Catarina Reis
Catarina Reis
29 Mai, 2019 - 10:20

Plágio: aprenda a evitar ou a ser alvo de ‘cópia descarada’

Catarina Reis

Tire as suas dúvidas sobre o que pode ou não ser considerado plágio, particularmente no contexto escolar e académico.

Plágio: aprenda a evitar ou a ser alvo de 'cópia descarada'

Plágio, esta palavra refere-se ao ato de copiar ou assinar a totalidade ou partes de uma obra, dizendo que é sua. O plágio é um tema recorrente no setor artístico, mas também no mundo académico: com a facilidade de acesso a informação online, é muito fácil “copiar” e “colar” textos em projetos universitários.

Mas atenção: quando se fala de plágio, estão em causa questões éticas, morais, e jurídicas, relacionadas com a violação dos direitos de autor. Alvo de incessantes discussões, muitas vezes envoltas em polémica, o tema do plágio volta a estar na ordem do dia a partir do momento em que na Internet encontramos todo o tipo de conteúdos digitais.

Qualquer pessoa, virtualmente, pode fazer ou ser alvo de plágio. Basta atentar à quantidade de sites, blogs, dissertações de mestrado, artigos de autor, teses de licenciatura, entre outros, que se encontram em regime de acesso livre online. Em suma, todos os conteúdos publicados na Internet estão sujeitos a serem alvo de ou acusados de plágio.

O que é considerado plágio?

Efetuar plágio é apresentar o trabalho ou as ideias de outra pessoa como se fossem nossos, com ou sem o consentimento deles, incorporando-os no nosso trabalho sem reconhecer a verdadeira autoria.

Por vezes podemos pensar que é inofensivo publicarmos os conteúdos que bem entendemos no nosso blog pessoal, ou nas redes sociais, e não pensamos que podemos estar a pisar o terreno do plágio, e que podemos vir a ser acusados legalmente.

Os limites do plágio

plágio

O mundo está cheio de casos em que autores foram acusados de plagiar outras obras, mesmo que não intencionalmente, e é aqui que o conceito de plágio entra num território de indefinição e subjetividade.

No que toca ao mundo das artes, a questão do plágio não se resume à legalidade: está sobretudo em causa a integridade e reputação do artista, que é fundamental para que consiga construir uma carreira sólida.

No que toca aos alunos e aos seus exames e provas escolares, o plágio intencional em Portugal é considerado uma fraude. O mesmo se aplica a quem publica conteúdos copiados na Internet — desde fotos, imagens e gráficos, a estudos, textos, ilustrações ou códigos de programação de computadores — sejam estes provenientes de outros sites, livros, jornais, etc.

No caso de ser detetado plágio por parte de um aluno num trabalho, exame, prova, dissertação ou numa tese, este poderá enfrentar acusações por cometimento de fraude. Nos casos mais graves, como por exemplo em teses de doutoramento, isso pode significar mesmo o seu afastamento da instituição de ensino. Quando se trata de plágio em provas e exames, as consequências resultam normalmente na anulação do teste.

Como evitar ser acusado de plágio?

Eis algumas sugestões para evitar ser acusado de plágio:

1. Saber fazer a apropriação certa de conteúdos

É normal que se usem conteúdos da autoria alheia para benefício próprio. Afinal, muitas vezes uma obra original é um somatório de elementos retirados de outras obras, mas com o cunho pessoal do autor demonstrado de forma inequívoca.

Isso por si só não deve ser considerado plágio, mas antes “inspiração”, que não é mais do que evocar outras obras como referência, mas apresentadas de forma diferente.

2. Não redigir o trabalho de forma precipitada e sob pressão

Estar de cabeça fria quando se escreve é fundamental para não cair em erros desnecessários. Quando estamos com pressa temos tendência a descurar determinados aspetos que no momento nos podem parecer menos importantes ou secundários. O resultado disso, muitas vezes, é fazermos citações e outras referências a outros autores e não os creditarmos.

3. Fazer revisão

Finalizar o trabalho e entregá-lo logo de seguida ou dá-lo imediatamente como pronto pode ser um erro fatal. Ler o resultado no dia seguinte, de cabeça fresca, é fundamental para fazer pequenos ajustes, que no dia anterior pareciam não ser necessários.

4. Verificar na Internet o grau de similitude do seu trabalho com outras obras

Antes de entregar um trabalho certifique-se de que não incorre em plágios, usando uma das muitas ferramentas disponíveis, como por exemplo a Grammarly ou EduBirdie. Mesmo que esteja seguro de que não plagiou ninguém, há sempre a remota possibilidade de alguns dos seus conteúdos serem por coincidência muito semelhantes aos de outros. Desta forma ainda vai a tempo de evitar similitudes indesejadas e de melhorar o seu trabalho.

Para os estudantes que fazem teses e dissertações, tão importantes para o seu futuro, não está apenas em causa uma avaliação. Neste tipo de trabalhos é a reputação dessas pessoas que está em jogo.

Hoje em dia é fácil detetar se um determinado conteúdo escrito é um plágio ou não, uma vez que abundam ferramentas para o fazer. E lembre-se que as pode usar tanto para evitar cometer cópias, quanto para descobrir se está a ser copiado.

5. Faça referência aos autores

O plágio é a apropriação, em benefício próprio, de um conteúdo da autoria de outra pessoa. Sempre que existe uma apropriação de um conteúdo, há procedimentos a ter em conta para não incorrer no risco de plágio.

A simples referência, a identificação do autor, ou o pagamento dos direitos de autor — quer seja ao próprio ou ao seu representante caso o autor já não seja vivo — são as formas mais vulgares de transformar essa mesma apropriação em algo considerado legal, para pelo menos não se ser punido juridicamente.

A ausência de um desses três procedimentos implica que a pessoa que faz a apropriação possa ser acusada de plágio.

Veja também