetando aí uma magnífica viagem que não vai esquecer.
Do Pinhão ao Pocinho: 45 quilómetros de uma viagem incrível
O troço ferroviário existe desde 1887 e é considerado por muitos o mais belo da linha do Douro. A verdade é que a viagem de Pinhão ao Pocinho é cheia de encantos e pontos de interesse.
Com a abertura do troço até ao Pinhão, concluiu-se o principal propósito da Linha do Douro, que era estabelecer uma ligação ferroviária até esta região. No entanto, já nesta altura se planeava a continuação da linha até à fronteira com Espanha em Barca d’Alva, pelo que, em 23 de Julho de 1883, foi decretada a construção deste troço.
A linha foi aberta, assim, até ao Tua em 1 de Setembro de 1883, e até ao Pocinho no dia 10 de Janeiro de 1887. O troço entre esta estação e Côa foi inaugurado em 5 de Maio de 1887 e o troço entre Côa e Barca d’Alva em 9 de Dezembro de 1887, no mesmo dia que o troço internacional Barca d’Alva-La Fregeneda.
Foz do Tua
Este é o primeiro local de paragem, após a saída de Pinhão. Atualmente, o principal elemento de destaque da zona é mesmo a barragem do Tua. Do Pinhão ao Tua são cerca de 15 minutos. Após este primeiro apeadeiro, a viagem continua, atravessando locais e paisagens fascinantes, onde não pode perder locais como Alegria, Ferradosa, Vargelas, ou a Quinta do Vesúvio.
Se parar na Estação do Tua, não perca uma refeição no restaurante Calça Curta, mesmo ao lado da ferrovia e com uma vista deslumbrante sobre o Douro. as principais especialidades andam em torno dos peixes de rio em escabeche, o ensopado ou a caldeirada de enguias, sendo ainda poiso, na altura certa, dos aficionados de sável e lampreia.
Na ementa encontra ainda o polvo, as carnes de veado e javali, coelho bravo, perdiz e, claro está, a tradicional, e saborosa, feijoada à transmontana. A não perder.
Freixo de Numão
A paragem seguinte, imediatamente antes de Pocinho, é Freixo de Numão e nesta zona é impossível não ficar a conhecer a história do Cachão da Valeira. Este troço do rio, tão magnífico quanto perigoso, dificultava a navegação no Douro e foi destruída no século XVIII. Aliás, é ali que perde a vida o famoso Barão de Forrester, num naufrágio que ficou para a história da região.
Em meados do século XX, acabou por ficar em parte submerso pela barragem homónima, mas a garganta da Valeira é, ainda hoje, um símbolo incontestável desta região duriense.
Pocinho
A viagem termina em Pocinho, onde além da barragem, pode admirar a paisagem envolvente e deliciar-se com os encantos da localidade. Os socalcos do Douro, de onde brotam vinhos de exceção, são um deleite para a vista.
Esta é uma aldeia do concelho de Vila Nova de Foz Côa, que fica na margem esquerda do rio Douro. A pequena povoação local desenvolveu-se e cresceu, sobretudo, a partir da construção da estação ferroviária, no século XIX, a qual serviu como entreposto de mercadorias, como o minério e os produtos agrícolas.
Perto da aldeia, fica a Barragem do Pocinho, que liga os distritos de Guarda e Bragança. Além da barragem, vale a pena ficar a conhecer o centro de alto rendimento de remo do Pocinho, assim como a própria Estação Ferroviária do Pocinho, atual terminal da Linha do Douro.
Onde comer?
Falar do Pocinho ou ir ao Pocinho e não visitar a Taberna da Julinha é mesmo como ir a Roma e não ver o Papa. A fama deste local é incontestável – e como onde há fumo, há fogo, que é como quem diz, onde há muitos comentários positivos, é porque é sítio a ser explorado –, pelo que não se deve dispensar uma ida até lá.
A Taberna da Julinha fica numa das poucas casas habitadas junto à estação de caminhos de ferro do Pocinho, entre a antiga ponte e a Barragem.
Esta é uma viagem pelos sabores da região. Nas entradas, podem encontrar-se um queijo de ovelha e uma chouriça do Bata Alves de Carviçais. Há alheira assada na brasa, omelete de espargos selvagens e cogumelos laminados, fritos em azeite com alho. Findos os saborosos aperitivos, eis o prato principal: Posta Mirandesa.
Cozinhada na brasa e mal passada por dentro, acompanhada por batata cozida também braseada. Finalmente, a sobremesa guarda dois ex-líbris da Taberna: o leite creme queimado (como se quer) e o requeijão com doce de abóbora (que bem sabe pecar assim…).
- Morada: IP2, Nº 10, Vila Nova de Foz Côa, 5150-502 Pocinho
- Telefone: +351 965 398 826
- Preço médio p/ refeição: 20€